ANO
9 |
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EDIÇÃO
2912
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Uma blogada para despedir setembro. Hoje pela manhã e à noite,
reencontro minhas alunas e meus alunos de Música e Pedagogia. À tarde, falo
para professoras e professores de quatro escolas estaduais de Porto Alegre: Emílio
Massot, Almirante Bacelar,
Otávio Rocha e Fernando Gomes, na sede da primeira. Esta é uma
atividade de formação de docentes do ensino médio, catalisada pelo meu ex-aluno
do Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão, Jorge Luiz Ayres Gonzaga.
Neste domingo, Hélio Schwartsman, bacharel em Filosofia — em
mais de uma oportunidade presente neste blogue — publicou neste domingo, na p.
A2, da Folha de S. Paulo, um artigo em comentário ao texto de ontem. Trago-o
aqui, como complementação, para que seja saboreado pela qualidade das ideias
propostas. Aditei
a ilustração ao texto.
Deuses
alheios Como sempre, João Pereira Coutinho levantou questões
interessantes em sua coluna da última terça-feira, na qual discorreu sobre
agnosticismo, ateísmo e ciência, para concluir que não podemos concluir nada.
De um modo geral, concordo com sua conclusão, mas acho que a discussão pode ser
enriquecida com algumas ideias do cético Michael Shermer.
Para
o autor de "Cérebro e Crença", a única posição filosoficamente responsável
é
o agnosticismo, que proclama não haver elementos suficientes para demonstrar
com certeza nem que Deus existe nem que não existe, de modo que só nos resta
suspender momentaneamente o juízo acerca dessa questão. Mas isso só vale no
plano intelectual. No comportamental, não dá para ser agnóstico. Quando se
trata do mundo real, ou o sujeito age como se houvesse um Deus pessoal ao qual
terá de prestar contas no final dos tempos, ou como se não houvesse.
Deusas e deuses do panteão romano |
É
por isso que eu não hesito em me declarar ateu. Faz pelo menos duas gerações
que Jeová não pauta a vida de ninguém na minha família — e a crença (ou
descrença) religiosa se transmite geneticamente de pais para filhos na
proporção de 41% a 47%.
Como
provoca Shermer, nos últimos 10 mil anos, os homens produziram cerca de 10 mil
religiões com pelo menos mil deuses. Qual é a probabilidade de que Jeová seja o
verdadeiro e Amon Ra, Zeus, Apolo, Baal, Brahma, Odin, Mitra, Vishnu e mais 991
sejam todos falsos? Como dizem os céticos, todo mundo é ateu em relação aos
deuses dos outros.
Uma boa reflexão essa do "todo mundo é ateu em relação aos deuses do outro". Me faz lembrar de outra que sempre dizia meu saudoso pai; "O recurso do afogado". Seria aquela última mão do afogado que se agarra no que houver. Assim é a religião para maioria dos seres humanos. O sujeito passa uma vida inteira declarando-se ateu, e, as vistas da morte, tenta se agarrar a uma crença desesperada procurando conformação.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir...e o homem criou deus(es)…
ResponderExcluirNos primórdios não havia respostas
Para mistérios que surgiam na vida
Então crer no ignoto era boa aposta
Que apontava para esotérica saída.
Raios, vulcões, quem os controlava?
Cogitava o Homo sapiens ignorante.
Até a morte na ponta de sua clava
Também era um mistério intrigante.
Impunha-se uma solução encontrar
Que lhe explicasse essa paisagem
Que a seu modo era muito singular.
Veio-lhe portanto uma mensagem
Para se colocar num místico altar
E assim criou deus à sua imagem.