ANO
8 |
EDIÇÃO
2794
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Na
edição de ontem dizia que nesta segunda, terça e quarta feiras a Educação do Rio Grande do Sul vive um
tríduo excepcional. Realiza-se 2º SEMINÁRIO
INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO SEDUC/ RS.
Dentro deste contexto, ontem,
foi lançado O Ensino Médio e os Desafios da Experiência:
movimentos da prática
AZEVEDO, José Clovis; REIS, Jonas Tarcísio (orgs). São Paulo: Fundação
Santillana e Moderna, 2014, 237 p. ISBN 978-85-63489-22-7
Nesta
obra, de 13 capítulos, sou autor de A pesquisa de
saberes primevos catalisando a indisciplinaridade. [p. 115-133].
Ao anoitecer, por mais de 100 minutos, junto com outros autores, autografei,
talvez uns duzentos exemplares. A Gelsa tem distinguida presença no Seminário.
Ela teve significativa fala em um dos três painéis tarde de ontem: Avaliação institucional e da aprendizagem na
perspectiva emancipatória.
Mas,
deixo de lado o Seminário, no qual esta tarde faço a fala de encerramento, para
trazer outro assunto pelo correlato. Há no Rio Grande do Sul uma continuada
tentativa, por parte de certa imprensa em mostrar que a Educação publica não é
boa. Isso é quase, um ‘pão nosso de cada dia’. Assim, mesmo que na segunda-feira iniciasse um evento que por três
dias envolva cerca de 30 mil pessoas, isso não é sequer mencionado. Numa
postura na contramão, se anuncia na capa para uma matéria de duas páginas com
esta chamada: A LOUSA É DIGITAL. A AULA, NÃO Há um ano, o MEC distribuiu 1,6
mil equipamentos para escolas estaduais, mas eles são pouco usados. Eis um excerto
da reportagem:
Indicada
pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc) e pelo MEC como exemplo, a escola
Paulo da Gama, no bairro Partenon, desistiu do uso em razão da complexidade do
equipamento. Quando recebeu a lousa digital, Guy Barcellos, professor de biologia
e seminários integrados e projetos para Ensino Médio, empolgou-se. Montou a
estrutura e até tentou dar algumas aulas. Mas foi vencido pelas dificuldades. A
lousa entregue pelo governo serviu apenas para terem a ideia de comprar outra
mais funcional, por R$ 3 mil, com recursos do próprio ministério.
—
Ela não funcionou direito. Nós estamos utilizando apenas para projeção,
principalmente de filmes e documentários, pois tem um bom áudio, mas o recurso
de interatividade, de tela digital, é canhestro — avalia Barcellos.
Eis
algo dos bastidores da matéria, em mensagem que recebi ainda na segunda-feira?
Querido
Chassot: Gostaria de comentar algo sobre a matéria que saiu em ZH hoje: Na
semana passada recebi na Sala de Ciências a jornalista Kamila Almeida, do
Caderno Sua Vida, de ZH, que fazia uma reportagem sobre lousa digital.
Conversamos
por uma hora, mostrei a ela todos os recursos da Sala de Ciências (microscópio
digital conectado ao projetor, tablet com aplicativos conectado ao datashow,
aquário, coleção de fósseis, experimentos etc, alguns comprados com recurso do
MEC e outros por mim)… apesar do foco da reportagem ser a lousa, comentei que
não nos limitávamos a isso. Expliquei que aquela primeira lousa digital
fornecida pelo MEC não tinha uma operacionalidade fácil e que, por isso, o
Prof. Ricardo (vice-diretor) havia providenciado a compra de uma nova com
outros recursos do MEC disponíveis para tais fins. Expliquei à jornalista o
quão importante considero que utilizemos meios digitais em classe, pois os
alunos são espontaneamente digitais e nós professores analógicos e/ou
semi-digitais precisávamos atingi-los usando estes expedientes, pois se
ficássemos na lousa verde com giz perderiam o interesse… Comentei que não
deveríamos lutar contra a tecnologia, mas torna-la aliada ao educar… Disse,
também, que estes recursos não são a panaceia da Educação, mas que ajudam o
professor a mostrar aos alunos os mundos das Ciências, Linguagens e Tecnologias
com mais fidedignidade e acurácia… Disse que os professores, usando as TICs,
poderiam ajudar os alunos a tratar a informação e transformá-la em
conhecimento, e o quanto é difícil fazê-lo na sociedade líquido-moderna…
Expliquei que o Politécnico é um excelente caminho para uma Educação
humanizante, na qual os alunos fazem pesquisa e são protagonistas do aprender
etc etc etc… Enfim… Falei muitas coisas... e a maioria delas positivas!
E
o quê ela aproveitou da entrevista? Aquilo que falei de negativo sobre a
interatividade da lousa digital… Muito triste. Faz-me pensar quais são as intenções
ocultas de uma matéria assim…
Quando
fizemos a I Mostra do Politécnico no IEEPG eles (ZH) não divulgaram. Quando meu
livro foi lançado nada foi comentado… Mas quando referi superficialmente que
uma lousa não funcionou direito se ganha duas páginas…
Abraços
revoltados Guy,
Prof.
Me. Guy Barcellos. Biólogo, Mestre em Educação em Ciências e Matemática /
PUCRS, Doutorando em Educação em Ciências e Matemática / PUCRS. Docente de
Ciências e Biologia do Instituto Estadual de Educação Paulo da Gama
Em
tempo: Podes encaminhar o email a quem considerares oportuno.
A explicação é muito simples, para a imprensa marrom boas novas não vendem jornal, já a verdade distorcida por uma crítica leviana e irresponsavel feita por uma profissional que certamente deveria estar em coluna de fofocas, essa vende. Só que para públicos distintos.
ResponderExcluirIsto me lembra a fala do professor Gaudêncio Frigotto em 2013 aqui na URI quando foi enfático ao se referir ao poder da mídia dizendo: "Vocês tem aqui no RS um verdadeiro câncer que é a RBS. Esse monopólio só faz mal à democratização da informação".
ResponderExcluirO Antonio Furtado, em seu comentário ontem, sintetizou o sentimento de pais, estudantes e nossa (professores). Sentimento, na maioria das vezes, sufocado por acreditarmos, ainda, nas utopias(Freire).
Grande abraço a todos!
Professor Chassot,
ResponderExcluiracredito mais no Prof Guy, que na Zero Hora, imprensa que o Antonio Furtado chama de marrom e o Vanderlei ratifica ser um câncer, que prefiro chamar de cancro, para mostrar seu conservadorismo
Prioridade?
ResponderExcluirEntão vamos com calma minha gente
Aqui e agora o Pindorama vai ter jeito
Nosso congresso não está indiferente
Dez por cento do PIB atende o pleito.
Daqueles que entendem a educação
Como garantia de cidadão consciente
Que votará nos melhores na eleição,
E que têm um Brasil melhor em mente.
Mas isso é uma piada frente à história
Há mais de século países como Japão
Rápidos, deram sua mão à palmatória
Destinaram ao ensino grande quinhão.
E nós, bem lá atrás em e grande glória
Pensamos que descobrimos a solução.
Chassot e colegas,
ResponderExcluirobrigado pelo apoio. Realmente foi surpreendente o viés dado ao que disse.
Infelizmente…
Abraços
Colegas
ResponderExcluirAlém de tudo o que foi dito sobre a manipulação das notícias, há o fato de que as lousas compradas pelo MEC são, muitas vezes, de péssima qualidade e já em muito ultrapassadas em termos de tecnologia de informação. Isso ocorre também com os computadores com os q8uais os governos equipam as escolas. Não são de ponta, última geração. São sim aqueles que as empresas não venderiam a mais ninguém e, assim, vendendo a preços milionários para o sistema público, acabam por abarrotar nossas escolas de máquinas obsoletas!