Depois de uma
(ex)(in)tensa semana acorda-se em sábado de repouso. Aqui é dia de falar de
livros e leituras.
Meu muito
querido colega Euzébio. Da UFPE pediu-me — com fidalguia, mas não sem repetidas
insistências — um capítulo para um livro acerca de História da Química do qual ele
é organizador. Deu pistas. Estamos, diz ele, ainda no ressonar do Ano
Internacional da Química. Há por tal
densas sugestões.
Mordi a isca, escrevo
sobre Marie Curie (1867-1934). Mas, não vou fazer uma biografia aquela estrela
feminina, quase solitária na História da Ciência. Dela há filme [Madame Curie,
USA, 1943 Gênero drama biográfico dirigido por Mervyn LeRoy] livros, artigos que são muito significativos.
Vou trazer três dolorosas estações de uma
jornada cruenta desta excepcional polonesa que por mais de meio século foi a
única pessoa que recebeu dois Prêmios Nobeis e é considerada como a mulher mais
importante do século 20.
Usualmente temos das pessoas públicas narrados
só momento gloriosos. Mas também para eles a vida não é monótona. Vou dividir o
capítulo em três segmentos: a morte de Pierre Curie (1859-1907) // A perda do
acesso à Academia de Ciências da França, por um voto em 1911 // A exploração da
imprensa francesa do romance de Mme. Curie com seu colega Paul Langevin
(1872-1946).
Envolver-me
nessa laboriosa (mas gostosa) tarefa catalisou o manuseio das várias biografias
do casal Carie que tenho. Pesquisar em livros suporte papel parece algo de
mexer em saudades.
A dica
sabática de leitura veio na esteira desta visitação a livros há muito
adormecidos, que não ganhavam mais que um mirar nas suas sedutoras lombadas.
Referencio hoje aquele dentre estes que considero o melhor..
QUINN, Susan. Marie Curie, uma vida. Tradução de Sonia Coutinho. [Marie Curie, a life] São Paulo: Scipione Cultural, 1997, 526 p. Com álbum de dezenas de fotos. ISBN 85-262-3190-1.
Susan
Quinn, uma estadunidense nascida em 1940 é uma muito premiada escritora de
obras de não ficção. A biografia comentada aqui já foi traduzida em oito
idiomas e recebeu destacados prêmios.
A
premiada biógrafa reconhece aquela que tem um dos elementos químicos batizado
em sua homenagem como uma grande
cientista. Mas revê sua contribuição fundamental à ciência, atribuíndo-a menos
à descoberta do elemento Rádio e à sua associação com a busca da cura para o
câncer e muito mais “à decisiva percepção que teve de que a radioatividade é
uma propriedade atômica dos elementos recém-descobertos”. Situa-a, assim,
corretamente, entre os pioneiros da física nuclear.
Muito didática e inspiradora a dica de hoje. É animador saber da vida das poucas mulheres reconhecidas em nossa história pelos seus feitos. Quanto ao manuseio dos livros, senti saudades de minha biblioteca a muito "enterrada" pela minha esposa.Um bom final de semana!
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Limerique
ResponderExcluirDa ciência a maior potestade
Marcou seu lugar na humanidade
Curie a polonesa
De real grandeza
Trouxe a ciência à luz da verdade.