Inauguro
fevereiro anunciando que as edições de sábado e domingo serão postadas da Serra
Gaúcha. Pela manhã, depois da Academia, a Gelsa eu partimos para Canela e
Gramado. Temos companhias muito especiais. A Liba e o Antonio. Serão 91+5 anos
curtindo a relação bisavó e bisneto. Depois da trazida deste recorte ferial,
algo ainda muito pessoal.
Há muitos anos
(mais de um quarto de século), comentei, após ler ‘O Alquimista’ que não havia
gostado. Uma de minhas filhas foi categórica: “Pai, tu tens ciúmes do Paulo
Coelho!” Ronronei um ‘pode ser’ engasgado.
Não li, não
conheço ninguém que leu ‘Um mundo, um mundo: a Educação reinventada” de um
meteórico mago que é feito estrela de primeira grandeza. Talvez, meus
comentários possam ter a mesma interpretação dada pela Ana Lúcia. Conformo-me
até porquê, mesmo não sabendo explicar: a inveja é um pecado adjetivado também como
santa.
Vi no anúncio
acima: “A história e as ideias do maior professor do mundo”. Que ranking é
esse? Na mesma peça, a opinião de dois empresários. Um profeta: “Khan vai revolucionar
o sistema educacional do mundo inteiro...”; outro, um visionário: “... o
tremendo potencial da educação universal on-line para qualquer criança, em
qualquer lugar, a ter sucesso...”.
Estarreço-me!
Leio mais uma
notícia: “A presidente Dilma Rousseff convidou o professor Salman Khan para
desenvolver pesquisas educacionais e pedagógicas aqui no Brasil. Conteúdos para
a educação básica, que reforçariam o pacto nacional pela alfabetização na idade
certa. Afinal, o professor Khan é considerado hoje o cara da educação digital’.
Quem é o cara?
Quem é Salman Khan? Há dois destaques homônimos: Um, famoso ator indiano
nascido em 1965 e outro (o cara), nascido em 1977, em Nova Orleans, Luisiana,
Estados Unidos. Filho de mãe indiana e pai bengalí. É engenheiro e matemático formado
no Instituto Tecnológico de Massachusetts e também na Universidade Harvard e criador
da Khan Academy, uma instituição sem fins lucrativos que publica vídeo aulas no
YouTube e permite que qualquer pessoa as acesse. Seus alunos estão espalhados
pelo mundo e incluem até Bill Gates, que acompanha as aulas com seus filhos.
Um de seus fãs
brasileiros destaca: “Ele tem um tom de voz que faz parecer ser um daqueles
professores legais e humorados. Posso baixar os vídeos e fazer meus horários...
Até tirar dúvidas de coisas que não entendo nas enciclopédias livres em
português. Poderia ter aulas ao vivo com ele, seria ótimo, mas os vídeos são
excelentes!”
E sua formação
como educador ‘para tornar-se o maior professor do mundo? Há quase cinco anos,
Khan ajudava uma prima de 12 anos que tinha dificuldade em Matemática. Ela
estava em New Orleans, ele, em Boston. Nesse período, Khan chegou a criar um
software de exercícios, mas depois descobriu que a melhor solução seria gravar
vídeos e colocá-los no YouTube, pois poderia ensinar uma vez e ser visto várias
vezes. No começo, os alunos eram outros parentes. Em um mês, chegaram os
primeiros e-mails de agradecimento de estranhos. Os vídeos começaram a ser
vistos centenas, depois milhares de vezes. Em 2009, abandonou o emprego para
dedicar-se integralmente ao projeto.
Nada a
acrescentar. Talvez, seja mesmo inveja. Mas, tenho outros nomes em meu ranking.
Agora votos de
uma boa sexta-feira. Amanhã lemo-nos de Canela!
Professor Chassot,
ResponderExcluirDiscordo não é (santa) inveja e uma santa e justa indignação.
Esta blogada é uma busca da dignidade da nossa profissão de professor.
Se senhor Khan desenhasse um portão para a casa da prima, ou lhe sugerisse um chá de funcho, ou, ainda, lhe ajudasse a fazer uma procuração seria ele alardeado como o maior arquiteto ou médico ou advogado do Planeta.
Valeu sua blogada denunciando a picaretagem tão badalada.
Com admiração
L L L
ExcluirEstimado colega Laurus,
obrigado pela solidariedade trazida em teus sempre pertinentes comentários.
Realmente um mago encontrou o Santo Graal: vídeos são agora um tremendo potencial educação universal.
Termine-se com as licenciaturas, mestrados e doutorados em Educação.
Valeu L L L
attico chassot
Caro Chassot,
ResponderExcluirAntes de meu indefectível limerique, uma observação: também li "O Alquimista" e alguns outros livros inciais do Paulo Coelho e afirmo que não gosto do escritor. Aliás, costumo dizer que leio de tudo com duas exceções: Paulo Coelho e livros de auto ajuda que, na minha opinião, quem leu um leu todos. Abraços, JAIR.
Esqueci de dizer. Os primeiros livros de P. Coelho era plagiários dos livros de Carlos Castaneda, autor de "A erva do Diabo", "Viagem a Ixtlan" e outros.
ExcluirLimerique
ResponderExcluirSe tu buscas em livros "bons" conselhos
Ou autor que de outro é espelho
Por favor não se iluda
Leia livro de auto ajuda
E culmine a leitura com Paulo Coelho.
Polemico, meu caro Chassot, o assunto que trazes nesta blogada de hoje. E sei desta polemica porque nesta modalidade tenho, posso assim referir, quase cinco anos de labuta sem ainda uma opinião conclusa a respeito. Alguns cursos de que participei como Tutor possuiam carga de 100% a distancia, sendo outros com porcentagens igualitarias presencial e à distância. Observa-se que em alguns casos não há como se afastar definitivamente do contato com o aluno, e há a necessidade de uma troca presencial, principalmente no tocante à avaliação. Uma certeza já temos, eu e o grupo que estudamos a modalidade aqui em Porto Alegre, nos cursos tecnicos, neste momento: a EAD está aí, e por conta do grande desenvolvimento tecnológico impregna todos os ambientes de construção do conhecimento. O que agora mais nos preocupa é como fazer uso desta ferramenta da forma mais adequada em prol da educação. E que ela tenha a mesma transformação e resultados preconizados por Paulo Freire. Agora, fazer tábula rasa dos grandes mestres que se debruçaram/debruçam sobre o assunto educação, elegendo um "curioso" que afirma ter descoberto a roda de outra forma, é muita pretensão... Abraço - JB
ResponderExcluirGostaria de citar neste ranking o saudoso Darcy Ribeiro e seu projeto educacional mais conhecido como "Brizolão". O projeto consistia em escolas estratégicamente espalhadas inicialmente no estado do Rio de Janeiro, e posteriormente por todo Brasil. As escolas eram construídas com estruturas pré-moldadas as quais seriam fabricadas no sambódromo durante todo o ano, parando apenas para o desfile do carnaval. Para quem não sabe a idéia original do sambódromo era essa, uma fábrica de escolas. Nos "Brizolões", nome original CIEPS, a criança entrava pela manhã e só saía a noite.Dentre outros inúmeros benefícios tinha acesso a uma boa alimentação, a um lazer controlado com direito a piscina, campo de futebol etc. Era dada tambem uma assistência aos pais que recebiam cestas básicas a qual servia a família e a complementação da alimentação do aluno a noite. Era a soluçao para o Brasil a médio e longo prazo.
ResponderExcluirEsbarrou este projeto na podridão de nossa política.
O sr. Moreira Franco, após derrotar o então governador Brizola nas urnas, em sua primeira medida desativou o projeto dando início a um sucateamento destas escolas. Criou em seu lugar, se não me falha a memória um projeto chamado de CIACS que consistia na reforma das antigas escolas. Não é preciso dizer que este medíocre projeto não foi além. Não faço aqui apologia a Leonel Brizola, ou crítica a Moreira Franco, faço justo elogio ao professor, sociólogo Darcy Ribeiro e sua brilhante idéia.
abraços
Antonio Jorge
Limerique
ResponderExcluirPois esse maior professor do mundo
Professor de ensinamento fecundo
Revolucionou a educação
Que não é um bicho papão
Me parece enrolador, lá no fundo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirChassot,
ResponderExcluiré revoltante. Sempre olhei com desconfiança qualquer tipo de aula por vídeo... E ainda não tenho opinião formada sobre cursos EAD... Aula é ação, emoção e sentimento. Ensinar é conhecer o aluno e não dar macetes práticos e aulas engraçadinhas pelo Youtube. Isto é uma febre, questão de algum tempo surge outro Gêngis Khan. Não significa que não ache válido videozinhos instrutivos e inovações no ensino criadas pelo incensado "professor", mas colocá-lo como o salvador da colheita é estultice.
Certa vez, em uma oficina disse que o Brasil era um país onde jogadores de futebol ganhavam 1 milhão e professores ganhavam 1 mil. Um sujeito na platéia rebateu: - Professor, o Ronaldinho daria uma aula. Mas o senhor não jogaria bola como ele. Trepliquei: - Mas o Ronaldinho tem nos pés uma bola, eu (e todos professores) tenho nas mãos o futuro da nação.
O grande problema é que as pessoas acham que qualquer louquinho da enchente pode dar aula, isto não é verdade. Um professor precisa ser qualificado para sua função tal como um médico. Precisa conhecer as psicodinâmicas do aprender, saber didática e pedagogia e criar seu estilo próprio. Ensinar é mais uma arte do que uma ciência.
Portanto, entojo-me de uma revolta tesa e piedosa, do mago Khan e de quem caiu no conto do vigário...
Querido mestre,
ResponderExcluirnão é inveja o que me move a compartilhar o que penso ao ler sua blogada.
É antes a preocupação de que, ao que parece, os centauros da educação permanecem no obscuro tempo da recusa.
Um tempo em que as supostas facilidades virtuais banalizam a importância da presença chegando mesmo a dispensá-la.
Que nos neguemos, sempre de novo ao conformismo de um tempo que insiste em recusar o Cuidado como formador e sustentador do humano.
Grande abraço
Iliria
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMestre Chassot,
ResponderExcluirQuando conheci o trabalho de Salman Khan, em fevereiro de 2012, fiz um comentário no Facebook. Marquei o senhor na publicação.
Um abraço.
Quando li a matéria da revista Veja sobre a iniciativa de um norte-americano de origem indiana, Salman Khan, senti-me um tanto quanto estranho, mas de inicio não entendi o porque. A minha confusão só aumentava à medida que lia mais e mais matérias a respeito da Khan Academy, uma fundação sem fins lucrativos criada em 2006 pelo americano Salman Khan que disponibiliza mais de 3 mil vídeos, em sua maioria de ciências da natureza e matemática contando também com vídeos de outras áreas. [...] O fato é que o trabalho docente com qualidade é incompatível com a rotina de bóia-fria ou de caixeiro viajante às quais estão sujeitos atualmente os professores, sobretudo da rede pública da minha região. Do que adiantaria traduzir as aulas da Khan Academy (aliás, Decepcionei-me com os erros que encontrei em vídeos traduzidos para o português) ou produzirmos material nacional sem antes democratizar a internet banda larga? Como distribuiríamos esse tipo material para quem mais precisa dele que são os estudantes de pontos distantes dos grandes centros? Infelizmente, na empolgação da novidade, muitos esqueceram desses pequenos detalhes que citei nesse texto e se deixaram levar pelo apelo midiático, pelos elogios de Bill Gates e pela ânsia de uma renovação mágica na nossa educação.
ResponderExcluirIntegra em http://www.facebook.com/fabio.batistadacosta/posts/180818682031073?comment_id=1829965
Vale conhecer a integra de Fábio Batista da Costa em http://www.facebook.com/fabio.batistadacosta/posts/180818682031073?comment_id=1829965
ResponderExcluirAmigo,
ResponderExcluirentristeci-me ao ver o doutíssimo senhor Dr. Salman Khan na Globo News pontificando sobre sua panacéia...
A Globo endossa e apóia este tipo de teratologia. Como disse um amigo meu: a Globo é a qualidade a serviço da desqualificação.
Olha o que escrevi no Face espinafrando o vigário:
Acabo de ver um documentário onde um sujeito que atende por Salman Khan diz ter encontrado uma fórmula mágica, uma panacéia para a Educação: vídeos (!)... Como ninguém pensou nisso antes?? Deve ser um gênio mesmo este Salman. Acho que agora posso dormir tranqüilo, pedir minha aposentadoria por invalidez e passar o resto da vida dedicando-me à jardinagem (até que descubram uma forma de substituir todas as flores e plantas vivas por telas de LCD ou projeções holográficas que façam os jardins ficarem "ultrapassados").
Abraços revoltosos!
teu,
Prof. Me. Guy Barcellos
Biólogo, Mestre em Educação em Ciências e Matemática / PUCRS
Doutorando em Educação em Ciências e Matemática / PUCRS
Docente de Ciências e Biologia do Instituto Estadual de Educação Paulo da Gama
Docente do Colégio João Paulo I