Ano
7*** PORTO ALEGRE/MORADA DOS AFAGOS ***Edição 2309
Parece ser senso comum, que neste
século 21, nós lemos — em suporte papel — menos e também reduzimos em muito
nossos momentos de lazer. Já comentei aqui, em mais de uma vez, a rapidação da
passagem do ‘tempo Cairós’ quando estamos conectados. E mais, se não vemos lá
no canto inferior direito o sinal de conexão, parece qua não sabemos trabalhar.
Lembro, quando meus filhos eram
crianças e tinham que fazer alguma representação de seu pai, em mais de uma oportunidade,
me desenhavam numa rede com um livro. Bons tempos. Hoje são raros, um melhor,
muito raros os momentos de curtir uma rede com um livro. É provável que meus
netos me representem no computador.
"Será que vivemos num mundo muito
melhor só porque podemos fotografar a comida no prato e postá-la para todos os
nossos amigos antes de começar a comer?". Com essa provocação, o escritor estadunidense
Jonathan Franzen (nascido em 1959) questiona a influência que as mídias sociais
têm tido na cultura contemporânea. O comentário está na p. E4 da Folha de S.
Paulo de ontem.
Apesar de se confessar um
"viciado em e-mails", que não fica mais de duas horas sem checar a
caixa postal, Franzen expôs seu mau humor acerca do "vício planetário"
com relação à internet, ao falar no sábado, primeiro dia da 26ª edição da Feira
do Livro de Guadalajara, que acontece até dia 2 de dezembro na cidade mexicana.
"Se a internet for a droga
definitiva, estamos bem. Mas ninguém sabe ainda se será. Até outro dia, era o
cigarro. E, de repente, as pessoas pararam de fumar num domingo e na segunda
começaram a clicar compulsivamente em seus smartphones. Quem sabe não vamos nos
cansar disso em algum momento?"
E reforçou que vê os livros hoje como
produtos de consumo de uma minoria cada vez mais reduzida. "Os livros
sempre foram para poucos. Agora a disputa é muito mais intensa, e o desafio do
escritor é maior. A diferença é que, quando saímos da internet e entramos num
livro, percebemos que, na realidade, temos muito mais horas em nossos
dias."
Para sobrar mais tempo para leitura de
verdade, faço uma edição mais curta. Tomara sobre tempo para curtir um livro
nesta última terça-feira de novembro.
Não me considero um viciado sem cura deste vício chamado de internet, mas reconheço que perco muitos momentos checando emails e redes sociais. Ainda mais com a vinda dos Smartphones que tem acesso a qualquer momentos da rede. Porém ainda me alento de ser um aficionado por livros de papel.
ResponderExcluirPreocupo muito também com um maior isolamento daqueles que passam horas a fio na internet de um modo geral (leia-se redes sociais) pois acaba perdendo momentos prazerosos ao lado da famílias e amigos não virtuais.
Sou um saudosista ferrenho, apaixonado pelos livros, mas vejo na internet um advento bem maior nos dias de hoje. É o do imediatismo, voce pensa, voce posta e pronto; está estabelecida em questão de segundos uma comunicação entre voce e um incontável número de pessoas. Nestes tempos de interesses capitais, os meios de comunicação cada vez não dão mais voz as pessoas, e sim ao capital. Não importa o que voce diga, importa quanto tenha para pagar para dizer. E ali no meio virtual o tímido se transmuta no atirado, a feia vira a bela com sua fotos cuidadosamente tiradas no seu melhor ângulo. As pessoas não se ouvem mais, mais "curtem" no facebook, compartilham e até comentam. Estamos entrando numa nova era da comunicação.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Ola Chassot
ResponderExcluirGrande verdade que ao nos libertarmos da internet parece que o tempo é bem maior. Pude constatar isso no ultimo sabado à tarde. Deixei o computador e lado e sentei-me no sofá saboreando algumas escritas do Lutzenberger. Mesmo com aquele tempo maravilhoso lá fora, dia de muito sol e clima ameno, fiquei inebriado pelas frases e parágrafos, coisa que ha muito nao fazia. Tambem me pergunto: Será que um dia nao nos cansaremos deste vício das Redes Sociais e dos E-mails?
Abraço JB
Muito estimados Bruno, Antonio Jorge & Jairo,
ResponderExcluiros três que de Itapipoca, Niterói e Canoas adensaram a blogada acerca da Internet como ‘vício’ que nos dá prazeres, mas nos cobra tempos preciosos e faz fugar deleites de outrora que talvez o jovem Bruno não conheceu, mas que o Antônio Jorge e o Jairo têm saudades.
Talvez eu devesse ir para a rede ‘aquela que se assemelha a útero materno’ que nos aconchega,
attico chassot
Querido Chassot,
ResponderExcluirTenho notado que a capacidade de concentração e a memória das pessoas também fica diminuída devido às redes sociais...
O foco necessário para uma leitura atenta e profunda, a disciplina para ouvir uma aula o palestra por 45-60 minutos, uma peça de teatro de 3h,
ou de apreender conhecimentos sólidos fragiliza-se de tantas distrações e rapidez de informações aljofradas nos murais...
Grande abraço,
Guy.
Li no fim da tarde de ontem um email pedindo uma informação, enviado após meio-dia. Escrevi pedido desculpas pela demora em dar retorno. Pensei no absurdo disso. Depois teremos crianças (e já temos) mais ansiosas, agitadas, e devidamente medicadas.
ResponderExcluirLimerique
ResponderExcluirGosto da internet, mas não a vivo
Meus momentos com ela inativos
Prefiro a aventura
De uma boa leitura
De um livro com texto reflexivo.