Na
última sexta-feira, por ocasião da evocação do Dia Internacional da Mulher
vi/ouvi em jornal/rádio comentários do tipo ‘essa data não tem sentido celebrar,
pois já somos civilizados; não há mais discriminação’. Houve os mais
preconceituosos que diziam ‘como se trata de um dia internacional, deixe-se
isso para os países árabes; nós brasileiros somos...’.
Irritaram-me
algumas colocações. No dia seguinte, eis a manchete de capa do caderno Cotidiano da Folha de S. Paulo:
País tem 243 denúncias de agressão à
mulher por dia. Surpreso, ou melhor, estarrecido, colho mais
informações: O número de denúncias diárias de violência contra a mulher
recebidas pelo Disque 180 cresceu
quase sete vezes em seis anos. No ano passado, o serviço de atendimento do
governo federal registrou 243 casos por dia. Em 2006, quando a central
telefônica foi criada, a média diária era de 35 denúncias.
Ao
todo, o Disque 180 realizou pouco mais
de 732 mil atendimentos no ano passado — além de denúncias por agressões
físicas e/ou psicológicas, a Central tira dúvidas sobre a legislação e
encaminha alguns casos para outras instituições. O número é superado apenas
pelo total registrado em 2010: 735 mil atendimentos. Em 70% dos casos, o
agressor é companheiro ou marido da vítima.
Para
a socióloga Eleonora Menicucci, Ministra da
Secretaria de Políticas para as Mulheres, a maior confiança na Lei Maria
da Penha — que penaliza o agressor — e a menor sensação de impunidade são
fatores que contribuíram para o crescimento dos relatos.
"O
caso do goleiro Bruno é emblemático. Foi um dos crimes mais bárbaros que já
tive conhecimento, e o impacto da condenação é enorme", afirmou a
ministra.
"Temos
que desencadear campanhas de sensibilização para que haja uma mudança de
mentalidade da sociedade brasileira, que ainda é patriarcal, sexista, muito
homofóbica e racista", declarou a ministra.
A
intenção agora é ampliar o serviço, ainda neste ano, para mais países. Hoje, a
central já recebe ligações de Portugal, Espanha e Itália. A ministra anunciou
ainda medida para garantir assistência jurídica gratuita a mulheres presas ou
acusadas de tráfico internacional de crianças.
Logo,
há que se intensificar alertas em atenção a mulheres. Mesmo no Brasil, elas
continuam sendo vítimas.
Chassot! Mesmo sendo cidadãos do século XXI, onde deveria prevalecer o bom senso e as boas relações sociais e de gênero, ainda o comportamento primitivo e de supremacia masculina parece ser imperativo. Por isso a necessidade de relembrar de forma constante a toda a sociedade as agressões de que são motivo as mulheres. E essa realidade não é exclusividade de países onde predominam costumes e tradições alheias à nossa realidade, como possa parecer. basta que se vejam os números em nosso país, como tu bem trazes em teu periódico. Abraço JB
ResponderExcluirNa realidade o preconceito tem a idade da história. Muitas bandeiras ja foram e ainda são levantadas, porem enquanto as palavras estiverem apenas na "boca" e não no "coração", nada mudará. Temos muitas leis em nosso país, a dificuldade é na forma de aplicá-las. Nossa justiça é engessada, e tudo é postergado para o amanhã. O proprio caso do goleiro Bruno nos demonstra isso. Elisa Samudio já havia procurado a justiça anteriormente para queixar-se das atitudes violentas dele e do seu comparsa "macarrão". A justiça com seus passos de tartaruga só chegou a uma atitute quando a moça já estava morta. A mão assassina que matou esta e muitas outras mulheres não foi só a do seus executores, mas tambem a do nosso judiciário.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
*atitude
ResponderExcluirAntonio jorge
Limerique ligue 180
ResponderExcluirDizem, em briga de marido e mulher
Ninguém deve meter a própria colher
Mas isso é preguiça
É caso de justiça
Ligue se sociedade justa você quer.