Ano
7*** PORTO ALEGRE Morada dos Afagos ***Edição 2023
A
blogada desta terça-feira tem um desenho diferenciado. Vou desvelar (e aqui, cabe
a ação verbal: vou reapresentar tema que está um pouco esquecido). Começo comentando
algo sobre anticlericalismo e, depois, busco justificar porque resolvi
desembolorar assunto que antes eu não examinara.
Abro
com duas consultas ao Priberam:
Anticlerical:
(adj. 2g.) Que, geralmente sem atacar a religião, combate abertamente o clero e
as estruturas da igreja.
Anticlericalismo:
(s. m.) 1. Sistema que pretende que o clero se ocupe apenas do espiritual dos
fiéis. 2. Conjunto de ideias anticlericais. Que faz oposição ao clero, quanto
às suas ideias e preponderância.
A
Wikipédia registra o verbete, transcrito a seguir, com original ilustração: Na Dinamarca a escultura de um
tiranossauro pastoreando ovelhas foi a forma artística escolhida para criticar
a influência do papa e da Igreja Católica sobre o ocidente.
Anticlericalismo
é um movimento histórico que se caracteriza por condenar a influência dominante
de instituições religiosas, especialmente do clero da Igreja Católica (padres e
bispos), sobre aspectos sociais e políticos da vida pública. Sua atitude denota
uma crítica à instituição eclesiástica e à hierarquia católica em geral, o que
não implica necessariamente em anticristianismo, ou seja, o sujeito pode-se ser
anticlerical e cristão.
O
anticlericalismo propugna pela separação e não interferência entre as esferas
do poder religioso e do civil. O ativista anticlerical critica a ação política
das instituições religiosas.
O
anticlericalismo é mais frequente no cristianismo, mas há atitudes
anticlericais nas demais religiões.
O
anticlericalismo foi um sentimento presente no iluminismo, Revolução Francesa,
revoluções proletárias e/ou socialistas. Como consequência, existem países
laicos que barraram (ou reduziram) a influencia clerical em sua política (e até
mesmo estatizando as propriedades clericais), servindo de exemplo, Países como
França, Cuba, Venezuela, Itália, República Tcheca etc.
Parece,
salvo uma avaliação mais precipitada, que neste século 21, diferente do começo
da segunda metade do século passado, o anticlericalismo está mais tenuemente
presente. Antes, talvez, por mais forte interferência das igrejas no mundo
laico, eram mais fortes as bandeiras anticlericais.
Estas
reflexões nos remetem ao Século 18, o Século
das Luzes, de onde o alerta kantiano ainda ressoa: Sapere aude! Tem coragem de pensar! Liberta-te daqueles que querem
pensar por ti e pensa! Então, aparece a figura proeminente daquele que foi
ícone do anticlericalismo: o Livre pensador: Voltaire.
François
Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire (Paris, 21 de novembro de 1694 —
Paris, 30 de maio de 1778), foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo
iluminista francês.
Conhecido
pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civis,
inclusive liberdade religiosa e livre comércio. É uma dentre muitas figuras do
Iluminismo cujas obras e ideias influenciaram pensadores importantes tanto da
Revolução Francesa quanto da Americana. Escritor prolífico, Voltaire produziu
cerca de 70 obras em quase todas as formas literárias, assinando peças de
teatro, poemas, romances, ensaios, obras científicas e históricas.
Foi
um defensor aberto da reforma social apesar das rígidas leis de censura e
severas punições para quem as quebrasse. Um polemista satírico, ele
frequentemente usou suas obras para criticar a Igreja Católica e as
instituições francesas do seu tempo. Ficou conhecido por dirigir duras críticas
aos reis absolutistas e aos privilégios do clero e da nobreza. Por dizer o que
pensava, foi preso duas vezes e, para escapar a uma nova prisão, refugiou-se na
Inglaterra. Durante os três anos em que permaneceu naquele país, conheceu e
passou a admirar as ideias políticas de John Locke.
Mas
porque a trazida deste assunto hoje? Amanhã, vou trazer um texto de dolorosa
atualidade: pedofilia na igreja. Não conhecêssemos o autor, membro de destaque
de uma ordem religiosa católica, diríamos que se trataria de um escritor
anticlerical, que ‘usa a pena qual espada!’. Confiram então!
Todo organismo poderosmo, e a igreja segue a regra, tenta impor suas "verdades absolutas". No feudalismo a igreja impunha ao fiéis; "és pobre e seu senhor rico pois é a vontade de Deus" e gerações de miseráveis passavam a míngua e a servidão sob a égide do destino. Mas o discurso não mudou muito, agora é "pobre na terra, rico no céu".
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Limerique
ResponderExcluirPaís constitucionalmente laico
Governado por cérebros prosaicos
Igreja dá as cartas
Revel a Magna Carta
O Brasil é um Estado arcaico.