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terça-feira, 5 de março de 2013

05.- LAUDANDO O SETE



Ano 7*** www.professorchassot.pro.br Edição 2406
Na publicação de um blogue diário, é natural que surjam edições muito dispares. Às vezes, há blogadas que chego a pensar que merecerão uma placa e ... outras há que entram no gosto de leitores imprevistamente.
De minhas croniquetas mais recentes, é a da última quinta-feira, 28FEV13, que tem mais sacação, quando infiro o porquê da data escolhida para a resignação foi no dia de Júpiter.
Sábado um leitor escreveu desde Niterói: Mestre Chassot, por uma feliz coincidência estamos discutindo em nossas aulas de filosofia na faculdade a origem dos nomes da semana e meses. Pediria ao Mestre autorização para imprimir estas últimas blogadas e apresentá-las em sala de aula, juntamente com a referência ao seu blog, do amigo e eterno aprendiz, AJ.
Outros leitores manifestaram surpresas acerca dos nomes dos dias da semana. Respondi para o Antônio Jorge, que cada um dos sete capítulos de meu livro Sete escritos sobre Educação e Ciências [detalhes em www.professorchassot.pro.br ~~Livraria Virtual] traz um frontispício relacionado com cada um dos dias da semana. O conjunto destas sete aberturas forma um hebdomadário.
Essa palavra não é usual em nossas falas, talvez até por exigências de quase habilidades fonéticas especiais. Mas ela tem um significado trivial: semanal ou relativo à semana, ou ainda, que se renova a cada semana. Também como substantivo, pode ser sinônimo de semanário ou de publicação ou de evento que aparece regularmente a cada semana. Realmente poderia parecer pedante alguém se referir ‘ao nosso encontro hebdomadário’. Na vida monacal medieva o hebdomadário era aquele que nos mosteiros e nos cabidos dos cônegos tinha um ofício litúrgico a cumprir por toda uma semana, como, por exemplo, celebrar a missa comunitária, fazer as leituras canônicas ou aquelas do refeitório etc. Assim, esse hebdomadário catalisou as referências a algumas blogadas.
Pois esse hebdomadário surge no meu livro quase ao acaso, como resultado do número quase cabalístico de capítulos deste livro. Sabemos o quanto o sete é fortemente místico, relacionado, por exemplo, como os sete dias da criação, sete sacramentos, sete selos no livro do apocalipse, sete obras de misericórdia, sete pecado capitais (a gula, a vaidade, a cobiça, a ira, a preguiça, a luxúria e a mentira), as sete musas, as sete pragas no Egito, os sete anos de farturas e os sete anos de miséria e o próprio nome de Deus, segundo os gnósticos, seria composto por sete letras: IEHOUAH – Jehovah. Como segundo os mais ortodoxos não se deve pronunciar ou mesmo escrever o nome de Deus, para cumprir tal impasse se suprime as vogais reduzindo-se o nome a JHVH ou em português D**S ou em inglês: G*D.
Quando do relato do primeiro crime presente nas narrativas ancestrais de nossa tradição judaica cristã, encontramos a referência à morte de Caim que seria vingada sete vezes. Sete foram os demônios expulsos de Maria Madalena. Jesus, ao revolucionar a lei mosaica do olho por olho, dente por dente, assegura que, deveríamos perdoar ao irmão não apenas sete, mas setenta vezes sete vezes.
Deixando de lado as ligações religiosas, poderíamos falar nas sete cores do arco-íris, nas sete notas musicais ou nos sete dias de duração de cada um dos quatro ciclos lunares, totalizando 28 dias, equivalentes ao ciclo hormonal feminino. Nessas associações, talvez recordemos a clássica dança dos sete véus, que evoca os mistérios femininos, simbolizados pela lua que se esconde e se expõe: o segredo oculto atrás de um véu, que recobre outro véu e assim sucessivamente. Poderia dizer, como brincadeira, que as razões da definição do número de capítulos deste livro é um segredo mantido a sete chaves.
Nesta ‘magia’ do sete que se inclui o hebdomadário com cada um dos sete dias da semana dedicado aos sete corpos celestes que há milênios são objeto de observação dos humanos. Eles voltarão, aqui em outro momento. Mas já antecipo um bom dia de Marte a cada uma e cada um.

2 comentários:

  1. Frequentemente encontro pessoas que vivem uma verdadeira adoração as referências místicas. Não saem de casa sem antes ler o horóscopo, não dispensam a cartomante, devoram obras e obras de numerologia. Conhecem o mapa astral de cor e salteado. Sexta-feira treze? Se possível embaixo da cama. Interessante como estes parâmetros passam a direcionar determinadas pessoas em suas amizades e atitudes e relacionamentos amorosos.
    Me recordo de um colega de trabalho, admirador inverterado do jogo do bicho, que uma vez me disse entusiasmado acerca de um resultado do jogo do dia anterior: -"Viu só Jorge? Deu o número do final do cpf da minha sogra ao contrário, eu podia ter ganhado..."

    abraços

    Antonio Jorge

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  2. Limerique

    Sete virtudes e sete pecados são
    Numerologia é mera superstição
    Mas para o místico homem
    As incongruências somem
    Entre fatos e números faz conexão.

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