Já
em diversas edições, comentei aqui a existência de distintos mentefatos
culturais (Ciência, Religião, Mitos, Pensamento Mágico, Senso Comum, Saberes
Primevos...) para lermos o mundo. Há uma opção pessoal na escolha de um ou
outro. Não está excluída a possibilidade, de em algumas situações, usarmos mais
de um destes óculos simultaneamente.
Nos
últimos dias com a escolha de um novo líder de uma das religiões com maior
número de fiéis, se levantaram vários questionamentos acerca das religiões. Aqui
o assunto foi recorrente.
Hélio
Schwartsman — bacharel em filosofia e articulista da Folha de S. Paulo — traz
uma questão muito pertinente: ¿A Religião
tem futuro? O assunto está na p. A2, do dia 19MAR13, data na qual o
surpreendente Francisco rezou a missa que inaugurou seu pontificado. Pela
atualidade do texto o compartilho aqui com meus leitores.
A RELIGIÃO TEM
FUTURO?
Agora que a fumaça em torno do conclave que elegeu o papa Francisco se
dissipou, arrisco perguntar se a religião tem futuro?
No nível mais fundamental, a resposta
é "sim". Depois de uma breve utopia iluminista, na qual a
intelectualidade chegou a prognosticar a morte de Deus, o consenso científico
parece caminhar para a classificação da religiosidade como um estilo cognitivo
que dá mais ênfase às intuições geradas nos lobos temporais do que aos
raciocínios lógicos produzidos no córtex pré-frontal. Isso significa que,
enquanto contarmos com uma boa variedade de seres humanos, alguns deles deverão
permanecer obstinadamente crentes.
Daí não decorre, porém, que os
clérigos estejam com a vida ganha. Há uma correlação negativa forte entre
desenvolvimento social e religiosidade, da qual a Europa dá testemunho. Nos
últimos 30 anos, a tendência geral no continente tem sido de forte queda da fé,
como mostram pesquisas que questionam não apenas as crenças dos entrevistados
mas também o peso que cada um deles atribuía à religião em sua vida.
Um caso emblemático é o da Suécia.
Como mostra Phil Zuckerman, menos de 20% dos suecos acreditam em um Deus
pessoal. E este país nórdico, não custa lembrar, é um dos melhores lugares do
mundo para viver, com uma democracia sólida, muita riqueza e bem distribuída,
um amplo sistema de seguridade social, baixíssimas taxas de criminalidade,
ótima educação etc.
No outro extremo, países mais pobres
tendem a ser os mais carolas. Pesquisa Gallup de 2009 classificou 114 nações
pelo valor que suas populações atribuíam à fé. No topo, com 99% ou mais
afirmando que a religião é importante em suas vidas, temos Bangladesh, Níger e
Iêmen.
Correlação, como se sabe, não é sinônimo
de causa, mas a prioridade que o papa Francisco quer dar aos pobres pode ser,
mais do que uma opção, uma questão de sobrevivência.
Querido Chassot,
ResponderExcluirdiria que o Papa mais pop é um fruto de uma pressão seletiva muito intensa. Menos discurso intelectual e mais corpo a corpo talvez seja a solução para a crise de fiéis que os católicos vêm sofrendo. O que me preocupa é que aqueles que deixam de ser católicos não viram ateus, mas neopentecostais reacionários, lembrando calvinistas ensandecidos e/ou dominicanos sangüíneos...
Limerique
ResponderExcluirAssim como persiste a superstição
Crendice vazia sem qualquer razão
Aquela que toca a alma
E aflições acalma
Deverá sobreviver, a religião.
Desde os primórdios dos tempos que o homem se apoia no místico para ter alento aos seus anseios. Xamãs curavam os guerreiros com suas danças e mágicos gestuais. Na idade média a falta do sangue azul era destino decidido pelo ser supremo. Nos dias de hoje, pobre na terra rico no seu. E há tambem aqueles que professam que o Deus é o do ouro e da prata, só não dizem para quem... Resumindo "Deus" sempre foi um ótimo negócio. Separar o joio do trigo é imprescindível para cada um encontrar a sua paz.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Prezado Chassot
ResponderExcluirÉ muita ingenuidade daqueles que analisam a questão da fé, da religiosidade, acreditarem que somente a humanidade e a ciência evoluíssem muito nos últimos anos e que a fé, as religiões, o pensamento filosófico não evoluam nada.
São mentes tão obtusas como as dos fanáticos religiosos.
abraço
Ronaldo
Meu Grande Amigo Mestre Chassot: Lembra mais uma vez: As Estatísticas. Lembrei da regra do nosso amigo Antonio Jorge.A Fundação Getúlio Vargas divulgou uma pesquisa na qual foi atestada que 89% da população brasileira entende que religião é importante e que está havendo um crescimento dos Evangélicose e, por consequência, este fato leva um aumento do número de seitas evagélicas pentecostais e neopentecostais.Eu acho que cada um acredite naquilo que quiser.Particulamente Deus criou a terra e tudo que nela existe. Um forte abraço Ley
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