ANO
8 |
EDIÇÃO
2807
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Lembro
quando aprendi o adjetivo imiscível. Estudava soluções. A água e o azeite,
diferente da água e do álcool, são imiscíveis. Quem defendesse que eleições e
copa são imiscíveis, constata, nestes primeiros dias da mesma, o quanto são
miscíveis. A blogada de ontem, ratifica, um pouco isso.
Quando
leio as declarações dos próceres mais representativos do PSDB a propósito do lançamento
de candidatura partidária à presidência da república assustei-me. Não há como
não fazer analogias.
Neste
domingo, no mesmo jornal que lia as declarações de FHC, Serra e Alckmin sobre o
PT e sobre Dilma (e eles parece que não tinham nada a dizer se seu partido e de
seu candidato) lia acerca do resultado das eleições para o Parlamento Europeu,
no fim de maio: ocorreu na prática o
fortalecimento dos partidos de extrema direita no continente.
As
eleições europeias confirmaram uma tendência observada já há alguns anos na
maior parte dos países do continente: o crescimento espetacular da extrema
direita. Esse é um fenômeno sem precedente desde os anos 1930. Em muitos
países, essa corrente obtinha entre 10 e 20%. Hoje, em três países (França,
Inglaterra e Dinamarca), ela já atinge entre 25 e 30% dos votos. O caso francês
é o mais grave; o avanço da Frente Nacional ultrapassa todas as previsões,
mesmo as mais pessimistas.
Seria
um erro acreditar que o fascismo e o antifascismo são fenômenos do passado. Um
e outro parecem surgir revigorados. A crise econômica que castiga a Europa
desde 2008 parece que favoreceu, de maneira predominante mais a extrema direita
do que a esquerda radical. Se no Brasil, termos passado imune à crise em 2008
favoreceu a eleição de um terceiro governo mais a esquerda, parece natural para
a direita, agora, tripudiar com a crise e anunciar que se vai varrer o PT do
poder.
Lembrei-me,
então, que além de estudar miscibilidade de solutos e solventes li ‘O 18
brumário’ de Karl Marx. Por tal, parece que as próximas eleições presidenciais serão
brumosas, mesmo que elas ocorram na primavera.
Lendo a blogada de hoje lembrei-me de um saudoso amigo Dr. Carlos de Carvalho, covardemente assassinado alguns anos atrás por um pivete assaltante à porta de sua casa. Era o auge da era Collor e o amigo médico me dizia acerca dos embates Lula & Collor, "Quer ver a esquerda virar direita? Dá o poder na mão dela!". Palavras proféticas.
ResponderExcluirQuanto a um possível triunfo futuro da extrema direita confesso que não me preocupa. No entanto, pode muito preocupar a muitos. Pobre dos pobres! Calarão as vozes das minorias ou calar-se-ão?
ResponderExcluirDroit
ResponderExcluirE a nossa direita? Vai bem, obrigado
“Os mesmos” aproveitam o momento
E pregam volta olímpica ao passado
Assegurando apenas futuro cinzento.
A direita dorme, mas jamais desiste
Fica dormitando na moita enquanto
Aguarda com sua ideologia em riste
Para no Patropi estender seu manto.
É vanguarda do retrocesso veja você,
Que para vencer presidencial eleição.
Uma direita que traz de volta efeagacê
Apoiando Aécio Neves uma abstração.
Votemos portando nesse peessedebê
Para que a vaca vá pro brejo da nação.