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ANO
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Um domingo
que nos alerta que o badalado ano novo já tem o
seu primeiro mês com quase três semanas vencidas. E os Hemisférios Sul e Norte seguem imersos
nas agruras de verão e de inverno quebrando recordes de máximas e de mínimas nas
medidas de temperaturas ambiente.
Não sei quantos leitores, à primeira mirada, relacionaram o título desta
blogada. Deste terça-feira, em ferramentas internéticas (gerenciador de correio
eletrônico, dicionário, buscadores...) surge insistente um anúncio
mercadológico (ou mercantil?) que no primeiro relance não atinei.
Depois saquei. Veio-me a mente abutres ou corvos carniceiros. É fácil entender
porque próximos a hospitais e unidades de pronto socorro haja, não raro,
funerárias. Quando ocorre uma tragédia — por exemplo, um desastre de avião com
muitos mortos — há os que ‘esfregam as mãos’ pensando em vendas fáceis (e, às
vezes, compulsórias).
Tão logo o MEC publicou os resultados do SISU — sistema informatizado
do Ministério da Educação por meio do qual instituições públicas de ensino
superior oferecem vagas a candidatos participantes do Enem — um urubu festejava
insucessos daqueles que lamentavam ‘não passei no sisu’ e lhe oferecia
mercadoria a custos atrativos para, fazendo cursinho, não dizer mais ‘não
passei no sisu’.
Não deixaram nem o morto esfriar e já ofereciam um novo baile aos menos
aquinhoados. A Educação é realmente uma mercadoria que tem bom mercado. Vendo a
ação de busca a consumidores desafortunados, lembrei do texto: Vende-se tabaco, perfume
importado, Educação e camiseta de marcas*.
*CHASSOT,
Attico. Vende-se tabaco, perfume
importado, Educação e camiseta de marcas, p. 67-82, in Análise dos sistemas de Educação Superior no Brasil e em Portugal.
ARAUJO, C.M.M.; POLIDORI, M.M. Porto Alegre: EdiPUCRS / Editora Universitária
Metodista, 2012. ISBN 978-8599738-19-1
Estes mercadores são imbatíveis. Mas, muitas vezes, são lobos que se trasvestem
de ovelhas, para saquear incautos.
Depois disto: nada mais que votos de um melhor domingo a cada uma e
cada um.
Bah! Professor!...
ResponderExcluirVi a semana inteira este anúncio em prol das ‘vitimas do SISU’ e jamais pensei que era algo de traficantes de Educação.
Obrigado pelo puxão de orelha,
Michaela
VENDILHANDO
ResponderExcluirNum distante país chamado Utopia
Estava capitulado na constituição
Que qualidade de ensino existiria
E povo extasiado louvou a moção
Entretanto há o papel e a realidade
E nem sempre ambos coincidirão
Porque a parsecs da dura verdade
O conteúdo do papel virou palavrão
Escola pública não tinha qualidade
No imenso território é o que se via
Venda do saber grassava a vontade
E vendilhões brindavam com alegria
Nas suas vendinhas por toda cidade
Porque educação virou mercadoria.
Temos hoje em dia também uma importante mudança; a juventude quando diz "quero ser um médico", ou engenheiro, físico etc. Na realidade está dizendo, "quero ter uma vida de", ou seja, almeja os benefícios materiais que vislumbra na pretensa carreira. Conclusão, quando vive a realidade e percebe que nem tudo são flores, se frustra. Não há mais aquela escolha por idealismo, amor a arte, e sim uma mera pretensão financeira.
ResponderExcluirAbraços..
Me lembra uma frase-resposta de um professor chamado Attico Chassot: O QUE FIZERAM COM A EDUCAÇÃO ?
ResponderExcluirAve Chassot,
ResponderExcluirJá vi um imenso aut-dór de cursinho autodeclarando-se: "Especialista em ENEM"…
O banquete vulturino já começou.
O pior é vender conhecimento e mão de obra para esses comércios…
Abraços