ANO
8 |
EDIÇÃO
2820
|
Mesmo que pareça quase imperceptível, hoje
se encerra o primeiro semestre, deste 2014. Há não muito, celebrávamos como o
ano novo. Este 30 de junho determina o completar da primeira metade do
ano.
Talvez, seja mais saboroso verificar que dos
32 dias de copa já passaram 19. Ainda, faltam 13. Para mim, nesta aritmética, vejo
ocorrer um desacerto. Programara que de 03 a 12 de julho (portanto 10 dias julinos
de copa), estaria com a Gelsa, participando da 5ª Conferência Internacional de
Etnomatemática, em Maputo, capital de Moçambique. Trabalho aceito no evento,
passagens compradas e hotel reservado. Convites para palestras paralelas ao
evento em outra cidade. Tudo a feitio de fugar um pouco da copa. Mas, em dias
da semana que passou, vimos esboroarem-se sonhos. Houve dificuldades de
conseguir vistos em tempo hábil.
Aquela imagem do astronauta, que perguntado
acerca de suas impressões em ver a Terra do espaço respondera: não vi cada país pintado de uma cor,
aflorou forte. Canta-se que vivemos tempos em que o Planeta globaliza-se cada
vez mais. Isto é falacioso em parte. Podemos saber, quase instantaneamente, o
que ocorre em qualquer país. Nossa entrada física, nem sempre é facilitada. Ou
melhor, é, às vezes, dificultada.
Talvez, haja uma quase total globalização,
entre todas as geografias, de bits ou bytes (Um bit: unidade elementar de
informação). Bits ou bytes trafegam em números astronômicos (megabytes,
gigabytes, terabytes...yottabytes) desconhecendo fronteiras... Todavia, sabemos
que ainda há restrições em alguns países totalitários, que censuram, por
exemplo, a internet. As restrições que se fazem a entradas de humanos são
muitas vezes dolorosas.
O astronauta antes trazido a este cenário, provavelmente,
não viu as cercas aramadas com farpas que separam a África magrebina e a península
ibérica (tão vizinhas e tão separadas), o norte do México e sua divisa com os
Estados Unidos, ou ainda, as discriminatórias cercas que se constroem, hoje,
dentro de territórios palestinos, quando da instalação de colônias israelis.
Estas três menções, são apenas exemplos de fronteiras que fazem separações, com
marcas de discriminação e muitas vezes, de ódio. Por isso, também, é difícil se
ver tão exigente e complicada a obtenção de visto para ir a um evento
científico.
Mas, o primeiro semestre se transmuta em
segundo durante a Copa. Assim, parece que não há clima para fazer um balanço dos
primeiros seis meses deste 2014. Talvez, ter estado envolvido em 36 falas
ligadas ao meu fazer acadêmico foi o mais significativo profissionalmente. Também
nestas ações a copa interfere, pois no período da mesma, eu vivo tempos de
abstinência de palestras. Também por tal espero passar dia 13 de julho.
Mestre Chassot, a burocracia as vezes transmuta-se em "burrocracia". As vezes fico imaginando como seria bom poder discutir com Weber e indagar ao mesmo o que há de bom em situações como essa. Lembro também que do pensamento irracional de Hitler, a única coisa que me parecia boa seria um mundo sem fronteiras, infelizmente no raciocínio do facínora, sob sua égide.
ResponderExcluirSobre sua reflexão acerca da globalização ouso sintetizar: Globalização sem acesso para muitos.
ResponderExcluirGrande abraço.