A
abertura deste dia do professor se
faz com os mais carinhosos votos de felicitações à minha muito querida filha
Ana
Lúcia
pelo
seu aniversário. Para ela meu encantamento pela filha que é e a admiração por ser
a mãe dedicada e a cirurgiã-dentista competente.
Quando está edição entrar em circulação deverei ter
percorrido a metade das nove horas que separam Porto Alegre de Joinville por
ônibus, onde hoje, dentro Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, falo para as
licenciaturas da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. Estou
voltando a Joinville depois de mais de 15 anos.
Falar às licenciaturas é entusiasmar jovens a algo
difícil: seduzi-los a uma profissão que entre nós está em baixa, mas que, se
inspirar-nos em outros países pode mudar.
Minha homenagem a nossa data se faz em uma candente
análise de Hélio Schwartsman, publicada na p. A-2 da Folha de S. Paulo deste
sábado 13OUT12.
Encrenca educacional: Pesquisa da Faculdade de Educação da USP mostrou que
quase metade dos alunos que ingressam nos cursos de licenciatura em física e
matemática da universidade não estão dispostos a tornar-se professores. O
detalhe inquietante é que licenciaturas foram criadas exatamente para formar
docentes.
A dificuldade é que, se os estudantes não querem virar
professores, fica difícil conseguir bons profissionais e, sem eles, o sistema
de ensino brasileiro seguirá colecionando fracassos.
Embora exista muita polêmica sobre o que funciona ou não
em educação, não há dúvida de que a qualidade do professor é fundamental.
Trabalho de 2007 da consultoria McKinsey comparou sistemas de educação de todo
o mundo e concluiu que o elemento de maior destaque nas redes de excelência era
a capacidade de "escolher as melhores pessoas para se tornarem
professores".
Na Coreia do Sul, por exemplo, os futuros mestres são
recrutados entre os 5% de alunos com notas mais altas no equivalente ao
vestibular. Na Finlândia, os docentes são selecionados entre os "top
ten". Por aqui, segundo levantamento de 2008 da Fundação Lemann, apenas 5%
dos melhores alunos do ensino médio pensam em abraçar o magistério. Ser
professor no Brasil se tornou a opção dos que não têm melhores opções.
Resolver essa encrenca é o desafio. Salários são por
certo uma parte importante do problema, mas outros elementos, como estabilidade
na carreira e prestígio social, também influem. O tratamento quase reverencial
que a sociedade coreana dispensa a seus mestres ajuda a explicar o sucesso
educacional do país.
Essas considerações tornam difícil a situação do Brasil,
que precisa transitar de um modelo em que os piores alunos viram docentes para
um que prime pela excelência. E, como o déficit de professores já é enorme (200
mil só na área de exatas), teremos de achar um jeito de trocar o pneu com o
carro em movimento.
Esse panorama complicado é a mais pura realidade nas licenciaturas. Exemplificando, aqui em Itapipoca - Ce no curso de Licenciatura em Química mais da metade dos alunos que ingressam no curso afirmam não querer seguir a carreira do magistério.
ResponderExcluirOportuna a discussão no dia do professor.
Limerique:
ResponderExcluirNas profissões somos todos atores
De humildes garis a grados doutores
Mas saber conosco não nasceu
Alguém melhor nos concedeu
Tudo que temos veio dos professores.
Complementando o raciocínio da matéria temos exemplos de países que superaram sua crises através da valorização do ensino. Cuba foi um exemplo, no pós revolução Fidel ao deparar-se com um quadro caótico diante da grande escassez de profissionais, resolveu investir pesado no ensino. Conclusão, hoje Cuba tem os melhores profissionais de medicina no mundo sendo referência em algumas especialidades. A Coréia do sul, também citada na matéria,seguiu o mesmo exemplo e um professor de nível médio ganha em torno de dez mil reais (quase igual aqui né?). Darcy Ribeiro quando idealizou os Brizolões vislumbrou uma solução para o Brasil a médio e longo prazo. Mas a política, um ou talvez o maior de nossos canceres, sucateou o projeto que tinha um único pecado, fazer referência a um político. O professor é como a mão amiga que ajuda a criança a atravessar o caminho das pedras no rio.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Quero parabenizá-lo pela palestra de hoje na UDESC Professor! Sou uma das alunas do curso de licenciatura em química, e foi realmente enriquecedor ouvi-lo. Meu objetivo ao entrar em um curso de licenciatura também não era para seguir no magistério, porém, as experiências que tenho na faculdade estão mudando minha opinião em relação a isto. Ainda quero ser pesquisadora porque sou apaixonada pela ciência mas, sinto que não posso deixar de lado os problemas que vejo com a educação, e vou também lecionar em escolas públicas. Meu desejo ao ser química era ajudar as pessoas através do conhecimento que a ciência pode nos dar, só que hoje não vejo como não começar fazendo isso pelas escolas.
ResponderExcluirFranciele Kruczkiewicz
Prezado mestre,
ResponderExcluirser professor ou professora em nosso país... atividade desgastante em todos os sentidos. A indisciplina predomina, poucos jovens estão seduzidos pelo gosto de saber, do conhecer, buscam o prazer acima de tudo, prá que perder tempo lendo, estudando?? Desde pequenos foram bombardeados pela mídia com excesso de informações se não inúteis, prejudiciais à sua formação. O que se vê todos os dias são os maus exemplos mostrando que prá se dar bem neste mundo, o que vale mesmo é o "ter" em detrimento do "ser". Nós professores vamos na contra-mão desta ideologia. A escola está precisando de ajuda, de toda a sociedade. Menos economistas dizendo o que deve ser feito e mais educadores de verdade. Se outros países conseguiram atingir excelência em educação, por quê não podemos aprender com eles? Falta vontade política.
Abraços a todos(as) colegas professores, sobreviventes, que continuam neste luta. E, aos que virão.