Ano 7*** Porto Alegre
***Edição 2198
Na terça-feira
de estreias exitosas de ontem, nas turmas da manhã de mais de trinta alunos de Música
e alguns de Pedagogia e de Biologia, e da noite cerca de trinta de Educação Física e tambem com alunos dos mesmos cursos,
duas mensagens sobre livros, fazem a tessitura desta edição.
A primeira, um
atencioso convite da direção da Escola ULBRA São Lucas de Sapucaia do Sul, para
ser o autor homenageado da Feira do Livro que a escola promove a cada ano. Ter
contato com os leitores é algo que me encanta. Nesta situação, com jovens da
escola de Educação Básica, mais saboroso ainda. Já aguardo com expectativa
quando setembro vier.
Outra, um
comentário postado na edição de ontem: “Muito
querido Mestre Chassot, em nome de seus leitores que aderiram a este blogue
mais recente — encantei-me com seus escritos em Teresina no Simpequi, — venho
pedir que nos brinde com mais alguns fragmentos do prelúdio ao livro que o
senhor diz estar compondo (só esta metáfora me faz curioso). No desejo de
conhecer mais do que a pequena amostra, Nonato do Acaraú.
Talvez valesse perguntar ao Nonato se é
corrente no Nordeste um dito popular, que nem me encanta muito: “Juntou-se a
fome e com a vontade de comer”. Catava assunto para esta edição. Achei muito
boa a dica. Trago mais alguns parágrafos. Espero que a Marilisa e o Leandro não
se chateiem no tirar a surpresa do presente.
Vivo
uma vez mais um gostoso desafio. Fazer a apresentação de um livro. Talvez deva
creditar este fazer bastante frequente em minhas lides acadêmicas à percepção de
meus colegas, que me elegem por me reconhecerem marcado pela paixão por um
binômio maravilhoso: escrita ↔leitura. Esta afeição
à escrita e à leitura materializa-se por alguns livros que escrevi e por
manter, há mais de seis anos, um blogue diário que pretensamente faz
alfabetização científica.
Sempre
me acho distinguido quando sou convidado para escrever o prelúdio de um livro.
A esta distinção se adita – permito-me lateralmente dizer que uso este verbo em
duas acepções distintas: adicionar e tornar
(alguém) feliz, ditoso – uma imensa responsabilidade: escreve-se por último aquilo que será lido
por primeiro e mais devemos com a apresentação capturar o leitor. Logo, há
a imensa responsabilidade de seduzir o leitor, através de um prefácio.
Agora,
a generosidade acadêmica do Leandro e da Marilisa – sim essa virtude não
precisa ser exótica à academia – quis que eu fizesse a apresentação deste livro
que eles produziram no amealhar de nove artigos produzidos por onze autores que
têm em comum serem pesquisadores da área de Ensino de Biologia. Vivo, neste
prefaciar ônus e bônus.
Aqui
mais do que seduzir a um futuro leitor quero trazer apenas encantamentos de ser
docente, pois os organizadores anunciam na introdução que este livro tem a
perspectiva de trazer alguns elementos para “fazer com que as reflexões de
professores e professoras sobre sua própria práxis,
sobre seu próprio e frequente reiniciar
tome forma por meio de palavras.”
Assim,
vivamos, aqui e agora, o ritual de dar a lume a Docência: um continuado
(re)iniciar. Permitam-me,
por ser démodé, traduzir essa bonita ação de dar a lume: tornar notório,
público; declarar, manifestar. Assim, cabe-me nesse prefácio fazer a epifania ou celebrar o aparecimento ou a
manifestação reveladora de um novo livro. Esse ritual iniciático se faz em regozijos.
Talvez, porque este ritual tenha marcas litúrgicas da epifania cristã de
desvelar o escondido.
Caro Chassot,
ResponderExcluirgostei dessa última parte da tua postagem: "...desvelar o escondido.". Acho que nossa tarefa missionária do professorar se constitui numa constante epifania. Sempre digo aos meus alunos das Licenciaturas que nunca "revelem" tudo na primeira aula, pois numa alusão à história de Xerazade, é do revelar aos poucos que se garante o continuar.
Um abraço,
Garin
Meu Caro Mestre Chassot: Justa homenagem neste convite da Feira do Livro da Ulbra São Lucas de Sapucaia do Sul. Aliás, este município passou a ter de mim grande admiração desde que demonstrou poucos meses atrás, grande exemplo de um despertar cidadão de sua população, ao protestar em frente à Câmara Municipal pelo aumento abusivo dos salários de seus representantes públicos. No convite que te fazem, além da preocupaçao demonstrada com a educação de qualidade, tem demonstrado grande dedicação à cultura e à cidadania.
ResponderExcluirAbraços do JB.
Assim como observamos e admiramos o dom divino em uma escultura, podemos tambem verificar no lecionador os dotes lhe ofertado pelo Criador. Todo Mestre é líder, tem o dom da dialética, é abnegado, dedica a sua vida na nobre missão de trazer a luz a escuridão da ignorância. Um bom professor, a todos conquista. Quem não tem boas recordações de seus mestres. A arte de ensinar é sagrada. E nada como o bom exemplo para evocar vocações.
ResponderExcluirabraços,
Antonio Jorge
Limerique
ResponderExcluirO professor sente necessidade
De prefaciar livro sem maldade
Deixar as chatices
Lamúrias e bobices
E leitor conquistar de verdade.
Querido professor Chassot
ResponderExcluirSeu texto está ficando maravilhoso, como sempre! Muito obrigada!
Uma grande alegria poder participar de tudo isso.
abraço,
Marilisa
Bravo Mestre Chassot,
ResponderExcluirsenti-me querida e academicamente contemplado na edição de hoje, pelo fato de minha sugestão ser atendida.
Fiquei com gosto de 'quero mais' mas saberei conter-me,
a gratidão do
Nonato de Acaraú