Parece
que mais uma vez se confirma o senso comum: quem entra papável, sai cardeal.
Realmente tivemos surpresas. Já comentei aqui, que há eventos na história da
humanidade que onde estamos (ou, como ficamos sabendo) se tornam referências.
Por exemplo, quem de nós não sabe onde estava na manhã de 11 de setembro de
2001, quando ruíram as torres do WTC?
Hoje
recordei muito como soube da escolha do Cardeal Ratzinger em 2005. Estava no
hall do Centro de Ciências Humanas da
Unisinos com vários colegas, onde se incluíam alguns jesuítas (um dos quais deu
ontem entrevista acerca de seu colega de ordem) e a ouvir a notícia atirei, em
sinal de decepção, os livros que segurava para aula que daria a seguir.
Ontem
estava em uma reunião de pesquisadores do Unilasalle e recém ocorrera a escolha
o Vice-Reitor, Irmão Cledes, deu a notícia. Aos poucos, no trem, fui amealhando
algumas informações. Ao chegar em casa li muitas informações: esperanças e desilusões.
A
Carla, minha nora, telefonou-me para dizer que sua graduação é em Química. Tenho
outra afinidade com o novo papa: como ele, sou filho de ferroviário. Também
somos os dois da gloriosa década de 30, do século passado.
Há
algo que me deu esperança: o nome por ele escolhido. Francisco [de Assis
(1182-1220)] é dos santos da igreja católica que mais admiro. Lembrei-me de um
episódio de sua vida; ele rezava ante um crucifixo que lhe falou: "Vai e
reconstrói a minha Igreja!” Apressou-se a reformar uma igrejinha material e foi
advertido não ser esta, mas a igreja espiritual que devia reformar. Dizem que
ele fez isto. Mas já faz quase um milênio.
O argentino Francisco I, talvez na
sala das lágrimas, ontem tenha ouvido: “Francisco, vai e reforma a minha
Igreja!” Talvez ele mude de ideia e aceite o casamento de homossexuais,
sacerdócio para mulheres, casamento para padres e muito mais.
Que
as três cenas da chaminé da capela Sistina de ontem: fumaça preta pela manhã /
uma gaivota na hora da sesta dos cardeais / fumaça branca pré-anunciando
Francisco I, simbolizem mudanças.
Encerro
a celebração da assunção de Dom Jorge Mario Bergoglio ao apado, transcrevendo uma troca de
mensagens, ocorrida a 17 de fevereiro, com meu colega e amigo portenho Enrique Del
Pércio:
Meu
querido Enrique, esta manhã líamos ‘Macaco Simão’ humorista brasileiro que
escreve na Folha de S. Paulo. A certa passagem, que está abaixo, a Gelsa disse:
“o Enrique deveria conhecer isso:
E os papáveis? Começaram os papáveis!
Tem até papável argentino! Papa argentino não dá certo porque argentino pensa
que é Deus! Acúmulo de funções!
E o Maradona ia ser coroinha! E iam
beatificar a Evita, canonizar a Cristina e espalhar que o Pelé é o anticristo!
Eu já avisei: se o papa for argentino, eu viro evangélico. Mudo pra umbanda!
Rarará!
E atenção! Tem papável brasileiro: dom
Odilo Scherer! Pelo nome dos cardeais brasileiros, o mundo vai pensar que o
Brasil foi colonizado pelos vikings! Se o papa for brasileiro, a fumacinha vai
ser verde amarela.
Um
abraço com saudades, attico chassot
A
resposta veio na hora:
Muy bueno Attico!! Estoy
con Cecilia a la que se lo acabo de leer y compartió mi risa! Qué ganas de
verlos y conversar! Ojalá podamos reencontrarnos pronto!
Un abrazo enorme para vos
y Gelsa, Enrique
Ao meu amigo e guru Científico Mestre Chassot. A decisão supreendeu: O Argentino não aparecia nas últimas listas dos favoritos.Francisco, jovem rico de Assis,Santo Italiano identificado com a paz,fundou a Ordem Franciscana em 1290...Francisco geralmente utiliza ônibus para trabalhar, e com ele leva seu " Diário de Viagem," onde está lá problemas interno no Vaticano ( escândalos) trazer a Paz, serenidade e renovação Como ele cozinha suas próprias refeições ,quem sabe? dará receita Rarará . Um abraço Ley.
ResponderExcluirToda mudança é um lume de esperança. O problema é que algumas situações chegam a um ponto tão extremo que geram mudanças radicais, vide a reforma. A igreja católica se resume em poder, poder este que que se esvai pelo longo dos tempos, há que se renovar a fé e repensar seus dogmas. Que o quente sangue latino coloque-a nos trilhos. Perdemos o Hugo ganhamos o Francisco.
ResponderExcluirPs: Mestre Chassot, ouvi na imprensa que este será apenas Francisco, sem o I, talvez queira ser único.
abraços
Antonio Jorge
Limerique
ResponderExcluirCardeais do Brasil naquele conclave:
Dom Odilo eleito será sem entrave
Mas surgiu argentino
Mui esperto, imagino
E bola brasileira bateu na trave.
Limerique
ResponderExcluirReuniu-se um colegiado bizantino
Que sem noção cometeu um desatino
Entre beijos e tapas
Escolheram o papa
Infelizmente Jorge Mário, argentino.
Limerique
ResponderExcluirNo futebol só dá nós, brasileiros
Contra Argentina somos primeiros
Mas nessa tal religião
Nós ficamos na mão
Elegeu-se papa, Francisco primeiro.