Ano 7*** Porto Alegre ***Edição 2197
Em meio a
muitos fazeres (neste agosto tenho seis bancas) estou compondo, a pedido de
dois colegas, o prelúdio de um livro com nome provável Docência: um continuado
(re)iniciar. A um trecho
escrevo: “Aqui está um livro que fala acerca da docência e o faz
marcado por ações verbais que se fundem e trazem a marca de um perpétuo
continuo: iniciar/reiniciar. Eu digo, não sem orgulho que vivo já o meu 52º ano
de docência. [...] Eis que escrevo este texto enquanto preparo a primeira aula de
Teorias do Desenvolvimento Humano que
vou lecionar em duas turmas da graduação no 2º semestre de 2012. Não estou
menos envolvido (leia-se: nervoso, mesmo) quando em 13 de março de 1961, dei
minha primeira aula sobre “Números Complexos”, numa aula de Matemática em um 3º
científico. É esse permanente iniciar/reiniciar que o Leandro e a Marilisa
marcam neste livro. Mesmo com uma história continuada de mais de meio século: a
cada ano, a cada semestre, a cada dia sinto-me um iniciante na docência. As
exigentes não-rotinas nos fazem a cada dia neo-aprendentes. É deste constante
(re)iniciar que a organizadora e o organizador acenam na sua abertura”.
Sim, nesta terça-feira,
pela manhã e à noite faço a estreia em uma nova disciplina, envolvido em muitos
desafios.
O semestre
começou na semana passada, estando eu ausente, fui substituído, então, pelo
Prof. José Luís Novaes. Mas, hoje pela manhã há 41 alunos da Licenciatura em
Música e à noite, 31 da Licenciatura em Educação Física que aguardam o ‘seu’
professor.
Li e reli a ementa
de Teorias do Desenvolvimento Humano: “Aborda as relações entre psicologia, aprendizagem e desenvolvimento
humano; estuda o ciclo vital e as principais teorias da
aprendizagem contemporâneas e suas implicações na educação desde uma
perspectiva crítica”. Li planos de ensino desta disciplina de colegas que a
ministraram em semestres anteriores; acessei materiais de outras instituições.
Surgem-me interrogações. Por onde começar. Decidi. Vou discutir o que é ‘humano’.
Humano
(conhecido taxonomicamente como Homo sapiens,
do latim "homem sábio" e também chamado de pessoa, gente ou homem) é
a única espécie animal de primata bípede do gênero Homo ainda viva. Os humanos
anatomicamente modernos originaram-se na África há cerca de 200 mil anos,
atingindo o comportamento moderno há cerca de 50 mil anos.
É natural que
esta seja uma trazida que possa ser polêmica. Este blogue já foi cenário de
muita discussão acerca deste tema. Parece oportuno, nas aulas de hoje, trazer o
MANIFESTO DA SBG SOBRE CIÊNCIA E CRIACIONISMO que publiquei aqui em 28 de junho
deste ano. Trata-se de uma peça de relevante valor. Ousava, então, afirmar que
o documento mereceria ser estudado na abertura de qualquer curso de História e
Filosofia da Ciência. Vou fazê-lo na abertura de Teorias do Desenvolvimento Humano. Parece que será algo que me dará
uma sensação de conforto em mais uma estreia. Veremos.
Quando vi o tema lembrei-me de comentar um livro lido a mais de trinta anos "Os Deuses do Éden".Porém cometi um erro imperdoável, esqueci o nome do autor. Recorri ao Google. Decepção, apareceram várias besteiras,mas do livro nada. Adicionei a palavra antropologia. Nada, porém a "rede" nesta pescaria trouxe-me um autor meu conhecido "Roque de Barros Laraia" com um texto sobre o tema muito interessante.Se o Mestre tiver um tempinho, acredito que esta leitura irá
ResponderExcluirinspira-lo.
abraços
Antonio Jorge
Caro Chassot,
ResponderExcluirnesse particular somos parecidos: também fico inseguro antes de iniciar cada semestre ainda que a disciplina seja a mesma. Por outro lado o teu "nervosismo" é por causa do extremo cuidado que tens na tarefa da ensinação. Sempre levas muito a sério e com muita responsabilidade. Não é por menos que já estás 52º aniversário de professoração (esta eu inventei agora).
Um abraço,
Garin
Limerique
ResponderExcluirVeja como se bajula a ciência
Dedicando-se full time à docência
Chassort é o mestre
Que a cada semestre
Trata seus alunos com competência.
Depois de ler seu blog pensei....vou utilizar as palavras do prof Chassot para iniciar a disciplina de estágio curricular de Ciências para tentar motivá-los para a docência.
ResponderExcluirUm grande abraço.
Muito querido Mestre Chassot,
ResponderExcluirem nome de seus leitores que aderiram a este blogue mais recente —encantei-me com seus escritos em Teresina no Simpequi — venho pedir que nos brinde com mais alguns fragmentos do prelúdio ao livro que o senhor diz estar compondo (só esta metáfora me faz curiodo).
No desejo de conhecer mais do que a pequena amostra,
Nonato do Acaraú