Minhas
homenagens a uma muito ampla gama de Mulheres que foram/são históricas na minha
vida se faz numa releitura do mito de Pandora.
Há
um amplo espectro de mulheres na minha história: começa com minhas queridas avós
Bárbara e Suzana e se estende, por ora, à chegada em 10JAN13 da doce Betânia,
minha neta mais jovem. Numa história de
quase ¾ de século muitas mulheres marcaram/marcam minha vida. A cada uma
homenageio grato nesta data.
Há
muitas versões ao mito de Pandora. Mostro em A Ciência é masculina? É, sim senhora! que dentre as marcas que
assimilamos, inculcados de nossa tradição grega, podemos encontrar em narrações
dos mitos religiosos fundantes do relacionamento dos gregos com seus deuses, a
versão mítica da origem das mulheres.
Refere-se
ali, uma das muitas disputas entre os deuses. No princípio, os mortais (os
humanos ánthropoi) conviviam com os imortais (os deuses nascidos da
Terra e do Céu), divididos em linhagens paralelas, algumas vezes se
estabeleciam conflitos entre os deuses e os humanos. Estes diferentes gêneros
de seres — mortais e imortais — formavam uma sociedade homogênea em que
felicidade reinava sem reservas.
Mas
um dia ocorre um grave incidente. Prometeu, um deus mais de menor
categoria, teve a ideia de zombar de Zeus — o chefe supremo dos deuses —,
quando da partilha de um boi, destinado a um banquete comum, não lhe dando a
melhor parte. As disputas sucedem-se. Prometeu rouba o fogo do Olimpo e o
presenteia aos humanos, estes até então tidos todos como seres hermafroditos.
Depois de sucessivas perdas e ganhos Zeus resolve dar um mal, como
contrapartida, àqueles que estavam muito felizes com a conquista presenteada
por Prometeu: dá-lhes a mulher.
Os
deuses modelam uma criatura artificial: Pandora, a primeira mulher. Em sua
criação os vários deuses colaboraram com partes; Hefestos moldou sua forma a
partir de argila, Afrodite deu-lhe beleza, Apolo deu-lhe talento musical,
Deméter ensinou-lhe a colheita, Atena deu-lhe habilidade manual, Poseidon
deu-lhe um colar de pérolas e a certeza de não se afogar, e Zeus deu-lhe uma
série de características pessoais, além de uma caixa, a caixa de Pandora.
Este
maravilhoso ser dará origem ao gênero das mulheres, criaturas que trazem aos humanos
a avidez do desejo, o fim do contentamento e da auto-suficiência. Sua chegada
aos humanos decreta a separação de um par hermafrodita ao Pandora capturar para
si a parte masculina. A parte feminina sobrante, busca uma parte masculina de
outro par. Assim se sucede a eterna busca do acasalamento entre o feminino e o
masculino, sempre com a ruptura de casais hermafroditas, formando casais de
mulheres homens.
Pandora traz consigo uma caixa
fechada, de onde deixará escapar, estupidamente, todos os males que pesam sobre
os homens. Só não deixa sair a esperança.
Qual a
releitura proposta aqui e agora? Pandora, assim como Eva — na tradição
judaico-cristã, responsabilizada pela perda do paraíso — é acusada de terminar
com a harmonia em que viviam os humanos parificados como hermafroditos.
Nas
duas narrativas (teogonia grega e Gênesis judaico) machistamente se culpabiliza
as duas primeiras mulheres. Na leitura de nosso DNA grego, ouso propor — e esta
é minha homenagem por este 08MAR13 — que o desencadeamento que Pandora
catalisou é muito melhor que a ‘dita’ harmonia de sermos todos hermafroditos.
Limerique
ResponderExcluirSeja Eva, Pandora, Dilma ou Ester
Aquela que pariu ou outra qualquer
Todas esteios da humanidade
Sem elas não há sociedade
Afinal, melhor que homem só mesmo mulher.
Com a maestria dos sábios mestre Chassot nos comtempla com esta pérola de blogada, atrevo-me a relatar pequeno exemplo de nossa história correndo o risco de trocar algum nome: Na Roma antiga tivemos um Imperador, Justiniano. Justiniano não tinha origem nobre, era apenas um soldado romano que foi colocado no trono por seu tio Justianeu, o qual tambem havia sido apenas chefe da guarda, chegando ao trono por falta de outras opções. A origem dos dois era de família de camponeses. Justiniano era assim um imperador sem muita expressão. Um dia, uma companhia circense de passagem por Roma apresentou um espetáculo no qual uma jovem e bela mulher, de nome Teodora,se apresentava totalmente desnuda com o corpo coberto por grãos e deixava os pombos comerem a totalidade das sementes revelando a sua intimidade. Justiniano ficou perdidamente apaixonado e para desagrado de todos desposou-a.
ResponderExcluirA partir de então teve um firme governo, atravessando severas crises, sempre ao lado da mão firme de sua esposa. Há relatos inclusive que em determinados momentos quis abandonar o trono e fugir de Roma, sendo severamente advertido por Teodora que o ajudou a manter-se no poder.
abraços
Antonio Jorge
Meu caro Antonio Jorge,
ResponderExcluirobrigado por trazeres a importante Teodora, de quem eu não sabia o detalhe da alimentação de aves com bem postas sementes.
Com admiração e gratidão por teus comentários cotidianos,
attico chassot
Pai
ResponderExcluirParabéns para todas mulheres !
Linda homenagem !!
Bernardo