ANO
9 |
Livraria Virtual em
Www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
2894
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Como ontem, a
blogada desta sexta circula quando inicio uma viajada. Hoje, em caminho
inverso. Deixo Frederico Westphalen, rumo a Porto Alegre. Aqui ontem, o central
foi a 2ª sessão presencial
das 5 como atividade presencial do seminário “A arte de escrever Ciência com arte” da edição 2014/1.
O assunto da
semana continua o mesmo: a Universidade. A propósito do RUF, Hélio Schwartsman,
um dos mais respeitados cronistas da Folha — bacharel em filosofia e autor
entre outros de O Segredo de Avicena e Uma
Aventura no Afeganistão — publicou no caderno especial acerca do RUF, nesta
segunda, um texto, que transcrevo em sua parte inicial. A íntegra do texto esta
em ruf.folha.uol.com.br/2014/
Isolados,
critérios do RUF são imprecisos, mas funcionam em conjunto Na
mitologia grega, Procusto é um vilão que assassinava quem se aventurasse pela
região do monte Korydallos, no caminho entre Atenas e a cidade sagrada de
Elêusis. Ele convidava a vítima a deitar-se numa cama de ferro e, se ela fosse
menor do que o leito, esticava seus membros até esquartejá-la. Se fosse maior,
cortava-lhe as pernas. Nenhum viajante se salvava, pois, secretamente, Procusto
mantinha duas camas com dimensões diferentes e sempre punha o peregrino na que
não lhe servia.
Modernamente,
usa-se a expressão "cama de Procusto" para designar um padrão
arbitrário para o qual a conformidade é forçada. Fazer um ranking universitário
é submeter instituições a uma bateria de dezenas de leitos de Procusto, na
esperança de que depois, analisando os pedaços decepados e os distendidos, seja
possível estimar o tamanho das vítimas.
Isso significa
que, tomados isoladamente, todos os indicadores utilizados no RUF são
imprecisos, às vezes até problemáticos. Mas espera-se que, no conjunto,
ofereçam um retrato razoável dos pontos fortes e dos fracos de cada
instituição.
Diferentemente de
Procusto, o ranking não tem o objetivo de eliminar o viajante, mas permitir que
ele se conheça melhor, se compare a outros andarilhos e que todos tenham a
oportunidade de ajustar-se à rota. Uma medida da produção universitária, mesmo
que imperfeita, é preferível a nenhuma medida. Como gostam de dizer os físicos,
só conhecemos aquilo que podemos medir.
O beneficiário
último desse tipo de iniciativa nem é a instituição, mas o estudante que se vê
diante de uma oferta cada vez maior de cursos e faculdades e raramente dispõe
de ferramentas adequadas para avaliá-los.
Outra diferença
importante em relação a Procusto é que, como as "vítimas" do ranking
seguem vivas, falam e reclamam, a equipe do RUF ouviu suas críticas, debateu-as
em âmbito interno e externo e promoveu mudanças, buscando aperfeiçoar sua
metodologia.
Trata-se, porém,
de um trabalho sem fim, já que, por definição, é impossível chegar a critérios
definitivos. A referência mitológica aqui já não é Procusto, mas Sísifo.
Posso afirmar que as eleições para governador aqui no Rj são uma verdadeira"cama de Procusto"
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