Ano
7*** M A N A U S ***Edição
2256
Esta postagem ocorre desde Manaus, onde cheguei na tarde
de ontem, por volta das 14h (hora local, 15h de Brasília). A viagem foi em duas
etapas muito pontuais. Porto Alegre/Viracopos 1,5 hora e Viracopos/Manaus 3,5
horas. Numa e em outra reli duas dissertações.
Na segunda etapa, eram meus lindeiros, um grupo de uns
oito cinquentões, que vieram a Manaus para aqui tomar um barco para praticar ‘pescaria’.
Estavam mais excitados que piazada de 5º ano em dia de piquenique. Mais de uma
vez cheguei a temer pelo meu notebook, tal o agito daquele que se dizia chefe
da trupe e sentava a minha frente. É muito impressionante a falta de respeito na
invasão do espaço dos outros e quanto o grupo potencializa imbecilidades
individuais.
No aeroporto fui recepcionado pelo meu colega e amigo
Eduardo Segura, que catalisou uma das minhas vindas no ano passado. Um dos
assuntos de nossa conversação foi as repercussões de um trabalho que escrevemos
juntos acerca de rupturas paradigmáticas e que ele apresentou em nosso nome, no
mês passado, no 2º Simpósio de Ensino de Ciências na Amazônia.
Hoje à tarde, participo de duas defesas de dissertação: uma, de Ataiany dos Santos Veloso, que
orientada pela Prof. Josefina Barrera Kalhil, apresenta a dissertação: “O
processo de ensino-aprendizagem do conceito de energia na termoquímica e a
relação com o cotidiano de alunos do 2º ano do ensino médio em uma escola
pública de Manaus”; outra, de Carmen Lourdes
Freitas dos Santos Jacaúna,
orientanda do Prof. Augusto
Fachín Terán, que apresenta a dissertação:
“A
água como elemento motivador na alfabetização ecológica dos alunos do 5º ano do
ensino fundamental”
À noite participo
da inauguração do I FÓRUM DE EDUCAÇÃO, DIVULGAÇÃO E DIFUSÃO EM CIÊNCIAS NO
AMAZONAS no Bosque da Ciência/Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas INPA [www.forumraddici.com/].
Com a trazida
da terceira parte da entrevista de Marcelo Gleiser se encerram quatro edições
consecutivas acerca do binômio ‘Religião e Ciência”. Estas reflexões foram
catalisadas pela realização do 13º Simpósio Internacional IHU – Igreja, Cultura,
Sociedade (A Semântica do Mistério da
Igreja no Contexto das Novas Gramáticas da Civilização Tecnocientífica), que concluí
hoje na Unisinos em São Leopoldo.
ZH – Como o
senhor vê a situação da pesquisa científica no mundo contemporâneo?
Gleiser – A pesquisa científica é um dos
maiores motivos de orgulho que a humanidade tem. Isso sempre foi verdade, desde
que a ciência moderna começou, há 400 anos, e continua sendo. O discurso
pós-moderno, da subjetividade, de que não existem verdades, tem de ser tomado
com muito cuidado. É claro que a ciência está sempre avançando. Conceitos
científicos são renovados e reformados, e é justamente essa a beleza da
ciência, de estar sempre se reinventando a partir de uma compreensão cada vez
maior do mundo. Por isso, qualquer cientista que se diz dono de uma verdade
deve ser olhado com suspeita. O que era verdade há 200 anos certamente não é
mais hoje, e o que é verdade hoje não vai ser daqui a 200 anos. Por outro lado,
basta olhar em volta para nos vermos falando ao telefone, no computador,
tecnologias digitais, sondas em Marte e curas de doenças. Isso mostra que a
ciência é um bem profundo. Também tem um lado mau, mas aí é outra conversa. Há
várias áreas novas na ciência, como a astrobiologia, que estuda a possibilidade
de vida fora da Terra, as ciências neurocognitivas, que estão aprendendo cada
vez mais como funciona o cérebro, a engenharia genética, que está redefinindo o
que sabemos sobre como a vida funciona e como a gente pode criar outras formas
de vida no laboratório, e a própria nanotecnologia, que estuda a física dos
objetos muito pequenos. Achar que o discurso científico está falido é fechar os
olhos para o mundo em que estamos vivendo.
ZH – O que
seria o lado mau da ciência e o que seria possível fazer para, se não anulá-lo,
pelo menos controlá-lo?
Gleiser – O lado mau não vem da
ciência, mas do caráter humano. Quando se fala do bem ou mal da ciência ou de a
ciência ter feito mal à humanidade, é preciso lembrar que a ciência não fez bem
nem mal. A ciência é um corpo de conhecimento que descreve como funciona a
natureza. A escolha moral de como vamos usar esse conhecimento vem dos homens.
São as pessoas que fazem escolhas e podem usar a radiação nuclear tanto para
curar um câncer quanto para construir bombas. Esse lado de sombra ou luz da
ciência é do ser humano, que também usa a religião para o bem ou para o mal.
Essa escolha tem a ver mais com a natureza do ser humano do que com a da
ciência. O que a comunidade científica pode fazer é tentar trazer esse discurso
das implicações éticas e morais da ciência para a sociedade. E acho que isso
acontece. Existe uma mobilização das comunidades científicas no Brasil e no
mundo para que sejam debatidos os usos e abusos da ciência. E, de uma certa
forma, isso está acontecendo. As guerras químicas e biológicas estão proibidas.
O controle do armamento nuclear envolve uma porção de cientistas e tem algum
sucesso. Pelo menos não temos nenhuma guerra nuclear desde 1945.
Faço um comentário ao mestre Attico. Ainda bem, que não convivestes com médicos nazistas. Despertaria a curiosidade, de como este autêntico Gorgia do século XXI arruma tanta energia ao levar o conhecimento do Oiapoque ao Chui.
ResponderExcluirQuanto ao dito do eminente físico, lembraria que ocorre uma injustiça muito grande em relação as pesquisas. O grosso da população que as mantem com os impostos não as usufrui.Aquelas aparelhagens
médicas de última geração, os medicamentos "top de linha", os carros com os avançados recursos e etc. Tudo isso ficará apenas, quando muito, no conhecimento de alguns mas as benesses para uma minoria.Sendo assim a ciência nos dia de hoje é apenas mais uma ferramenta do capital. Pessoas ignorantes na matéria decidem e cerceiam estudos, delimitam, criam imposições políticas, tudo com um único horizonte, o do lucro final.
abraços
Antonio Jorge
Limerique
ResponderExcluirA velha ciência disse a que veio
Das conquistas humanas é um esteio
Se usada para o bem
Não vem que não tem
E a religião dos males é o freio.