ANO.pro.br***Edição
2378
Vivemos, nesta terça-feira o não-feriado mais feriado do Brasil. Não vou trazer análises que — exceções feitas ao Estado do Rio de Janeiro e à cidade de Salvador
(BA), que possuem leis que consideram a
terça-feira de Carnaval como feriado — no resto do país hoje não
é feriado e que assalariado que deve trabalhar hoje não ganha adicional ou se
faltar pode ser descontado.
Aliás, ontem fizemos um ensaio
de um dia não-feriado se fazendo feriado quando, por exemplo, em Porto
Alegre, os ônibus rodaram com tabela-horário de domingo, irritando aos
trabalhadores que não tinham a benesse de feriado.
Mas, a segunda-feira atípica
teve reviravoltas maiores. Muito de repente houve algo que tirou a madorra da
manhã ressacosa.
Liámos, Gelsa e eu, ‘Música
para quando as luzes se apagam’ — provável dica do próximo sábado — de Ismael
Canappele [de quem no domingo enviara ‘texto-modelo’ a meu sexteto de
orientando]. Era o primeiro e-livro,
comprado no dia anterior, que curtíamos juntos. A Gelsa atende a um telefonema.
Eu, então, aproveito e com curiosidade consulto o correio eletrônico.
Há um segundo limerique do Jair
C. Lopes — que a cada dia brinda meus leitores com um poemeto acerca da blogada
do dia — e ele avisa: mero oportunismo, nada tem a ver com
o assunto do blogue. Eis o que leio incréu:
Pois
renunciou ao papado o Bentão
Conservador
até medula era então
Mas
o catolicismo liberal
Dobrou-lhe
a coluna afinal
O
pontífice não aguentou a pressão.
Não acreditei no que lia.
Talvez uma brincadeira do Jair. Não. Cessa tudo. As (des)venturas do herói de Caneppele
em Lajeado são abandonadas. Entramos no mundo global. O Planeta se embasbaca.
Nós nos embasbacamos.
Dou-me conta que é num
comentário do blogue que fico sabendo daquela que certamente se faz em uma das
notícias mais bombásticas. Há mais de meio milênio não havia notícia similar.
Entramos nas emissoras de
vários países. Atônitas conjecturas. Especulações. Perguntas sem respostas. Por
que dia 28? Por 20h? E tantas questões pertinentes e muitas outras impertinentes.
Como um filme, surgem mortes e eleições
de papas que acompanhei. Vejo-me dobrando o sino da igreja dos poloneses, na
av. Eduardo, em 1958 pela morte de Pio 12 — o papa em cujo pontificado nasci — e
logo depois acompanhando a eleição de João 23, de breve, mas significativo papado.
Em 1963, a morte do bom papa João e a ascensão de Paulo 6º, vivermos algo singular:
1978 — o ano de três papas; morre Paulo 6º em agosto / em setembro é eleito
João Paulo 1º, que governa apenas 33 dias / em outubro começa o longo
pontificado de João Paulo 2º.
Em 2 de abril de 2005 foi a
morte de João Paulo 2º depois de longa agonia quase pública. Do renunciante de
agora, lembro do anúncio de sua eleição em 19 de abril. Eu era, então, professor da Unisinos. Estava com vários
colegas. Inclusive jesuítas, no hall do Centro de Ciências Humanos:
lancei os livros que tinha em mãos ao chão, decepcionado com o anuncio do nome
de Joseph Ratzinger. Agora aguardar um novo conclave para envolver nossas
expectativas em março. Aguardemos.
Limerique
ResponderExcluirEra uma vez um certo alemão
Que se tornara big boss da religião
Um dia acordou cedo
Sem demonstrar medo:
Não mais sou papa, sou apenas Bentão!
Limerique
ResponderExcluirAcossado por dúvidas atrozes
Dizendo ter ouvido certas vozes
Bento pediu a conta
E como pessoa tonta
Vou embora que tenho esclerose!
Limerique
ResponderExcluirO papa Bentão deixou os atavios
Até fim do mês está de aviso prévio
Ele se despede do papado
Põe chinelas de aposentado
Diz que a idade tornou isso óbvio.
Temos um 2013 que promete muitas novidades, de renuncia de Papa a passagem de asteróide. Dia 14 teremos o 2012 da14 raspando nosso planeta.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Momento complicado na religião mesmo!!
ResponderExcluirEspero apenas que sejam explicitados realmente os motivos da renúncia!
E que venha outro Papa!!