Ano
7*** PORTO ALEGRE Morada dos Afagos ***Edição 2014
Esta
edição dominical abre com votos a cada uma e cada um dos leitores para que o
primeiro dos cinco domingos de dezembro (= o primeiro dos quatro de Advento)
seja muito curtido.
As
domingueiras exigem assuntos curtos, prosaico e de preferência sem muitas
exigências reflexivas. Vou cumprir o design.
Hoje,
Porto Alegre — e grande parte do Rio Grande do Sul se associa aos rituais de
sua capital — vive celebrações de despedidas.
O
ponto nevrálgico está próximo de um local onde havia um estádio que se chamava
“da Colina Melancólica”. Era o estádio do Cruzeiro, transformado “Cemitério
Ecumênico João 23”, local para se contemplar uma das mais belas paisagens da
Capital. Os mortos aqui têm ‘vistas lindas e consolidadas.
É
nas imediações da Colina Melancólica que hoje ocorre a grande despedida a um
estádio. Ele, ainda não é sexagenário, mas já tem morte anunciada.
Há vários cemitérios nas
proximidades do estádio Olímpico, em Porto Alegre. Também um crematório e
funerárias. Mas o luto que impregna a região por estes dias é mais amplo: um
mundo e um tempo estão morrendo à medida que o Grêmio joga neste domingo sua
última partida — e, um Grenal — no histórico Olímpico Monumental.
A partir do próximo
domingo, dia 9, este será substituído pela Arena, na zona norte da cidade, e a
construção ovalada onde o clube gaúcho fez suas principais campanhas ao longo
de 109 anos de existência será implodida. O mesmo destino que teve o estádio do
Renner, na avenida Farrapos com a Sertório, onde no final dos anos 50, eu fui a
primeira vez a ‘um jogo de campeonato’. Cada vez que passo por ali, lembro-me
de uma noite, na qual deixei de trabalhar mais cedo no bar Caçula e tomei o
ônibus Navegantes L4, para conhecer o futebol da Capital que recém me acolhia.
O E. C. Renner fora campeão gaúcho em 1954.
Não fui
muitas vezes ao Olímpico. Isto teve um ônus. O Bernardo e o André são
colorados, pois sua avó materna, mais zelosa (leia-se fanática) que eu, fez do
Beira-Rio uma escola mais efetiva.
Ao lado de
minha estada no Olímpico, no dia 20 de outubro — que contei, no dia seguinte
aqui —, que fui com meus netos Guilherme e Felipe e com minha filha e genro Ana
Lúcia e Eduardo, amealho uma estada histórica no Olímpico Monumental, que
merece registro aqui.
No dia 30
de agosto de 1963 — então aluno do 2º ano do curso de Química —, estive na
abertura da III Universíade de
Verão. Este evento realizado em Porto Alegre até 8 de
setembro fez a cidade ser modificada porque as provas aconteceram em diversos
locais— para tal foi construído o Ginásio que esta na esquina da Ipiranga com a
Silva Só. A Universiade até hoje considerado o maior evento realizado na
história da cidade até realização das diferentes edições do Fórum Social
Mundial.
A
competição esportiva hoje não muito conhecida do grande público, apesar de
manter sua regularidade, mas nos anos de Guerra Fria tinha significativa
importância, só perdendo em grandiosidade para as Olimpíadas. A edição de Porto
Alegre envolveu disputas entre 27 países em 9 modalidades esportivas, com mais
de 700 atletas. Estes ficaram alojados na ‘Vila Olímpica’, com blocos com os
nomes dos continentes, após transformada em conjunto residencial, no bairro
Partenon, não muito distante do campus da PUC. Na lista de medalhas falta a Iugoslávia com uma
medalha de bronze.
A este
histórico 30 de agosto de 1963, junto a fria manhã de sábado, 5
de julho de 1980, quando nas imediações do Estádio Olímpico, com o André e o
Bernardo, juntei-me a cerca de 330 mil pessoas, para assistir a missa celebrada por João Paulo II,
na única vez que Porto Alegre e eu vimos um papa e que se disse ‘gaúcho’, que
era para ser curto.
As evocações espraiaram
o texto. A homenagem ao moribundo Olímpico esta feita. Os rituais serão mais
significativos se ao anoitecer, terminado o Grenal, o Grêmio deixar, pela vez
derradeira, o seu já cinquentenário reduto como Vice-Campeão brasileiro de
futebol.
Caro Chassot,
ResponderExcluirnão sei se a tua última "oração" será atendida... talvez. Entretanto, a evocação da III Universíade me fez recordar o Colégio Estadual Cândida Fortes Brandão, de Cachoeira do Sul, no nosso querido vale do Jacuí, no qual cursava a 5ª série do Curso Primário: preparava-me para o Exame de Admissão ao Ginásio. A Universíade foi tema de redação e quem sabe, o que me salvou nas notas de Português, visto que tinha facilidade para escrever.
Muito boa evocação! Um ótimo domingo para ti!
Um abraço,
Garin
Muito querido colega e amigo Garin,
Excluirlinda a tua dádiva de Advento: matar saudades de teus comentários aqui.
Surpreende-me como em 1963 a Universiade pudesse ser tema de redação no exame de admissão da piazada lá nas barrancas de nosso Jacuí.
Claro que minha prece que faz a clausura da blogada não nos irmana. Temos coisas melhores a nos unir.
Um abençoado advento e desejo de outras visitações a este blogue nos quais catalisaste inovações,
attico chassot
As edificações de uma cidade contam nossa história. Infelizmente o progresso e as conveniências políticas são como o rolo compressor a passar impiedoso por cima de tudo. Resta-nos os relatos, as conversas informais para tornarem vivas e eternas nossas memórias.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
eu caro Antonio Jorge,
Excluira especulação dos territórios urbanos ~~ chamada progresso ~~ trasvestes as cidades.
Resta-nos contar suas histórias.
Tua Niterói não é exceção.
Bom domingo a ti e aos teus,
attico chassot
O estádio foi inaugurado em 19 de setembro de 1954, com uma capacidade máxima de 38 mil pessoas. Em 1980, o estádio foi ampliado e sua capacidade aumentada para 85 mil pessoas Em 1990, as arquibancadas do anel superior foram contados, e o Monumental Olímpico da capacidade diminuída para 51.081 pessoas. O jogo foi disputado em 19 de setembro de 1954, quando o Grêmio venceu Nacional do Uruguai por 2-0. O primeiro gol do estádio foi marcado por Vitor do Grêmio jogador. Recorde do estádio atendimento atualmente está em 85.721, defina em 26 de abril de 1981, quando a Ponte Preta venceu o Grêmio por 1-0. Grêmio venceu a Copa Libertadores no Estádio Olímpico Monumental em 29 de julho de 1983, depois de derrotar o Peñarol , do Uruguai, em um jogo difícil. Grêmio irá mover-se do Estádio Olímpico Monumental para a nova Arena do Grêmio, em dezembro de 2012. (Wikipédia).
ResponderExcluirPor isso imagino o quanto saudoso será esse domingo tão singular (místico) para todos os Gaúchos e Portos Alegrenses. Recordo-me aqui de dois grandes amigos dos tempos de caserna, St Beker (Grêmio), e 1º Sgt Márcio (colorado), com os quais pude ver a importância que esse monumento esportivo tem para os Gaúchos. Em nome desses dois amigos e do Mestre Chassot o qual passei a admirar, eu quero expressar a todos os Gaúchos meus votos de profundo pesar.
O estádio foi inaugurado em 19 de setembro de 1954, com uma capacidade máxima de 38 mil pessoas. Em 1980, o estádio foi ampliado e sua capacidade aumentada para 85 mil pessoas Em 1990, as arquibancadas do anel superior foram contados, e o Monumental Olímpico da capacidade diminuída para 51.081 pessoas. O jogo foi disputado em 19 de setembro de 1954, quando o Grêmio venceu Nacional do Uruguai por 2-0. O primeiro gol do estádio foi marcado por Vitor do Grêmio jogador. Recorde do estádio atendimento atualmente está em 85.721, defina em 26 de abril de 1981, quando a Ponte Preta venceu o Grêmio por 1-0. Grêmio venceu a Copa Libertadores no Estádio Olímpico Monumental em 29 de julho de 1983, depois de derrotar o Peñarol , do Uruguai, em um jogo difícil. Grêmio irá mover-se do Estádio Olímpico Monumental para a nova Arena do Grêmio, em dezembro de 2012. (Wikipédia).
ResponderExcluirPor isso imagino o quanto saudoso será esse domingo tão singular (místico) para todos os Gaúchos e Portos Alegrenses. Recordo-me aqui de dois grandes amigos dos tempos de caserna, St Beker (Grêmio), e 1º Sgt Márcio (colorado), com os quais pude ver a importância que esse monumento esportivo tem para os Gaúchos. Em nome desses dois amigos e do Mestre Chassot o qual passei a admirar, eu quero expressar a todos os Gaúchos meus votos de profundo pesar.
Limerique
ResponderExcluirO Grêmio com um estádio monumental
Coloca-se no nível máximo mundial
Mas isso é mera ilusão
A realidade é pé no chão
Só existe valor em vencer um Grenal.