ANO
8 |
em fase de transição
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EDIÇÃO
2641
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Talvez, mesmos
os curtidores do gostoso envolver-se com a etimologia das palavras, em um primeiro
relance, não encontrem relação entre vacina e vaca. Atenção: não há
nada a ver com ‘vacina contra a febre da vaca louca’!
Quando discuto
uma pesquisa do cientista estadunidense Michael Hart, onde ele lista cem nomes que
mais influenciaram em todos os tempos a História da Humanidade, publicada no
livro The one Hundred e que está
detalhada (e criticada) em meu livro A
Ciência é masculina? É, sim senhora! há um nome usualmente desconhecido: Jenner (número 70)
que hoje é destaque aqui. A ele se atribui “ter apresentado ao mundo uma vacina
que salvou muitos milhões de pessoas de uma morte terrível causada pela
varíola, e a muitos outros milhões de um temível desfiguramento” (Roberts p. 38
citado ontem).
Edward Jenner (1749-1823)
nasceu na localidade inglesa de Berkeley, em 17 de maio. Com apenas treze anos
de idade já ajudava um cirurgião em Bristol. Formou-se em Medicina em Londres,
e logo em seguida retornou a sua cidade natal, onde realizou experimentos
relativos à varíola, na época uma das doenças mais temidas pela humanidade.
Ao observar
que pessoas que ordenhavam vacas não contraíam a varíola, desde que tivessem
adquirido uma variedade animal mais branda da doença, Jenner extraiu o pus da
mão de uma ordenhadora que havia contraído a varíola bovina e o inoculou em um
menino saudável, James Phipps, de oito anos, em 04 de maio de 1796. O menino
contraiu a doença de forma branda e logo ficou curado. Em 1º de julho, Jenner
inoculou no mesmo menino líquido extraído de uma pústula de varíola humana.
James não contraiu a doença, o que significava que estava imune à varíola. “Isso
foi verdadeira serendipidade. O fato de a varíola bovina ter dado imunidade à
varíola veio a Jenner sem esforço de sua parte. Ele teve o bom senso de
reconhecer o valor disto e de utilizá-lo” (Roberts, p. 39).
A princípio, a
experiência não obteve reconhecimento, apesar de, em 1878, Jenner ter publicado
sua pesquisa no livro “An Inquiry into the Causes and Effects of the Variolae
Vaccinae, a Disease Known by the Name of Cow Pox".
O
reconhecimento em seu país só foi alcançado após médicos de outros países
adotarem a vacinação e obterem resultados positivos. A partir de então, Edward
Jenner ficou famoso por ter inventado a vacina. A palavra vacina vem do latim
vaccinus, de vacca (vaca).
Uma curiosidade [www.ccms.saude.gov.br/revolta/ltempo.html]: A vacinação
contra a varíola, entre os hindus, era considerada um ato profano por eles
adorarem a deusa da varíola, Shitala Mata. Eles acreditavam que estavam sendo
abençoados ao ficarem doentes. As autoridades contornaram o problema alegando
que receber a vacina era o mesmo que ser abençoado pela deusa.
Vacina
ResponderExcluirEduard Jenner observando a vaca
Notou que ela tinha certas feridas
Então com mente que não era fraca
Tomou-se de inspiração incontida
Viu claramente que havia conexão
Moças atacadas pela doença bovina
Tornadas vítimas de contaminação
Lhe veio a mente fazer uma vacina
Injetar bactérias já enfraquecidas
Retiradas do sangue de vaca doente
Fez que se salvassem muitas vidas
Num tempo um tanto surpreendente
As microscópicas espécies escondidas
Têm agora um implacável combatente.
Mestre Chassot,
ResponderExcluirobrigado por fazer alfabetização científica neste blogue. Jamais faria a ligação etimológica de vacina com vaca.
Encantou-me o Dr. Edward Jenner. Estou esperando a blogada de amanhã, com o dr. Papanicolau.
Agradecida,
Mirian
Curioso o relato, mas não podemos deixar de observar a coragem desses intrépidos cientistas que arriscam tudo na busca pelas verdades. Lembrando uma citação de Dante na Divina Comédia; "Aos indecisos, nem no inferno tem lugar"
ResponderExcluirAbraços