Chegamos a um fim de semana. Mesmo sem viagem a semana foi
densa em atividades no Centro Universitário Metodista do IPA. Além de aulas de Teorias
do Desenvolvimento Humano em duas turmas, na terça-feira tive a fala “Um fim de tarde com Ciência” para
docentes do curso de Enfermagem. Ontem, à noite, desenvolvi o tema "Criação ou transformação do conhecimento:
como se dá o conhecimento científico?" em seminário da Profa. Marlis
Morosini Polidori, no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão. Esta
manhã, tenho duas falas: uma “O gênero da
Ciência” no seminário Educação e Inclusão que partilho com o Prof. José
Clovis de Azevedo; outra: Sala de aula: limite
ou transgressão? em parceria com o Prof. Jeferson Dutra, no Encontro de
formação continuada de Docente do IPA.
Quero falar de um seminário –
e vou de novo a etimologia
de semente e aqui
seminário é ‘canteiro onde se semeiam vegetais que depois serão
transplantados’ — que faz semeadura de livros .
Refiro-me à sementeira de leituras, que quer ser a cada sábado este blogue, honrando
uma tradição que começou em 4 de abril de 2009, por sugestão do leitor Marcos
Vinicius Bastos, então meu aluno no curso de História do Centro Universitário
Metodista do IPA.
Neste mês de outubro, abri pelo menos uma dúzia de palestras
e aulas homenageando (como fiz aqui em 02OUT12) o renomado historiador
britânico de esquerda Eric Hobsbawm, cuja obra influenciou estudantes e
políticos por toda a Europa e em outras partes do mundo, morreu em um hospital público
de Londres na segunda-feira, dia 1º aos 95 anos. Ele semeou livros a mancheia.
Queria, nesta homenagem, dentre dezenas destacar um: Pessoas extraordinárias: Resistência, Rebelião e Jazz. (São Paulo: Paz e
Terra, 1998, 432 p. ISBN 83-219-0319-7) ele contempla pessoas cujos nomes são
conhecidos apenas pelos parentes e pelos vizinhos.
É desta forma, aparentemente pouco convidativa, que o
ilustre historiador, nos convida para conhecer, por exemplo, a história de um sapateiro
ou de um mineiro que chegou a prefeito de sua cidadezinha.
As pessoas extraordinárias desfilam no sumarento livro em
quatro passarelas distintas: 1) a
tradição radical, com 10 capítulos, onde conhecemos, por exemplo, o
nascimento de um feriado: primeiro de maio. 2) camponeses, com três capítulos, sobre a ocupação de terras por
camponeses. 3) história contemporânea,
com 5 capítulos, onde conhecemos sobre o Vietnã e a dinâmica das guerrilhas e
Maio de 1968. 4) Jazz, com oito
musicais capítulos, dos quais um sobre Billie Holiday.
Espero que o aperitivo trazido tenha seduzido leitores. Para
mim foi muito bom retomar o livro para com ele desejar o melhor sábado a cada
uma e cada um.
Caro Mestre Attico, além da proveitosa indicação sabática, fiquei feliz com a justa menção a Monteiro Lobato. Como muitos, iniciei na vida o gosto pela leitura através de seus contos infantis. Vejo agora "críticos" educadores a querer banir tão bela obra dos bancos escolares. Uma segunda opção seria editá-la. Eu pergunto, pode-se editar um clássico? Que gabarito tem estes doutos senhores para editarem Monteiro Lobato? Como já dizia minha avó, "são engenheiros de obras prontas".
ResponderExcluirAbraços
Antonio Jorge
Limerique
ResponderExcluirPorque o livro cultura semeia
Quem não costuma ler tartamudeia
Então esse é o fato
Pois já dizia Lobato:
Há que semear livros a mancheias.