Depois de uma segunda-feira muito
significativa em Joinville já estou em retorno, grávido de inúmeras manifestações
de apreços pelo dia do professor; aqui mimado ao vivo e a distancia foram
mensagens eletrônicas, torpedos, ligações telefônicas (algumas inimagináveis) e
dezenas de referências no Facebook. Só consigo dizer: muito obrigado a cada uma
e cada um.
Pela manhã, dentro da Semana
Nacional de Ciências & Tecnologia fiz a fala de abertura das semanas
acadêmicas dos cursos de Ciências da Computação e Licenciaturas em Física, em
Matemática e em Química. Minha fala “Das disciplinas à indisciplina: caminho ao
inverso para a leitura do ‘mundo real’” foi assistida por docentes e discentes dos quatro cursos. Merece um
destaque aqui — e fi-lo na palestra — o Reitor da UDESC, que veio de
Florianópolis para fazer a inauguração, não restringiu sua participação ‘a dar
a benção e se mandar’. Assistiu aos dois tempos da fala, que foram entremeados
por um café de confraternização. Isso para um palestrante faz diferença.
Hoje é uma tri-terça-feira — talvez das mais movimentadas
de minha agenda. Devo chegar a Porto Alegre depois das 7h, pela manhã tenho
aula de Teorias do Desenvolvimento Humano, em uma atividade programada onde o
tema ‘transexualidade’ será discutida na ótica das discussões da busca de um gênero.
Nesta atividade, na turma da noite, serei substituído pelo meu colega Prof.
Norberto C. Garin, pois às 12h viajo para Rio Grande.
Na ‘Noiva do Mar’ entardecer participo do II Seminário Internacional de
Educação em Ciências, na Universidade Federal do Rio Grande, onde
sou convidado para proferir, ao entardecer, a conferência: Alfabetização científica e história das Ciências, nesta atividade
serei acompanhado por da Paula Henning, que foi minha orientanda de doutorado.
Complemento a edição de hoje, com texto de Hélio
Schwartsman, publicado na Folha de S. Paulo de domingo. Vi o tema transitando
em eventos acadêmico; assim, parece oportuno a trazida aqui. Aliás, esta opção
manifesta minha discordância a quem, na edição de ontem do mesmo jornal
escreveu: O artigo [...] é simplesmente
repugnante sob o ponto de vista humano, moral e espiritual. A mulher não é
simplesmente uma fêmea criada para dar prazer aos homens. Seu ponto de vista é
uma ofensa à mulher. Polemizar, é preciso.
NOTA: A inserção do histórico ‘Certificado’ é da edição
deste blogue.
O fim da virgindade Acaba hoje [domingo] prazo para
fazer um lance pela virgindade da estudante brasileira
Ingrid Migliorini. Já lhe ofereceram US$ 255 mil pelo direito à primeira noite.
Penso que a jovem está certíssima. Vai levantar um bom
dinheiro para entregar uma simples abstração, que a maioria das meninas dá de
graça a seus namorados. Se há algo chocante na história é o valor que nós, como
espécie, atribuímos à virgindade.
A obsessão se materializa em todos os níveis, do mais
sagrado ao mais profano. Segundo Paul Bloom em "How Pleasure Works",
o termo aparece nada menos do que 700 vezes no Antigo Testamento e ocupa lugar
ainda mais central no cristianismo, com o suposto nascimento virginal de Jesus.
Mesmo no mundo materialista do capitalismo, mulheres gastam pequenas fortunas
em cirurgias de reconstituição do hímen.
Tamanho interesse tem raízes evolutivas. Desde que a
fêmea humana deixou de anunciar ostensivamente seu período fértil, como o faz a
maioria dos primatas, ficou muito mais difícil para o macho ter certeza de que
o filho que ele criaria era mesmo seu. E investir recursos no desenvolvimento
de genes alheios é, em termos biológicos, um desastre. Um modo de aumentar as
chances de o rebento ser legítimo era copular preferencialmente com virgens.
Se o raciocínio valia no Pleistoceno, não faz mais nenhum
sentido no mundo moderno, em que a mulher pode controlar sua fertilidade e
existem exames de DNA à disposição dos homens mais desconfiados. Hoje, o
conceito de virgindade oscila entre uma relíquia mental da pré-história e, nas
sociedades mais conservadoras, uma forma de tiranizar a mulher.
Antes, porém, de maldizer o processo que levou a fêmea
humana a esconder até de si mesma a ovulação, gerando milênios de opressão, é
bom lembrar que a ocultação do estro resultou também no sexo recreacional e na
formação de relações duradouras entre homem e mulher.
A jovem moçoila jogou por terra um dueto outrora verdade inquestionável, virgindade e inocência. A menina, economizou aos pais quaisquer custos com testes vocacionais, decidiu ser prostituta. E a prostituição, profissão mais antiga na humanidade, geralmente arrebanha suas adeptas na necessidade extrema, já nossa amiga será uma excelente exemplar, pois o é por vocação, amor a arte.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Limerique
ResponderExcluirAgora, no início deste milênio
Vemos sair da garrafa como gênio
Absoluta antiguidade
Uma tal virgindade
A dólar leiloada no proscênio.