O
sábado chega ao ocaso. Não tenho nada escrito que poderia servir para a
blogagem dominical. Lembro-me de meu ex-professor, o finado Pe. Guilherme
Grings, cujo bordão: ‘Nulla dies, sine linea’, mesmo passado mais de 60 anos, não
me deixa passar nenhum dia sem uma linha.
O
sábado teve pela manhã as emoções próprias de março. Estrear em mais uma turma:
o José Clovis Azevedo e eu inauguramos hoje o seminário ‘Educação e Inclusão’
no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão do Centro Universitário
Metodista do IPA. Um excelente programa, para quinzenalmente discutirmos, com
doze mestrandos acerca de proposta para com educação diminuirmos a exclusão.
O
sábado quente oferece outro comentário. Antes porém uma ressalva. Vou comentar
algo acerca de um produto cultural do qual não apenas não tenho expertise e
mais, por ser um péssimo fisionomista, tenho limitações, fazem, muitas vezes,
ter dificuldades de entender os filmes que vejo.
A
Gelsa e eu tínhamos assistido até a noite do Oscar pelo menos cinco filmes
nominados a estatuetas. Mesmo sendo um pseudo-cinéfilo, arrisco-me a citá-los
na ordem de minha preferência, como um todo (isto é não, na refiro destaques de
direção, música, atores...): Amour, Os Miseráveis, Intocáveis, Lincoln e Do
outro lado da Vida.
Na
noite de ontem, vimos o grande vencedor, do qual não sabia quase nada até o
último domingo. Argo é merecedor do
Oscar de melhor filme e muito menos de detalhes secretos de Argo. E, observe-se minha pretensão
de estar avalizando os doutos de Hollywood.
Auxiliado
pela leitura de Rodrigo Zavala, do Cineweb, pode-se sintetizar que, com base em
fatos reais, Argo mostra como foi
engenhoso o resgate de seis diplomatas estadunidenses refugiados na embaixada
canadense no turbulento Irã, em 1980.
A
impactante narrativa centra-se na histórica "crise dos reféns"
(1979-1981), em que os seguidores de Khomeini mantiveram presos, por 444 dias,
52 diplomatas estadunidenses na própria embaixada em retaliação à presença do
antigo xá em território dos EUA.
Argo
conta o que aconteceu com os seis diplomatas que conseguiram escapar à invasão.
Escondidos na embaixada do Canadá, esperavam que a CIA os tirasse de lá o mais
rápido possível.
Entra
em cena o oficial da CIA Tony Mendez (Affleck), que coordena um resgate
rocambolesco. Para entrar no país disfarçado, contrata os serviços do produtor
de cinema John Chambers (John Goodman) e do diretor Lester Siegel (Alan Arkin)
para criarem um falso filme Argo,
cuja história de ficção científica poderia ter como set de filmagens o exótico
Irã.
Com
aprovação dos mais altos oficiais do governo, Mendez patrocina o anúncio do
filme, com contratação de atores, publicidade e até coletiva de imprensa
internacional, enquanto supostamente busca locações para sua pretensa
empreitada. Um jogo de cena para provar ao Ministério da Cultura do Irã que
precisa entrar no país, junto com sua equipe, sob disfarce.
Apesar
de ser uma dramatização, todo o roteiro é extraído de arquivos secretos, só
revelados a público durante o governo de Bill Clinton, em meados dos anos 2000.
E Affleck consegue trazer à tela o drama, com uma direção competente, ao mesmo
tempo em que diverte pelas ironias ao mundo ilusório hollywoodiano, perspectiva
à qual está muito acostumado.
Esta
aí uma dica: vale ver Argo
e com esta sugestão votos de um muito bom domingo a cada uma e cada um.
Limerique
ResponderExcluirEra uma vez uma sétima arte
Que criava universo a parte
Tudo era fantasia
Fato real coloria
Pois esse era seu estandarte.
Uma nova tarefa, muito embora em sendas conhecidas, é sempre um desafio. A busca pela superação é inerente aos sábios.Daí a preocupação do educador. Sócrates ao afirmar "Só sei que nada sei" nos doutrinava a prudência do bom professor.
ResponderExcluirQuanto ao filme os comentários sobre o mesmo são os mais animadores. Vale a dica.
abraços
Antonio Jorge
Limerique
ResponderExcluirEis que era uma fábrica de sonho
Que amenizava mundo enfadonho
Trabalhava com ilusão
E operários da criação
Então a ela limerique componho.
Limerique
ResponderExcluirO cinema explora alvo certeiro
Em geral tema algo corriqueiro
Criador de ilusão
Em geral alto padrão
Só é falso se se disser verdadeiro.