Mais um sábado — para muitos é o
de adeus às férias — e neste blogar diário, sábados, já há quase seis anos,
usualmente é dia de dica de leitura. Mas hoje não vou comentar o livro que
acenara aqui.
Na terça-feira, quando referi o contexto no qual
recebera a patética notícia da resignação de Bento 16, narrei que Gelsa e eu fruíamos,
no momento, ‘Música para quando as luzes se apagam’ —
o primeiro e-livro que líamos juntos,
comprado no dia anterior. Anunciava, então, que livro de Ismael Canappele seria
a provável dica do próximo sábado.
Ocorreu-me outra ideia: ampliar
ao universo de meus leitores o presente que ofereci no último domingo a meu
sexteto de orientandas. Todas envolvidas na elaboração de suas teses e
dissertações. Muitos já me ouviram dizer algo de raso senso comum: Para escrever bem há que ler bons textos.
E, mesmo no período em que se está tecendo trabalhos acadêmicos é importante
ler, inclusive, bons livros de ficção. Isto talvez tenha sabor de transgressão,
pela não dedicação integral aos fazeres acadêmicos.
Ofereci a elas, então o texto: “Perdas irreversíveis, ganhos inesperados”, de Ismael Caneppele — publicado
na contracapa do caderno de Cultura de
Zero Hora, do último sábado —. Ele está em: ismaelcaneppele.wordpress.com Antecipo: é
um texto para ser apreendido e meditado. Ele vale ser lido tanto pelo conteúdo
quanto pela forma.
A Editora Jaboticaba* [que publica o livro que
referi] destaca que Ismael Caneppele já é uma das mais importantes revelações
da literatura brasileira contemporânea. Além de escrever romances, divide seu
tempo desenvolvendo argumentos e roteiros para cinema e viajando para pequenas
cidades, preferencialmente cortadas por trilhos de trem. Morou na Alemanha e na
Croácia, onde foi assistente de direção em ópera e ator de teatro. *www.editorajaboticaba.com.br/
Nos meses de janeiro e fevereiro, o escritor volta
a morar em Porto Alegre e publica, aos sábados, a coluna 'A estética do calor'
no Cultura de Zero Hora. Os textos
anteriores se encontram no mesmo endereço.
Acerca de ‘Música
para quando as luzes se apagam’ adiro a apresentação da editora trazendo excertos
da mesma: “Canappele
caminha na contramão. Com uma prosa elegante, que transmite emoção direto na
veia e frases construídas sem nenhum pudor, uma história é contada: vinte dias
na vida de um garoto de 14 anos, morador de uma cidade do interior, no sul do
Brasil.
Totalmente confessional, bem ao estilo de O apanhador no campo
de centeio, de Salinger, ou Sonhos de Bunker Hill de John Fante, as palavras
jorram como se saídas diretamente da cabeça do narrador, expressando sua
confusão e questionamento a respeito de si mesmo e do mundo. A trilha sonora de
bandas como The Cure, Strokes, Radiohead, Legião Urbana é companheira
inseparável dos momentos de reflexão. As letras e as melodias destas músicas
fornecem muito mais respostas para seus conflitos do que as conversas com seus
pais, figuras alienadas à vida do menino.”
Na expectativa de curtição de um domingo de 25
horas que advém, desejo um ótimo sábado, com momentos de boas leituras também.
Sensacional a dica sabática. No meu caso em particular tive uma experiência recente que o texto me voltou a lembrança. Ao encontrar um velho amigo de infância, do tipo "o melhor amigo", reparei que o mesmo escondia amargurado a dor de uma separação. Fazia relatos carregados de uma emoção disfarçada. Não tive o mesmo cuidado que o autor, e por algumas vezes perguntei pelo problema recebendo respostas rápidas e evasivas.
ResponderExcluirNa realidade, em cima de nosso passado construímos mundos mágicos alternativos onde tudo de bom acontece, somos o "mocinho" e o final é sempre feliz.
abraços
Antonio Jorge
Limerique
ResponderExcluirAgora se tornou uma rotina
Acompanhar aquele que ensina
Chassot mostra o caminho
Nos vamos devagarzinho
Tateando na fabulosa mina.
Um gênio assim, só poderia ter sido moldado nos palco.... hahahahahha
ResponderExcluirAbraços
sacanagem !
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