Esta edição, mais uma vez circula, na primeira das seis horas
que me levam a Frederico Westphalen. Vou curtir
a vigília do feriado da Padroeira no Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade
Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI. Tenho encontros de
orientações e duas sessões do seminário sobre Teorias da Construção do Conhecimento.
Na última segunda-feira, tive mais uma vez o privilégio,
por convite do prof. Norberto Garin, dar uma aula na Universidade do Adulto
Maior, em complemento àquela que dera na semana anterior.
Em determinada situação, houve uma bipolarização na
interferência das igrejas na vida civil dos cidadãos. Há exemplos a mancheias.
Hoje trago, num artigo muito crítico de Hélio Schwartsman,
publicado na Folha de S. Paulo, de 30SET2012, que parece ser intromissão do
Estado na vida religiosa dos crentes. Assim como na França me parece questionável
a proibição do véu às islâmicas, mais uma vez discutido aqui, agora a Alemanha
faz aflorar polêmica com a proibição à circuncisão. Vale ler o articulista da
Folha, mais uma vez presente neste blogue.
Guerras de circuncisão: Na Europa e nos EUA, jornais não cessam de debater a
circuncisão. O pretexto é a decisão de uma corte alemã de considerar que a
realização do procedimento por razões não médicas constitui uma forma de lesão
corporal sendo, portanto, punível criminalmente. A sentença revoltou as
comunidades judaica e islâmica da Alemanha.
De minha parte, como bom judeu ateu, poupei meus filhos
desse cruento ritual primitivo, mas, diferentemente de certos grupos
religiosos, não pretendo que minhas escolhas pessoais sejam universalizáveis.
Os militantes anticircuncisão mais aguerridos a equiparam
à excisão do clitóris, mas a comparação é enganosa. A clitorectomia tem o
objetivo de fazer com que a mulher não sinta prazer no ato sexual. As
repercussões da circuncisão masculina são bem menos dramáticas. Assemelham-se
mais a marcas de outros ritos iniciáticos como tatuagens e escarificação*. Há
até trabalhos sugestivos de que ela traz benefícios, como a redução do risco de
câncer e DSTs.
Esses, entretanto, me parecem argumentos secundários. O
que está realmente em jogo aqui é até que ponto pais podem tomar decisões em
nome de seus filhos. E eu receio que, mesmo admitindo que por vezes os
genitores não fazem as escolhas mais sábias, não temos outro caminho que não
confiar a eles a tarefa de cuidar dos rebentos. Não dá para interferir a todo
instante nessa relação com a mão pesada e impessoal do Estado.
É preferível reservar a intervenção, que pode ser
legítima, para situações mais graves, nas quais a vida ou a saúde da criança
estejam seriamente ameaçadas. Pais são, por razões evolutivas, os melhores
guardiães para seus filhos. Ainda que pudéssemos redesenhar o mundo a partir do
zero, dificilmente chegaríamos a solução melhor do que a encontrada pela
natureza, que, após milhões de anos de tentativa e erro, logrou obter um
equilíbrio sutil entre os interesses genéticos e individuais de cada parte.
·
ESCARIFICAÇÃO é uma técnica de
modificação do corpo que consiste em produzir cicatrizes no corpo através de
instrumentos cortantes. Diversas culturas utilizam está técnica. Na África em
algumas culturas as mulheres utilizam a escarificação como forma de beleza [nota do editor].
Até que ponto o Estado pode tutelar sobre as manifestações culturais de um povo? Tal ação é preconceituoza e fere o princípio da alteridade. Como sempre os indícios de busca por super-raça são afetos ao povo alemão.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Ps: perdão "preconceituosa" e não preconceituoza.
ResponderExcluirmas vejam a pegadinha de nossa língua:
A regra é - se a palavra tiver "s" na origem, mantem-se o "s"
se a palavra tiver "z" na origem, mantem-se o "z"
se a palavra não tiver não tiver nem "s" nem "z" na origem coloca-se o "z"
então preconceito "teria" que ser ...
Que falem os universitários
abraços
Antonio Jorge
Limerique
ResponderExcluirCremos que Estados sendo soberanos
Devem impor-se para evitar danos
Mas Alemanha quase nazista
Quer impor medida racista
Adotando recursos tri-draconianos.