ANO
8 |
em fase de transição
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EDIÇÃO
2653
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A edição desta
quarta-feira se faz seguindo uma recomendação evangélica. Não se faça
inferências equivocadas. Mas viver na cristandade (leia-se, no Ocidente cristão),
nos permite apropriações mesmo que não acompanhemos crenças.
Está no
evangelho de Mateus (5, 14) a recomendação — em uma adaptação mais atual —: [...]
não se acende uma lanterna para colocá-la
debaixo da cama, mas coloca-se sobre um móvel para que ela ilumine a todos que
se encontram na casa. Em mais de uma oportunidade já referi aqui, que
muitos comentários aditados a uma edição não tem a visibilidade que merecem.
Estes não circulam simultaneamente com edição (são, muitas vezes, postados mais
tarde). Há aqueles que limitam-se a ler a edição e olvidam os comentários.
Meus leitores
e eu temos o privilégio nestes mais de sete anos de ter pelo menos dois ou três
comentaristas diários assíduos. Há outros eventuais. Dentre os primeiros o que
me prestigia há mais tempo é o Jair Lopes, que há pelo menos quatro anos é
presença certa, mesmo quando no exterior. Há cerca de dois anos o polímata se
fez poeta. Muito provavelmente eu e muitos leitores aprendemos com ele curtir
limeriques.
Em 04AGO2012
fiz uma edição especial onde dizia que os cinco versos de um limerique devem
obedecer a esta regra: Os versos
1, 2 e 5 são maiores, geralmente com três pés de três sílabas (anapestos ou
anfíbracos), rimando entre si, e os versos 3 e 4 menores com dois pés de 3
sílabas, também rimando entre si. O esquema de rimas é AABBA.
Mais
recentemente, o Jair tem alternado sua opção poética primeira com sonetos. Sei
que poetar não é fácil. As musas nisto não foram generosas comigo.
Não basta
amealhar rimas. Ele a cada dia faz isso a partir de mote que chega quase acaso,
nos assuntos que eu e outros bloguistas propomos a ele.
Parece-me que
ontem o vate paranaense aquerenciado em Floripa foi espetacular na releitura da
historieta africana que traduz com precisão a valorização do conhecimento não
importando a perda do saber.
Permito-me trazer
a narrativa original ladeada pelo soneto que retinta, já no título, com cores
da pós-modernidade a prática ancestral.
UM
MITO ANCESTRAL
Em
um barco havia um homem com cerca de 30 anos, acompanhado de seu filho de 5
anos e de seu pai de 80 anos. O barco soçobrava. Só o jovem pai sabe nadar.
Ele pode salvar apenas um. Quem ele salva? O menino? O velho?”
Na
cultura africana, onde esta historieta tem sua matriz, o natural é que o
velho fosse salvo, por um único argumento: ele é o detentor de conhecimentos
que são muito preciosos para toda a comunidade.
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SOLUCIONÁTICA
Perigo de morte a todos naquele grotão Encurralados os três no interior do mato Pois espreitando faminto estava um leão Pai, o menino, o avô com medo de fato Como fazer? Alguém seria sacrificado Para que se salvassem os outros dois Seria o avô querido ou o filho amado? Qualquer solução dor causaria depois O pai, aos céus, fazia pungente oração Pedindo resposta para tal problemática Porque parecia inviável qualquer opção Não via como podia empregar uma tática Mas de repente ouviu-se a voz do ancião: Salvem o menino, ele sabe informática! |
Muito estimado Professor Chassot,
ResponderExcluirBem posta sua metáfora bíblica. Tinha lido a postagem de ontem antes do magnífico comentário do Jair.
A releitura dele é insuperável.
Ele mostrou com competência o desprezo que se dá aos saberes primevos. O velho sentiu-se sem serventia, diferente de outros tempos.
Parabéns ao poeta Jair
Laurus Loureiro Lima
Concordo que nosso poeta o Jair tem se superado a cada dia. O que tambem me causa admiração é a inteligente mensagem sempre contida em seus versos, acredito que o gÊlo do CanadÁ está fazendo bem aos seus neurônios.
ResponderExcluirAbraços
Concordo que nosso poeta o Jair tem se superado a cada dia. O que tambem me causa admiração é a inteligente mensagem sempre contida em seus versos, acredito que o gÊlo do CanadÁ está fazendo bem aos seus neurônios.
ResponderExcluirAbraços
Limerique
ResponderExcluirO vate, o mais da vezes indignado
Fazer versos frouxos se vê obrigado
Do Chassot aceita dicas
Não lhe cabe ser medricas
Pois não lhe amedronta o teclado.
Querido Chassot,
ResponderExcluiros versos do Jair são uma atração a parte. Gosto de ler o blogue e, depois, a sobremesa: limerique e poemas do Jair.
Sobre o assunto que atravessa a blogada anterior e a atual, achei formidável. Semana passada terminei o "Paradigme perdu" do Morin e comecei "La connaissance de la connaissance", o autor sempre evoca os saberes primevos e ressalta sua importância e também faz uma crítica feroz contra a fragmentação arrogante a à racionalização empobrecedora e perigosa da Ciência da hodiernidade. Abraços
…lendo Morin confirmo o que já dissera: A França tem Morin e o Brasil tem Chassot.
ResponderExcluirMeu caro Guy,
Excluiràs vezes, estadas no exterior e leitura de filósofos mais denso, ainda mais no original podem tornar pessoas obtusas.
Temo que tal possa estar acontecendo ante tuas comparações esdrúxulas.
Este doutorado pode te estar sendo prejudicial.
Cave librum!
Que faças a América (do Norte)!
ac
Sinto que me encontro num caleidoscópio de sapiência.
ResponderExcluirMeu caro Vanderlei,
Excluirnum caleidoscópio qualquer pedrinha se faz estrela. É muito bom que sejas um ser caleidoscópico.
Sob as bençãos da coruja de Athena.
A amizade do
attico chassot