ANO
8 |
em fase de transição
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EDIÇÃO
2644
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Dizer-se ser
hoje o primeiro dia útil de 2014 é um certo exagero. Basta que olhemos os
muitos fazeres que já houve nestas primícias de 2014.
Nesta blogada
vou seguir a admoestação de nosso vate maior: “Cesse tudo quanto a musa antiga
canta, que outro valor mais alto se alevanta!” A 11ª blogada serendipitosa,
programada para encerrar duas séries, vai ser postergada para outro dia desta
semana. Há um assunto que destrona a proposta que fizera aqui dia 2.
Hélio
Schwartsman, já mais de uma vez presente neste blogue, publicou na Folha de S.
Paulo, na Página A2 da edição de sábado,
dia 4, um texto, com razão, determina alteração de pauta. Assumo radicalidade
na decisão. Transcrevo o texto do filósofo-cronista, sem aditar qualquer
comentário; exceção para as duas imagens:
Vitaminas
na berlinda:
Com uma veemência difícil de encontrar em periódicos científicos, o editorial
da última edição de "Annals of Internal Medicine" não só pede que as
pessoas parem de utilizar suplementos de vitaminas como sugere que não se
dediquem muito mais recursos a novas pesquisas nessa área. Para os editores da
publicação, exceto para subgrupos específicos, o caso das vitaminas já está
encerrado.
O editorial, intitulado "Enough
is enough" (já basta), acompanha a publicação de três estudos que mostram
que o uso de suplementos é, na melhor hipótese, um desperdício de dinheiro. O
primeiro trabalho, envolvendo 400 mil participantes, indica que
multivitamínicos não previnem doenças cardiovasculares, câncer nem reduzem a
mortalidade geral. O segundo acompanhou por 12 anos quase 6.000 idosos e concluiu
que suplementos não melhoram a performance cognitiva. O terceiro revelou que
vitaminas não previnem eventos cardiovasculares em pacientes que já haviam
sofrido infarto.
Os editores de "Annals"
lembram que existem trabalhos mostrando que alguns micronutrientes, notadamente
betacaroteno e vitamina E, na verdade aumentam a mortalidade.
Para eles, já passa da hora de os
médicos transformarem essa ampla coleção de evidências em ações, aconselhando
as pessoas a parar de tomar suplementos, a menos, é claro, que sofram de alguma
deficiência nutricional que exija reposição.
Não obstante, o consumo de vitaminas
vem crescendo em todo o mundo. Na verdade, esse se tornou um filão
especialmente atrativo para laboratórios e para algumas pseudoespecialidades
como a medicina ortomolecular e a antienvelhecimento. No mundo de hoje, não dá
mais para fazer medicina com base em filosofias. É preciso curvar-se às
evidências e, no caso das vitaminas, elas já deram o seu veredicto.
Agradeço a Esper Kallás, que me chamou
a atenção para os trabalhos.
Prezado Mestre Chassot,
ResponderExcluirhá várias pessoas para as quais devo recomendar a leitura do blogue de hoje.
Os agradecimentos de
L L L
Olá Prof. Chassot,
ResponderExcluirli na madrugada sua postagem e fico feliz de não fazer uso de vitaminas.
Abs
JQCarneiro
Limerique
ResponderExcluirConsumismo desenfreado determina
Seja saudável, engula mais vitamina
Assim querem laboratórios
Que valorizemos mictórios
Pois ingestão enriquece nossa urina.
Penso que isto, sim, é fazer alfabetização científica.
ResponderExcluirUrge criarmos a consciência de que ciência e mercado nem sempre fazem bem à saúde!
Grande abraço.
Gostei do blog!
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