A minha tri-terça-feira já se faz passado. Cheguei mais
de 7h na Morada dos Afagos. Às 9h, depois de mais de 9h de viagem. Às 9h estava
em aula. Foi uma muito bop experiência a proposta que orientou a discussão
acerca de transexualidade em Teorias do Desenvolvimento Humano.
Às 12h partia para Rio Grande onde cheguei mais de 17h e
às 18h30min iniciava a do conferência: Alfabetização
científica e história das Ciências, no concorrido (cerca de 500 inscritos),II Seminário Internacional de
Educação em Ciências, no Universidade Federal do Rio Grande.
Recebi, ao encerrar às 20h aplausos e muitas manifestações de apreciação,
traduzidas por autógrafos e fotos. Esta última homenagem se repetiu há não muito, no lobby do hotel (sem internet no apartamento) quando fui 'achado' por um grupo de estudantes de Rondônia.
Foi também um reencontrar de amigos. Destaco três entre
os convidados, que não via há muito e que me prestigiaram em minha fala:
António Francisco Cachapuz, que em 2000, foi meu anfitrião na Universidade de
Aveiro, Anna Maria Pessoa de Carvalho (USP) e Demétrio Delizocoiv (UFSC). Foi
bom jantar com eles e com outros colegas.
Nesta manhã assisto algumas atividades do evento e às 14
retorno para Porto Alegre.
Já estou a menos de um mês de trocar de idade. Não vou
dizer, mais uma vez que, quando se tem 7 anos demora muito mais fazer
aniversários do que quando se passou dos 70.
Basta fazer uma continha de frações para mostrar que os
365 dias entre um aniversário e outro — na contagem do tempo por Cairós — passa
a cada ano mais rápido, mesmo que Cronos insista na igualdade. Quando somos
crianças um ano é igual a 1/7; agora, mais anosos, é 1/70. Se reduzirmos as
duas frações ao mesmo denominador veremos que primeira é dez vezes maio que
segunda.
Não sei se cabe, ainda a clássica e gloriosa sigla de
meus primeiros aprendizados de geometria: C
Q D = como queríamos demonstrar.
Todas essas quase esotéricas elucubrações são para dizer
que, mesmo a mim não me pareça velho, há dias passados, em uma mesa de almoço
com colegas da UNICAMP me senti da idade da pedra [não porque era do grupo o
único que fora alfabetizado com uma ardósia = uma rocha sílico-argilosa formada pela transformação da argila sob
grande pressão e temperatura, endurecida em finas lamelas (Obrigado Wikipédia)].
Este assunto nem sequer foi mencionado.
Eu era o único do grupo — e isso me fez jurássico — que
assinava jornal em suporte papel. Havia porque me sentir jurássico.
Volta-me a cena quando a cada noite de domingo descarto
uma pilha de quase 30 cm de jornais, onde há cadernos (como os de pequenos e
grandes anúncios) sequer abertos. Assino um jornal diário local e um de São
Paulo de sexta-feira à segunda-feira. Realmente sou um ‘matador de árvores!’
Eu que me tenho como tão cuidadoso em posturas com o meio
ambiente me sinto quase um perdulário. ¿Devo abandonar o gostoso hábito de
sentar-me no chão e espraiar jornais pela peça inteira?
As revistas acadêmicas em suporte papel estão sendo
substituídas por revistas exclusivamente eletrônicas. Já imaginaram se os
blogues tivessem suporte papel? Num calculo superficial: nestes 6 anos já teria
escrito cerva 30 livros de 300 páginas. Abençoado suporte digital.
Tenho que me reeducar e rever minha maneira de ler
jornais. Um bom assunto para pensar nas cinco horas de ônibus desta tarde.
Sou sectário do papel, e tambem me sinto culpado na degradação das matas. Mas, como comentei anteriormente, não há prazer comparável ao de folhear um bom livro sentado à varanda. Ainda hoje tenho saudades de minha pequena biblioteca reduzida em noventa por cento por estes argumentos modernos; "Só serve pra juntar poeira..." "tem tudo hoje na internet" "Voce já leu tudo" etc.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Sou uma fiel questionadora de assuntos como esse, entro em reflexão constantemente sobre o que como, o que visto,o que leio o que assisto, é certo que cada folha que imprimimos ou compramos em forma de jornais, revistas etc... veio de uma árvore viva, mas pensando por outro âmbito, o circulo vicioso ao qual fazemos parte é muito mais trançado e interligado do que um novelo de lã. Quanta energia elétrica utilizamos a cada dia em todos os nossos equipamentos sofisticados que fazem busca pelos melhores jornais eletrônicos mundiais? Toda ela, ou a grande parte vem de rios represados, espécies de animais mortos e uma infinidade de impactos ambientais, tenho esse assunto em mente devido ao fato de na minha terra está sendo construída recentemente uma usina, então, percebi que há muito mais para se refletir quando se fala do que queremos, desejamos e construímos a cada dia,pois são AÇÕES que mudam o mundo!
ResponderExcluirHá propósito professor sou uma das estudantes de Rondônia que lhe cumprimentou no lobby do hotel Atlântico em Rio Grande, disse-lhe que visitaria seu blog e assim estou a fazer gostei muito de suas postagens!
Abraço!
Naillin Ruiz