ANO
8 |
Em trânsito
Frederico Westphalen/Porto Alegre
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EDIÇÃO
2647
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Quando esta
edição entrar em circulação estarei retornando à Porto Alegre depois de minha
jornada de dois dias: um, na capital
do Oeste Catarinense e outro, em uma
das cidades mais importantes do Alto Uruguai gaúcho. A sensação deste retorno é
de missão comprida e cumprida tanto na UFFS em Chapecó ena URI de Frederico
Westphalen. As mais de seis horas de ônibus de agora serão propícias para
embalar sonhos de uma esperada (próxima) viagem de 23 dias de férias que dentro
duas semanas deve estar começando.
Esta é a 11ª
blogada acerca de serendipidade (6 a partir de 14 de dezembro de 2013 + 5 da série
iniciada dia 2) e que se conclui hoje. Esta edição estava programada para
segunda-feira, dia 6. Então, surgiu um assunto imprevisto: era preciso
colaborar a um basta ao consumo exagerado de vitaminas, e a edição de
encerramento (provisório) de temas serendípicos foi postergada para hoje. Antecipo
que teria assuntos, dentro desta perspectiva de descobertas casuais para mais
algumas dezenas de blogadas.
Hoje vou
trazer dois eventos marcados por serendipidade bastantes conhecidos e por tal
não vou trazer detalhes como historiei os anteriores. A fonte é o livro A ciência através dos tempos, no
capítulo 11, que analisa um dos mais férteis períodos da Ciência: a virada dos
Séculos 19/20. Preciso referir que quando relatei ali os dois eventos: descoberta do Raio X e descoberta da radioatividade natural,
não referia a classificação de eventos
serendipitosos, pois a desconhecia classificar assim eventos científicos,
onde o acaso (ou a sorte ou o não previsto) marca a descoberta.
Os raios X, que também são conhecidos como raios
Röntgen ou Roentgen, foram descobertos por Wilhelm Conrad Röntgen (1865-1923), quando , em 8 de
novembro de 1895, trabalhava com uma válvula
de Hittorf, totalmente coberta por uma
cartolina preta
em uma sala
escura . A certa
distância havia uma folha
de papel tratada
com platinocianeto de bário e usada como
tela , que
inexplicavelmente começou a brilhar , com emissão de luz .
Röntgen
repetiu as experiências e elaborou um relatório preliminar à Sociedade Físico-Médica
de Würzburg. A descoberta dos raios X logo
causou comoção no mundo
científico , pois ,
mesmo entre
médicos , havia alguns
que faziam restrições
às intervenções cirúrgicas, pois o bisturi poderia cortar a alma . A descoberta
desfez os preconceitos . Röntgen foi convidado a fazer conferências sobre
sua descoberta
em vários
lugares , mas
sempre recusou por
falta de tempo ,
pois precisava encontrar
a explicação para
o fenômeno . Passaram-se dezesseis anos , até que os trabalhos
de Max von Laue e de Friedrich e Knipping esclarecessem dúvidas
a respeito dos raios
X. Röntgen foi o primeiro laureado com o Prêmio Nobel de Física , em 1902.
A radioatividade foi, muito
provavelmente, a mais revolucionária e a mais
emocionante descoberta
do fim-de-século. Entre aqueles que
receberam relatos e fotografias das descobertas de Röntgen estava um
grande matemático francês ,
Henri Poincaré, que acompanhava com grande interesse os progressos
da física . Poincaré mostrou fotografias obtidas por
raios X em
uma das reuniões semanais
da Académie des Sciences, em 20 de janeiro de 1896, e Henri Becquerel (1852-1908) ficou muito impressionado, considerando a possibilidade de o
fenômeno relacionar-se com
seus trabalhos
de fluorescência .
Becquerel recebeu
— junto com o casal Pierre e Marie Curie —, o prêmio Nobel de Física em 1903.
Ratifico a minha admiração por esses seres abnegados que abrem mão de suas vidas em prol de melhorar a vida de muitos.
ResponderExcluirSERENDIPIDADE?
ResponderExcluirEra um cientista buscador aplicado
O qual em nome da austera ciência
Em seu laboratório vivia enfurnado
Pesquisando com labor e paciência
Por vezes, concentrado transcendia
Não lhe vinha a mente desistir jamais
Porquanto noite transformava em dia
Na sua procura de respostas cabais
Porém, certa feita sem mais aquela
Lhe acode solução por mero acaso
A serendipidade entrou pela janela?
Parece que este nunca será o caso
O cientista havia feito sua parcela
E resposta viria, mesmo com atraso.
Como não consigo ver televisão ou participar de algum entretenimento do gênero, procuro ocupar meu tempo, em tempos de férias, lendo e pensando. Ao pensar na contribuição desses imortais com suas respectivas descobertas, tenho a "quase" certeza de que nenhum deles ficou milionário com isso. Então porque que um simples capitalista, dono de laboratório ou assemelhedo, procura, primeiro ou tão somente, acumular riquezas materiais com a contribuição social de outros??? Maldito "aquele capital" que se apoderou aprisionando a ciência para si em detrimento do acúmulo material. TODOS poderiam ter acesso aos benefícios da ciência e o mundo estaria melhor.
ResponderExcluirQue venham mais blogadas serendípidas.
Grande abraço.