ANO.pro.br***Edição
2378
Conheço
muito poucos dos meus leitores. Sei que tenho uma leitora fiel em Maravilha, SC.
Tenho informações acerca do número de acessos de qualquer cidade do mundo. Esta
blogada dominical é para ela, que me contou que as edições de domingos são
especiais, pois servem para distraí-la enquanto acompanha o marido no culto
dominical.
Ruy
Castro, um de meus cronistas preferidos da Folha escreveu, na última segunda-feira.
Na p A-2:
Bumbuns não beijados
"Em bunda que mamãe beijou vagabundo nenhum põe tarja", disse certa
vez Paulo Francis, na Redação do "Correio da Manhã". Significava que
ele nunca sairia por aí apregoando o logotipo do fabricante de suas roupas. E
olhava com ar de reprovação para a etiqueta de couro no bolso traseiro do meu
jeans, onde se lia, em quase meio palmo, a palavra "Lee"
--obrigatória no bumbum dos garotos de 1968, mesmo os de alguns repórteres do
"Correio da Manhã".
Francis
tinha razão: nada mais cafona do que uma pessoa se vestir pendurada de marcas,
como um piloto de Fórmula 1. Mas isso se tornou quase impossível de evitar,
porque os logos vêm conspicuamente impressos nas camisas, calças e até cuecas.
Pagamos por um produto e ainda temos de alardeá-lo pelas ruas.
Humilhação
equivalente é a que estão se submetendo as escolas de samba cariocas em 2013.
Com o declínio dos bicheiros, que sempre as sustentaram como extensões naturais
de seus domínios, elas tiveram de se virar para levantar dinheiro. E foram
buscá-lo em empresas privadas, governos estaduais e países estrangeiros. É
assim que, entre outros, a revista "Caras", os criadores de cavalos
manga-larga, a Alemanha e a Coreia do Sul botaram o seu neste ano.
Nada
demais nisto — as escolas, por mais tradicionais, nunca foram o reduto da
pureza, e não haveria problema em que, em seus ensaios, barracões e quadras, os
logos dos patrocinadores fossem exibidos com destaque. Mas o samba perde em
dignidade quando esses exigem ver seus prosaicos produtos cantados na avenida
como, no passado, se cantavam Zumbi e a princesa Isabel.
No
futebol, a mesma coisa. Ontem, ouvi o Campeonato Paulista ser chamado de
"Paulistão Chevrolet". Estranhei. Depois entendi: ninguém na
Federação se preocupou em defender o bumbum que a mãe deles beijou.
ESTIMADO MESTRE!
ResponderExcluirFaceira fiquei eu com a blogada de hoje...obrigada...
ontem quando voce escreveu sobre parto natural...lembrei novamente meus pais...nos nascemos no interior de Santo Cristo,Rio grande do Sul...so com ajuda de parteiras e vizinhos...a mae contava que quando comecava as dores do parto o pai pedia para o vizinho buscar a parteira e ele ficava confortando a mae...ate que chegava a parteira, vinda de cavalo, unico transporte disponivel...e assim foi...hoje tem uma retomada da sabedoria destas parteiras...quando nasceu minha neta, nos USA, eles ja valorizam muito o parto humanizado...o marido tem orientacoes para ficar junto e muito valorizado a ajuda das parteiras...
Muito querida Elzira,
Excluirfico feliz por te sentires homenageada com a faceira blogada domingueira.
Quando vejo, a cada dia Maravilha com acesso ao blogue, não há como lembrar a cena de me levares de uma palestra, na corrida à rodoviária, oferecendo-me um sanduíche como almoço quando partia, não recordo para ontem.
Muito pertinente teu comentário acerca das doulas ‘percorrendo’ uma trajetória desde tua infância ao nascimento de tua neta nos Estados Unidos.
Um afago carinhoso a uma faceira leitora cotidiana,
attico chassot
O domínio do capital em nossas vidas impõe cada vez mais um novo regramento. Quem sabe com a crise financeira da NASA em breve nosso esperado "2012 da14" passará a ser chamado de "SKOL da14", ou até "COKE da14"
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Limerique
ResponderExcluirMerchandising de segunda a segunda
Assim sendo até nossa alma afunda
Atleta vertendo suor
Transformou-se em outdoor
E tem logotipo colado na bunda.
Olá prof. Chassot,
ResponderExcluirSe o sr. lembrar de mim, ficarei muito contente. Sou de Santa Cruz, e tivemos uma breve, mas agradável conversa na UNISC(o Iuri estava junto), durante a Feira do Livro daqui no ano passado.
Achei muito interessante esta sua postagem e já adicionei seu blog à minha lista de favoritos, para lembrar de acessá-lo com mais frequência. Tenho um programa na rádio comunitária aqui de SCS, sobre cultura, atualidades, música e informação. Vou ler teu post no ar, pois é propício ao momento, indicando seu site aos ouvintes, se não se importa.
Salve bravo Marcelo,
ResponderExcluirum disseminador de Cultura,
recordo com emoção a feira do livro de SCS!
Fico honrado se meu blogue puder ser instrumento de alfabetização cientifica que busco fazer a cada dia.
Com admiração o entusiasmo do
attico Chassot
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