Eis uma das manchetes da Folha
de S. Paulo, do último dia 01FEV13: “Hospitais recuam e liberam trabalho de doula
durante o parto”. Acredito que muitos (mesmo letrados) ao lerem a
manchete a ficaram devendo. O meu corretor do word não conhecia o que é doula.
O excelente dicionário Priberam
é esclarecedor: DOULA (inglês doula, do grego
doúle, mulher escrava) s. f. Mulher que dá apoio e formação a outra mulher
durante a gravidez, no parto e após o parto.
A Wikipédia, quanto a
etimologia, acrescenta: A palavra "doula"
vem do grego antigo, na qual se escrevia δούλη: o ditongo ού ("ou")
lê-se "u". Doula, em grego, significa literalmente escrava: desde a
antiguidade, a palavra designa uma criada doméstica ou escrava. Como a palavra
tem essa conotação negativa na Grécia, lá a profissional moderna é chamada de
"assistente de parto". Traduziu-se, livremente, como "a mulher
que serve".
Há vários sítios
acerca de ‘doulas’. Dois ‘parecem’ oficiais: www.doula.org.br
& www.doula.com.br
O primeiro é da ANDO
— Associação
Nacional de Doulas. No segundo, há dados de ‘discutíveis’ pesquisas que anunciam: a atuação
da doula no parto pode diminuir em 50% as taxas de cesáreas; em 20% a duração
do trabalho de parto; em 60% os pedidos de anestesia; em 40% o uso da oxitocina;
e em 40% o uso de forceps.
Há informações explicitas que
doulas não são parteiras. Mesmo sendo anunciados cursos há informações
explicitas que a profissão não é. ainda, reconhecida.
A notícia da Folha explicava: Os
hospitais Santa Joana e Pro Matre Paulistana recuaram nesta semana da decisão
de restringir a entrada de doulas — mulheres com experiência em maternidade que
dão assistência a grávidas antes, durante e após o parto.
Ainda no final deste janeiro, a
imprensa trazia comunicados dos hospitais que permitiam a entrada das doulas
apenas se elas fossem a única acompanhante da mãe, tirando, assim, o lugar do
pai da criança. Os hospitais alegavam que a medida era para "manter os
baixos índices de infecção hospitalar nas unidades".
Esta decisão gerou a
mobilização de gestantes e ativistas nas redes sociais em defesa dessas
assistentes, que não têm a atividade regulamentada no Brasil. Na foto de Yasuyoshi Chiba, AFP uma grávida
em manifestação pró humanização do parto.
Em 2012, a presença das doulas
na hora do parto chegou a ser proibida pelo Cremerj (Conselho Regional de
Medicina do Estado do Rio de Janeiro). O veto, porém, foi derrubado pela
Justiça Federal. Há associações médicas no Brasil que — corporativistamente — bradam:
‘não há saúde sem médicos!’
Agora, unidades de saúde
decidiram fazer o recadastramento das doulas para que elas possam estar na hora
do parto junto com o acompanhante da gestante, na maioria das vezes, o pai da criança.
Pertenço a uma geração que
usualmente nasceu em casa com assistência de parteiras que acompanhavam a mãe antes,
durante e após o parto. Minha mãe teve sete filhos (o 3º e 4º gêmeos) dos quais apenas o último (nascido em
1954) foi em hospital. Nos seis em casa houve acompanhamento de parteira,
também antes e depois do parto. Lembro das herméticas visitas da dona Jupira,
especialmente em pré-natais.
Talvez, assim como ainda
recentemente a acupuntura era considerada uma prática charlatã e hoje é especialidade
médica, as doulas, em breve, sejam reconhecidas. ¿Será que os médicos também vão
querer, como na acumpuntura, querer exclusividade?
Disse Sergio Sérvulo da Cunha na introdução do seu "Dicionário Compacto de Direito" Editora Saraiva 4ª edição, " O conhecimento não é produto que se possa comprar, pronto e acabado, numa prateleira, mesmo que seja da melhor biblioteca. Copiar é a melhor maneira de se extraviar, pensando e criticando é que se faz ciência."
ResponderExcluirAs doulas fazem ciência...
abraços
Antonio Jorge
Limerique
ResponderExcluirDe repente a coisa se faz normal
Entra em cena Doula profissional
Tanto mãe como bebê
Que bom, veja você
São assistidos em parto natural.