Abro
a edição domingueira oferecendo aos leitores duas imagens da fugaz florada de cactos
havida esta semana na Morada dos Afagos. Haviam sido contados pelo menos 28 botões.
As flores fenecem logo ao amanhecer.
Ainda
um detalhe: estes quatro pés são resultados da germinação de minúsculas
sementes que plantei, talvez, há 10 anos. Em outra edição os apresentei tombados,
em consequência de ventos.
Esta
blogada domingueira tem um título esotérico. Conto logo uma historieta. Começo
pelo cenário.
Estive
apenas uma vez em Viena. Foi em minha primeira viagem à Europa em julho de
1989. Recentemente, voltei à linda cidade nas asas da imaginação do livro “A
lebre com olhos âmbar” que foi dica sabática, aqui, em 23FEV13.
Há
quase um quarto de século, um marinheiro de primeira viagem queria ver tudo. A
Gelsa e eu fomos à majestosa Ópera vienense. Enquanto nos encantávamos com o
imponente prédio, vimos a oferta de um espetáculo para aquela noite, por preços
muito convidativos. Não tivemos dúvidas. Compramos.
À
noite, lá estávamos, adequadamente vestidos, para o espetáculo. Quando começou vimos
ser uma apresentação de cinema (= Ópera em Kino), em alemão.
Sem
muita cerimônia, saímos. Explicamos nosso engano e tivemos nossos ingressos
devolvidos.
Evoco
esse ‘feito’ turístico, pois no último domingo, assistimos, em Porto Alegre,
uma linda apresentação de ‘Carmen’ de George Bizet, desde a London Opera House,
do Covent Garden. Era como se estivéssemos em uma das mais importantes casas
operísticas do mundo. Encantou-nos a imponente orquestra (visível na versão cinema,
pois as câmaras, no inicio das duas partes, desceram ao fosso do palco, onde
nas óperas fica a orquestra), os diálogos operísticos (legendados em português)
e o espetáculo teatral, que além das estrelas envolvia mais de 140 atores,
entre os quais um grupo de crianças, um burro, um cavalo e algumas galinhas.
Em
termos de visualizações — com closes de artistas e músicos — certamente erámos mais
privilegiados em relação aos que estavam em Londres. Desta vez curtimos a
‘Opera em Kino’.
Em relação as plantas gostaria de aditar um comentário acerca de seres tão magníficos. Estão ali a oferecer sombra, a purificar o ar, a fornecer alimento, trazer a cura e muitos outros benefícios pelos quais nada pedem em troca. Mesmo quando lhe damos a missão de decorar nossos espaços, tirando-as do habitat natural, as plantas pedem apenas um pouco de água. Muito mais antigas que o homem, presenciaram as mais adversas transformações em nosso planeta resistindo a tudo, e certamente se um dia o homem for erradicado da face da terra, aqui elas continuarão em seu reinado silencioso.
ResponderExcluirLimerique
ResponderExcluirDe fraque, binóculo e abanico
O mestre quis fazer um paparico:
Veja, este é nosso destino
Vamos ver Opera in kino!
Chassot na verdade pagou um mico.
Ave Chassot,
ResponderExcluirtambém assisti à Carmen no domingo, junto de um grupo de alunos que pediram que os acompanhasse em seu debut no mundo operístico.
Estranho não termos nos cruzado! As trevas do cinema obumbraram nosso encontro.
Achei a ópera divinamente cantada, tanto a protagonista Carmen quanto a deuteronogonista Micaëla. O tenor é bom mas não fez o que o papel requer por incapacidade, mesmo assim o todo foi muito prazeroso. Carmen é uma obra prima, genial de Bizet. Uma mulher que defende sua liberdade, uma Hipácia lírica.
Abraços operáticos,
Guy
Meu caro amigo!
ExcluirImaginávamos que lá pudesses estar. A Gelsa, ao sairmos, externou desejo de ouvir tua opinião o espetáculo.
Agora ela a conhece, mesmo que esta esteja penumbrada por este teu obumbrar.
Sei que o novo ano letivo (quase) te submerge. Aguenta-te... de repente é dezembro e já flanas em férias.
Obrigado pelo retorno, com teus sempre apreciados comentários,
attico chassot