Ano
7*** FREDERICO WESTPHALEN ***Edição 2012
Hoje
é uma sexta-feira muito especial: ela encerra novembro — onde me fiz 7.3 —, um
mês frutífero em termos de ações acadêmicas. Além de minhas aulas regulares no
Centro Universitário Metodista do IPA e na Universidade Regional Integrada do
Alto Uruguai e das Missões – URI, participei em eventos com falas em Lajeado,
Tubarão, Gaspar, Amargosa, Campina Grande, Manaus, Boa Vista, Bonfim e Lethen (Guiana).
Foram 16 falas em nove cidades de seis estados e uma no exterior.
Mas
esse 30 de novembro é especial, pois esta manhã estou em duas bancas de
qualificação no Programa de Pós Graduação em Educação da URI. O curso de
mestrado que começou no segundo semestre do ano passado vem tendo, desde começo
de novembro, suas primeiras qualificações.
Tenho
dito — e nisso não sou original — que nos distintos rituais da academia, são as
qualificações dos projetos de tese de mestrado e doutorado (e a prática já
começa a estar presente nas monografias de especializações e mesmo nos Trabalhos
de Conclusão de Curso em Graduações) os eventos que tem o nome mais bem posto e
também o mais importante (mesmo se comparado com a defesa final). É neste
momento que a banca concorre para realmente qualificar
a proposta, e por isto pode/deve fazer críticas, que não lembram em nada uma sessão da universidade medieval
.
Acerca
da difícil arte de fazer crítica algo anedótico. Este ano entre várias defesas
que tive na Universidade do Estado do Amazonas, houve duas em agosto, em
Paritins. Uma delas concorridíssima — uma plateia de mais de uma centena de pessoas
— onde o candidato era o diretor do Centro de Formação Professores da UEA,
pessoa queridíssima. Como aportar, então, críticas, sem cair no desagrado do
público? Comecei contando uma situação que me ocorrera em março. Estava na
defesa de dissertação de um jovem biólogo reconhecido. No auditório estava seu
avô, alienígena na Academia. Fiz alguns comentários/ sugestões na busca de
aprimorar a versão final. Passada a defesa perguntei ao neo-mestrando: “Guy, o
que teu avô achou da defesa?” “Ele disse que tu parecias um técnico de futebol
querendo ensinar o Neimar a jogar futebol!” Completei, então, pois hoje sou
aqui alguém que vai ensinar o Diretor a ‘jogar futebol’.
Queria
trazer dois breves comentários sobre as duas qualificações. A primeira
especial, pois é de uma orientanda minha. A outra de um ex-aluno muito querido,
que se destaca como reconhecido professor de Filosofia na região.
A
primeira é a de Camila Guidini Camargo e estão comigo na banca os professores Leonel Piovezana – UNOCHAPECÓ e Neusa
Maria John Sheid – URI, Santo Ângelo. Aqui um significativo registro lateral: o
professor Leonel, atestando o significado de uma qualificação traz de Chapecó
nove alunos para acompanhar a sessão.
Camila
reconhece o quanto o mestrado vem contribuindo significativamente para sua
formação como pesquisadora, historiadora e docente. Destaca vivenciar um
momento muito importante em sua vida com a busca desta qualificação do projeto
de mestrado e com o muito recente ingresso, por concorrido concurso público, no
magistério público do Estado do Rio Grande do Sul. A tudo isso agrega à
caminhada profissional na URI.
Ela apresenta uma proposta que envolve
busca de respostas às indagações que se fazem presentes nos espaços acadêmicos,
com a inclusão de indígenas no Ensino Superior. A pesquisa propõe o estudo
sobre a temática indígena em espaços escolares e a promoção de diálogos
interculturais, partindo das vozes de acadêmicos que fazem parte de grupos
indígenas, que vivenciam as duas esferas: culturas e saberes da comunidade
indígena a qual pertencem e cultura e saberes da comunidade acadêmica, na
perspectiva de perceber como ocorrem as relações e interações no espaço
acadêmico, abrindo novas alternativas pela construção e respeito aos diálogos
interculturais.
A segunda banca da manhã é de Fernando Battisti onde tenho a companhia dos professores Cláudio
Dal Bosco – UPF e Arnaldo Nogaro, o Orientador.
O Fernando
tem graduação em Filosofia pela URI e em paralelo ao mestrado cursa Direito. Professor
da Escola Básica e no Ensino Superior da URI em várias licenciaturas, Professor
no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora e na Escola Técnica José Cañelas. Casado
com Marcieli, mora em Seberi-RS.
A pesquisa do Fernando surge das
indagações sobre a importância da teoria de Kant no pensamento moderno, marcada
pela presença de uma revolução copernicana kantiana. Há uma tentativa de se
fazer uma analogia da revolução copernicana kantiana com a Educação tendo em
vista a pesquisa sobre a Tendência da Escola Tradicional e Escola Nova e os
pressupostos de mudança no ponto de vista da construção do conhecimento.
Criticar não é tarefa fácil, principalmente porque o criticado geralmente não reconhece o quanto cresce na crítica, o que não é o caso em tela. Somos egocentristas por natureza, nascemos donos da verdade, nossos motivos, nossa razões sempre se revestem da mais sólida couraça avessa a qualquer mudança.Porem determinadas críticas são de um valor inestimavel. Ilustro o comentário com recente campanha publicitária que está sendo veiculada na televisão de um cartão de débito, onde os personagens mesmo diante dos maiores absurdos ficam totalmente cegos a realidade. Vale a pena refletir.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Querido mestre!
ResponderExcluirQue alegria o dia de hoje!
A qualificação é realmente um momento muito importante.
Mais uma vez, muito obrigado por tudo!
Abraços da sua orientada
Camila Guidini Camargo