Ano
7*** PORTO ALEGRE Morada dos Afagos ***Edição 2021
Este
segundo domingo é muito especial. Este ser especial se faz em duas dimensões: pessoal e social. Na pessoal vou destacar duas efemérides
deste dia; na social vou conferir a data a celebração deste blogue que marca
a imprensa brasileira e também internacional desde quinta-feira.
Primeiro
as duas efemérides pessoais. Trazê-las da intimidade à extimidade se dá no
desejo de compartilhar com meus leitores emoções. Esta tem sido uma marca
continuada de meus blogares diários nestes mais de seis anos.
Hoje
é o aniversário do Bernardo. É o meu
filho mais velho. Tê-lo tão amorosamente querido, me faz entender um pouco, na
tradição judaica, o denso significado da primogenitura. É o nascimento da
primeira filha/ do primeiro filho que nos unge em um dos mais densos rituais de
passagem da evolução humana: a paternidade.
Há porque este domingo ser tão especial.
Este
domingo se faz muito um domingo de
advento. Quando suas longas 24 horas fluírem na ampulheta que parece ter um
engasgue para retardar a fluidez, eu estarei indo ao aeroporto para advento da Gelsa que retorna depois de
longos 120 dias de ausência. Não havia ainda experimentado tão extensa saudade.
Houve aprendizados.
Na
dimensão social há uma celebração que devia já ter acontecido. Nesta quinta e
sexta feira estive sem computador que acessasse o editor do blogue e não
homenageei o pranteado Oscar Niemeyer, falecido na quinta-feira. Não vou
espraiar-me nas retas e curvas de seu centenário viver. A imprensa fê-lo com méritos.
Por exemplo, na sexta-feira dia 7, a Folha de S. Paulo publicou um caderno
especial de dez páginas.
Pinço,
por primeiro, das muitas homenagens, a mensagem comovente da Presidente Dilma
Rousseff – "A gente tem
que sonhar, senão as coisas não acontecem”, dizia Oscar Niemeyer, o grande
brasileiro que perdemos hoje. E poucos sonharam tão intensamente e fizeram
tantas coisas acontecer como ele. A sua história não cabe nas pranchetas.
Niemeyer foi um revolucionário, o mentor de uma nova arquitetura, bonita,
lógica e, como ele mesmo definia, inventiva. Da sinuosidade da curva, Niemeyer
desenhou casas, palácios e cidades. Das injustiças do mundo, ele sonhou uma
sociedade igualitária. “Minha posição diante do mundo é de invariável revolta”,
dizia Niemeyer. Uma revolta que inspira a todos que o conheceram. Carioca,
Niemeyer foi, com Lúcio Costa, o autor intelectual de Brasília, a capital que
mudou o eixo do Brasil para o interior. Nacionalista, tornou-se o mais
cosmopolita dos brasileiros, com projetos presentes por todo o país, nos
Estados Unidos, França, Alemanha, Argélia, Itália e Israel, entre outros
países. Autodeclarado pessimista, era um símbolo da esperança. O Brasil perdeu
hoje um dos seus gênios. É dia de chorar sua morte. É dia de saudar sua
vida."
Minha homenagem se adensa com uma notícia, que relata uma
das mais bonitas manifestações que um ilustre morto possa merecer em rituais de
despedidas: Um grupo de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
(MST) prestou uma homenagem a Oscar Niemeyer durante o velório do arquiteto no
Palácio do Planalto.
Portando bandeiras, camisetas e bonés do movimento
entraram na fila do público que deu o último adeus ao arquiteto. No momento em
que entraram no Salão Nobre, os sem-terra se posicionaram diante do caixão para
ler um manifesto. Ao longo dos cerca de três minutos de homenagem, os membros
do movimento classificaram o idealizador dos principais monumentos de Brasília
de “um sábio, solidário e comunista”.
Eu
plagio um pouco Caymmi: É doce morrer
assim aos 104 anos!
Mestre
ResponderExcluirPara ajudar a fluir mais estas 24 de advento...um pequeno comentario ...
a minha leitura continuada do teu blog e minha motivacao intelectual...obrigada...estava pensando nete grande homem..Oscar Niemayer e hoje o comentario dele...e a leitura de sabado...muito bom...o comentario ...o que ficou de voce ...a vontade de sorrir..achei maravilhoso......bom domingo mestre...
com carinho
Elzira
Elzira querida leitora cotidiana,
Excluirque bom estar em Maravilha por estes blogares de cada dia.
Um muito bom e reflexivo domingo
attico chassot
Com os votos de um domingo recheado de alegria com tão esperado reencontro.Afinal o mestre deve ter tido por suas as palavras do poeta e cantor Djavan por divesrsas vezes; "Um dia frio Um bom lugar prá ler um livro E o pensamento lá em você"
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Limerique
ResponderExcluirTalvez a maior ofensa ao seu legado
Fazer culto com o corpo ali velado
O comunismo ele adotou
Linha que jamais desviou
Niemeyer, convicto ateu declarado.