ANO
8 |
em fase de transição
|
EDIÇÃO
2648
|
Nesta
quarta-feira, fui presenteado por um leitor muito presente neste blogue com uma
escultura em resina de uma coruja e uma corujinha. O Vanderlei Goularte Farias,
aluno do Programa de Pós Graduação em Educação da URI, Campus Frederico
Westphalen comoveu-me com seu mimo, que agora inspira meu ‘scriptorium’.
Na foto elas
se assentam sobre um isolante de vidro de algum poste de energia elétrica ou de
rede telegráfica, em uso há cerca de ¾ de século na Estação Jacuí, onde nasci.
Postes, muitas vezes, são locais de pouso para as atentas corujas.
Este presente
me faz evocar o saudoso colega Luís Carlos de Mesquita Rottmann que colecionava
imagens de corujas. Catalisado pela generosidade do Vanderlei, que também me
brindou com saboroso vinho de sua produção, trago algo sobre o significado da
coruja na mitologia grega.
A Coruja e a
Sabedoria Não é por
acaso que a Coruja é tida como um símbolo de sabedoria em diversas culturas,
pois ela pode ver o que os outros não conseguem: a essência da verdadeira
sabedoria. Onde outros se iludem, a Coruja percebe com precisão o que realmente
ali se encontra, já que é uma excelente conhecedora dos segredos da noite.
A coruja da
filosofia é a Coruja de Minerva. Minerva é uma deusa romana e seu equivalente
grego é Athena. Athena, a deusa grega da sabedoria, possuía uma Coruja de
estimação que permanecia sempre em seu ombro e lhe revelava as verdades
invisíveis. Essa Coruja tinha o poder de iluminar o lado obscuro da deusa,
capacitando-a a perceber toda a verdade e não apenas aquela parcela da verdade
que podia discernir sem seu auxílio. Em função disso a coruja ficou associada à
deusa da Sabedoria. Eis a ave da deusa da Sabedoria e da Justiça: atenta coruja,
cujo pescoço gira 360º, possuidora de olhos luminosos que, como Zeus, enxergam
“O todo”. Devido a todos esses atributos, a Coruja simboliza também a
Filosofia, os Professores e a proposta de Conhecimentos Sem Fronteiras:
integrar todas as formas de conhecimento com o olhar para O Todo.
A coruja tem a
capacidade de ver uma quantidade de luz 100 vezes a mais que o ser humano. Ela
também tem uma ótima audição. A disposição de seus olhos permite uma ótima
percepção do relevo e da distância. A coruja é capaz de piscar um olho e também
girar a cabeça até três quartos da rotação total, para poder enxergar as coisas
que estão ao seu lado. Assim como muitas aves, são animais muito fiéis ficando
juntos até o fim da vida.
Em latim é
Noctua, “ave da noite”. Noturna, relacionada com a lua, a coruja incorpora o
oposto solar. Observem que Athena é irmã de Apollo (Sol). É símbolo da
reflexão, do conhecimento racional aliado ao intuitivo que permite dominar as
trevas. Apesar de haver uma forte associação desta ave à escuridão e a
sentimentos tenebrosos, o que é natural a um ser noturno, o fato de ela ter
sido (devido a suas específicas características) atribuída à deusa Athena
também a tornou símbolo do conhecimento e da sabedoria para muitos povos.
Publicamente devo confessar que me deixaste sem palavras, mestre.
ResponderExcluirParafraseando o ditado(praticamente um imperativo) popular de que "nada é por acaso", ouso dizer: Nada é sem sentido.
E continuemos a filosofar, a exercitarmos nosso pensamento reflexivo, porque, assim como a coruja, precisamos sabiamente nos mantermos atentos nosso olhar 360º.
Um forte abraço.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCORUJANDO
ResponderExcluirCorujas são aves que prestam atenção
Empoleiradas em árvores ou telhados
Observam o que ocorre aqui no chão
Os eventos não deixam de ser olhados
Certa perspicácia, sua maior qualidade
Elas veem, aprendem e compreendem
Espertas, muito longe da mediocridade
Entre toda avifauna elas surpreendem
Movimentos lentos mostram paciência
Que em outras palavras simplesmente
Só demonstram sua incrível sapiência
Então por possuir essa brilhante mente
Estudiosos os quais dominam a ciência
Entronaram-na como ave mais inteligente.
Muito querido Mestre,
ResponderExcluircom a blogada de hoje e as 11 edições serendipitosas tivemos um excelente minicurso de História e Filosofia da Ciência.
Este 2014 promete aqui,
Michaela
Nada mais apropriado para reverênciar o sábio do que o símbolo da sapiência...
ResponderExcluirAbraços