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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

27.- MAIS DENUNCIAS DE VIOLÊNCIAS ÀS MULHERES


Ano 7*** www.professorchassot.pro.br ***Edição 2217
A postagem MENINA E CORÃO VIOLENTADOS, de quarta-feira dia 22, recebeu comentários, um dos quais mereceu este agradecimento: “Muito querida Eunice, muito obrigado por teu tão denso (e doloroso) comentário onde se ratificam milenares preconceitos contra as mulheres.
Acompanhei, então, o caso da menina do Pará e foi assuntado aqui no blogue. Os demais relatos de violações que trazes não tinha registro.
Como acredito que a maioria dos leitores deste blogue não leem os comentários (especialmente depois da postagem), em dia da semana que vem farei uma blogada com teu texto, da qual te credito a autoria.
Com continuada estima e admiração, a gratidão do achassot.
Sem qualquer comentário adicional, o texto de Eunice Gomes, conceituada enfermeira, que merece os melhores agradecimentos.
Sem dúvidas, o senhor parece ser bem lúcido em suas considerações. Estamos vivendo em um tempo de barbares, e para tanto tem se usado todo o tipo de desculpa esfarrapada possível. No Brasil, no Pará, uma menina de 15 anos permaneceu, mais de 20 dias presa em uma cela com 20 homens adultos e criminosos. A delegada e a juíza (grifa-se eram mulheres) estavam cientes da situação, o pior foram alertadas explicitamente, e absolutamente nada fizeram. A juíza recentemente respondeu processo sobre o caso, mas foi considerada inocente(?) Assim como a menina do caso acima [Eunice, esta referindo a menina paquistanesa que queimou o Corão], ela nunca deveria ter sido presa, temos um estatuto dos direitos da criança e adolescente, do qual regula que esses devem seguir para instituições específicas. Bem como, temos leis penais que vedam o encarceramento de pessoas de sexo diferentes juntas. Mas assim como lá, vivemos na barbárie. tyhttp://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u353546.shtml! Nos EUA, as soldados estadunidenses são vítimas de reiterados estupros e violência e sofrem retaliações caso denunciem (na terra do "berço da liberdade") http://oglobo.globo.com/mundo/militares-dos-eua-denunciam-estupros-retaliacoes-nos-quarteis-4233575
No Iraque e Afeganistão os estadunidenses paladinos da liberdade, torturam, matam, estupram, expulsam famílias de suas casas sem que o mundo tome voz contra! Há um filme muito bom sobre isso à disposição no youtube, chama-se "Um taxi para a escuridão" [Um Táxi Para a Escuridão (Taxi to the Dark Side) EUA, 2007 – 106 minutos. Direção: Alex Gibney. Há possibilidade de download na rede].
 Na Argentina, existe uma epidemia de violência contra a mulher, na qual, em 2012, chega-se a assustadora média de uma mulher assassinada por dia por seus companheiros, no Brasil não é muita a diferença.
Nossos presídios são exemplos de atrocidades a direitos humanos todos os dias, e a sociedade espera que depois alguém volte reabilitado.
No campo, principalmente norte e nordeste, a violência é assustadora, os assassinatos cometidos por grandes fazendeiros a pequenos posseiros é alarmante! O Brasil recentemente foi denunciado na ONU por violações barbares a direitos humanos. O relatório expõe que "a proibição da tortura é amplamente ignorada" http://www.sedh.gov.br/acessoainformacao/acoes-e-programas/relatorio_do_SPT.pdf
Hitler não foi "feito" sozinho, a Alemanha nazista só foi possível pelo desejo de pessoas comuns como nós, que, ou apoiavam, ou nada faziam, quanto aos ataques a direitos humanos.
Parece que esse texto traz um dado muito importante, o dos grupos relacionados a Direitos Humanos, esses foram muito felizes em sua análise, que em outras palavras disse que existia muito mais que religião envolvido no tema.
Tanto aqui, como em todo o mundo, acredito que estamos a beira de uma encruzilhada, ou seguimos por esse caminho e teremos graves consequências, ou temos que mudar radicalmente para não entrarmos em novas guerras mundiais. Grande abraço, Eunice Gomes


6 comentários:

  1. E a subserviência da mulher brasileira é histórica. O coronelismo fazia de nossas meninas de onze, doze anos esposas, na realidade verdadeiras escravas sexuais. Sim, porque acreditar que uma criança tem alguma maturidade para iniciar-se em um casamento nesta idade é ridículo. E a prática passa dos coroneis aos homens do sertão que faziam das meninas verdadeiras forjas de filhos e as infelizes passavam uma vida "grávidas". E o homem citadino tem as mesmas preferências, nesta relação cronológicamente disparatada cedo surge a desconfiança fruto da evidente impossibilade de acompanhar o vigor da parceira. Ai começa o inferno, aquele que já roubou da outra o direito a infância e a juventude agora lhe espanca até lhe tira a vida. Lembrem-se do caso "Pimenta Neves". Na verdade estes homens não procuram uma esposa, querem no seu íntimo satisfazer de forma bestial seus desejos de ter e dominar.

    abraços

    Antonio Jorge

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    1. Caríssimo Antonio Jorge,
      como mencionas o coronelismo, vale lembrar o ‘jus prima noctis’ em que o senhor tinha o direito ao desvirginamento na noite de núpcias de todas as moços que casavam em seu feudo.
      Com incontida revolta,
      attico chassot

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  2. Limerique

    Eunice Gomes no texto não exagera
    Mostra competência como se espera
    Na sociedade machista
    Mulher sofre na pista
    Caso típico: ela bela, ele fera.

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  3. Douto mestre Chassot,
    a postagem de Eunice, ao lado de cumprimentos pelos significativos relatos que ela faz com muita propriedade, merece o reconhecimento por trazer informações muito relevante que ignorávamos.
    Mesmo sendo leitor diário deste tão educativo blogue, que tenho recomendado para meus alunos da graduação em História, não havia lido o muito oportuno e didático texto da Dra. Eunice Gomes,
    J
    JJ LP

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  4. Nossa, muitíssimo obrigada pelo prestígio. Não esperava, ao escrever o comentário, que ele repercutisse. Sim, a violência cresce nas sociedades de forma assustadoramente banalizada. Vemos que pessoas mais jovens não ficam mais tão sensibilizados, talvez nem os mais velhos também. Parece que criamos um muro entre a notícia e nossa sensibilidade. Algo fantasioso que faz imaginar que não acontecendo em nossa casa não há problemas. Fico muito preocupada com os ideais nazi faciscitas da "justiça feita na rua" aquela que mata e tortura sem o processo legal. Fico mais preocupada com o apoio que esse tipo dê ideologia vem alcançando nas sociedades. Penso, qual foi o caminho que tomamos errado? Como voltaremos atrás?
    Mais uma vez, muito obrigada. Grande beijo, Eunice

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  5. Como já havia dito, somente para ressaltar, o relato da argentina eu vi na televisão, globo news, estúdio i, não tenho fonte escrita.
    Eunice

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