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sexta-feira, 22 de março de 2013

22.- ¿A RELIGIÃO TEM FUTURO?





Ano 7***   www.professorchassot.pro.br  Edição 2424
Já em diversas edições, comentei aqui a existência de distintos mentefatos culturais (Ciência, Religião, Mitos, Pensamento Mágico, Senso Comum, Saberes Primevos...) para lermos o mundo. Há uma opção pessoal na escolha de um ou outro. Não está excluída a possibilidade, de em algumas situações, usarmos mais de um destes óculos simultaneamente.
Nos últimos dias com a escolha de um novo líder de uma das religiões com maior número de fiéis, se levantaram vários questionamentos acerca das religiões. Aqui o assunto foi recorrente.
Hélio Schwartsman — bacharel em filosofia e articulista da Folha de S. Paulo — traz uma questão muito pertinente: ¿A Religião tem futuro? O assunto está na p. A2, do dia 19MAR13, data na qual o surpreendente Francisco rezou a missa que inaugurou seu pontificado. Pela atualidade do texto o compartilho aqui com meus leitores.
A RELIGIÃO TEM FUTURO? Agora que a fumaça em torno do conclave que elegeu o papa Francisco se dissipou, arrisco perguntar se a religião tem futuro?
No nível mais fundamental, a resposta é "sim". Depois de uma breve utopia iluminista, na qual a intelectualidade chegou a prognosticar a morte de Deus, o consenso científico parece caminhar para a classificação da religiosidade como um estilo cognitivo que dá mais ênfase às intuições geradas nos lobos temporais do que aos raciocínios lógicos produzidos no córtex pré-frontal. Isso significa que, enquanto contarmos com uma boa variedade de seres humanos, alguns deles deverão permanecer obstinadamente crentes.
Daí não decorre, porém, que os clérigos estejam com a vida ganha. Há uma correlação negativa forte entre desenvolvimento social e religiosidade, da qual a Europa dá testemunho. Nos últimos 30 anos, a tendência geral no continente tem sido de forte queda da fé, como mostram pesquisas que questionam não apenas as crenças dos entrevistados mas também o peso que cada um deles atribuía à religião em sua vida.
Um caso emblemático é o da Suécia. Como mostra Phil Zuckerman, menos de 20% dos suecos acreditam em um Deus pessoal. E este país nórdico, não custa lembrar, é um dos melhores lugares do mundo para viver, com uma democracia sólida, muita riqueza e bem distribuída, um amplo sistema de seguridade social, baixíssimas taxas de criminalidade, ótima educação etc.
No outro extremo, países mais pobres tendem a ser os mais carolas. Pesquisa Gallup de 2009 classificou 114 nações pelo valor que suas populações atribuíam à fé. No topo, com 99% ou mais afirmando que a religião é importante em suas vidas, temos Bangladesh, Níger e Iêmen.
Correlação, como se sabe, não é sinônimo de causa, mas a prioridade que o papa Francisco quer dar aos pobres pode ser, mais do que uma opção, uma questão de sobrevivência.

5 comentários:

  1. Querido Chassot,

    diria que o Papa mais pop é um fruto de uma pressão seletiva muito intensa. Menos discurso intelectual e mais corpo a corpo talvez seja a solução para a crise de fiéis que os católicos vêm sofrendo. O que me preocupa é que aqueles que deixam de ser católicos não viram ateus, mas neopentecostais reacionários, lembrando calvinistas ensandecidos e/ou dominicanos sangüíneos...

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  2. Limerique

    Assim como persiste a superstição
    Crendice vazia sem qualquer razão
    Aquela que toca a alma
    E aflições acalma
    Deverá sobreviver, a religião.

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  3. Desde os primórdios dos tempos que o homem se apoia no místico para ter alento aos seus anseios. Xamãs curavam os guerreiros com suas danças e mágicos gestuais. Na idade média a falta do sangue azul era destino decidido pelo ser supremo. Nos dias de hoje, pobre na terra rico no seu. E há tambem aqueles que professam que o Deus é o do ouro e da prata, só não dizem para quem... Resumindo "Deus" sempre foi um ótimo negócio. Separar o joio do trigo é imprescindível para cada um encontrar a sua paz.

    abraços

    Antonio Jorge

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  4. Prezado Chassot
    É muita ingenuidade daqueles que analisam a questão da fé, da religiosidade, acreditarem que somente a humanidade e a ciência evoluíssem muito nos últimos anos e que a fé, as religiões, o pensamento filosófico não evoluam nada.
    São mentes tão obtusas como as dos fanáticos religiosos.

    abraço
    Ronaldo

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  5. Meu Grande Amigo Mestre Chassot: Lembra mais uma vez: As Estatísticas. Lembrei da regra do nosso amigo Antonio Jorge.A Fundação Getúlio Vargas divulgou uma pesquisa na qual foi atestada que 89% da população brasileira entende que religião é importante e que está havendo um crescimento dos Evangélicose e, por consequência, este fato leva um aumento do número de seitas evagélicas pentecostais e neopentecostais.Eu acho que cada um acredite naquilo que quiser.Particulamente Deus criou a terra e tudo que nela existe. Um forte abraço Ley

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