Um sábado e domingo onde provavelmente um entre cada dez brasileiros
(in)diretamente envolve-se no ENEM — Exame Nacional do Ensino Médio —. Só
examinandos são quase 6 milhões, adite-se examinadores, fiscais, suporte nos
locais de prova e, especialmente familiares.
De acordo com balanço divulgado na quinta-feira pelo Inep
(Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão
do MEC (Ministério da Educação), 3,4 milhões de brasileiras fazem as provas do
ENEM ontem e hoje, o que representa 59% dos 5,7 milhões de inscritos. Os homens
somam 2,3 milhões (41%). Assim, o ENEM, é feminino e mais: este exame se
constitui em seleção de significativa maioria das vagas (cerca de 90%) em
Universidades públicas federais no país.
Os homens podem ser minoria, mas dentre eles há um
exemplo comovente. Vital Barbosa, 62, estuda inglês e quer fazer faculdade de
engenharia. Ele participa do programa de Educação para Jovens e Adultos (EJA).
Cabelos longos, barba comprida e livros por toda a
“casa”. Esta é a descrição mais fiel para o aposentado Vital Barbosa, de 62
anos, que há dois anos vive dentro de uma Kombi, em Vila Garrido, Vila Velha,
Grande Vitória.
A casa não é tão extensa, mas é lá que Vital se prepara
para o ENEM de 2013, já que perdeu o prazo de inscrição das provas deste ano.
"Meu maior sonho é fazer faculdade de engenharia civil e construir, com os
meus conhecimentos, a minha casa, feita de lajota, concreto e laje. Sei que só
os estudos me abrirão esta oportunidade", disse.
A Kombi onde mora foi seu instrumento de trabalho por
muitos anos. Com ela, Vital fazia fretes. Atualmente, o veículo está abandonado,
praticamente enferrujado pela exposição ao tempo e parado por falta de uso. O
veículo fica estrategicamente parado em frente a casa do irmão de Vital.
"Eu não gosto de incomodar. O máximo que faço é
tomar banho e lavar umas peças de roupas na casa dele. Com o dinheiro da
aposentadoria, junto as roupas mais pesadas e pago alguém para lavar. A minha
alimentação é feita em um restaurante 'baratinho' aqui do bairro. Na maior
parte do tempo passo estudando mesmo. Hoje, tenho até um trabalho de física para
apresentar", explicou nesta quinta-feira, dia 1º(das agências de notícias).
Certamente se Nietzsche vivesse em nossos dias identificaria no Vital o seu Zaratustra. A busca por cultura é bálsamo para todas as enfermidades, não tem época, idade, sexo nem condição social.
ResponderExcluirFelicidades e sucesso para o nosso carismático personagem.
Abraços
Antonio Jorge
Limerique
ResponderExcluirHá coisas que surpreendem na cidade
Existem muitos mitos na sociedade
Velho tem que usar pijama!
Ao invés de escola, cama!
Bobagem! para estudar não tem idade.