Um
domingo quaresmal que quase despede fevereiro e abre uma semana na qual na quinta-feira
teremos um espetáculo quase circense. Desde o dia 11, quando numa segunda-feira
o Vaticano teve mais paetês que a Marquês do Sapucaí, a cada dia, o anúncio da
resignação de Bento 16 fica mais apimentados.
Fala-se
em dossiês escabrosos (homossexualismo, pedofilia, malversação de milhões de
euros) que, talvez, catalisaram a inusual renúncia do trono pietrino. Ratzinger
provavelmente silenciará sobre as verdadeiras razões.
Há
os que dizem que os documentos são falsos. Isso não seria uma situação inédita.
Esta está no nosso cotidiano.
Por
exemplo, quando se fala em ‘novas realidades’ presente na escola há um destaque
para a presença cada vez maior da apocrifia [característica ou condição
do que é apócrifo (= que não é do autor a que se atribui)] que se traduz num
copismo (quase) incontrolável e na invasão de instituições com méritos como a
Wikipédia.
Não
é sem razão que se diz que Ctrl C & Ctrl V são duas das ferramentas para
fazer trabalhos escolares — e aqui há um amplo espectro desde os trabalhos de
pesquisa no ensino fundamental até teses doutorais. Já existem,
ofortunadamente, buscadores que, com muita eficiência, detectam as situações de
apocrifia.
Talvez,
a apocrifia hoje tão presente na internet tenha a idade da escrita. Temos até
evangelhos apócrifos.
Há
textos apócrifos de rara beleza. Há outros que são atribuídos a personalidades
proeminentes para dar força a palavra.
Esta
domingueira traz este preâmbulo para justificar a publicação de uma afirmação
muito provavelmente apócrifa. Eu a assinaria, mas não teria ressonância. Como o
seu presumido autor esteve muito presente nesta semana aqui ela faz o mote da
blogada de hoje.
Com
publicação nesta terça-feira do interrogante Deus hipotético, L.F.
Veríssimo por referir a parábola do Dostoievski sobre o encontro do
Grande Inquisidor com Jesus Cristo ensejou um tríduo dostoievskiano nos três
dias seguintes.
Apócrifo ou não Veríssimo poderia fazer a
afirmação e certamente continuaria colunista de O Globo. Outros perderiam o emprego.
Um bom domingo a cada uma e cada um. Aos
cinéfilos, curtidas torcidas pelos seus filmes nesta noite de Oscar.
Limerique
ResponderExcluirO texto deu-me uma enorme alegria
De outro autor, mas meus termos trazia
Em seguida, decepção
Sem fonte, sem citação
Tratava-se de flagrante apocrifia.
Vou cometer a ousadia de discordar de Veríssimo. Muito embora o BBB não esteja no topo de minhas preferências, também não está execrado de minha programação. Assistir ao comportamento humano, até que ponto vão as pessoas, mascarando suas reais intenções em busca do sagrado metal é no mínimo interessante. Vejo também uma grande pobreza de espírito nos produtores quando da criação dos quadros e brincadeiras, mas eventualmente vale observar. Afinal não vamos ao teatro? Na minha ótica o BBB é uma grande peça do teatro da vida real.
ResponderExcluirabraços
antonio jorge
Prá mim, que assiste BBB é idiota.
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