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terça-feira, 17 de junho de 2014

17.- Eleições & Copa não são imiscíveis


ANO
 8
Livraria virtual em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2807

Lembro quando aprendi o adjetivo imiscível. Estudava soluções. A água e o azeite, diferente da água e do álcool, são imiscíveis. Quem defendesse que eleições e copa são imiscíveis, constata, nestes primeiros dias da mesma, o quanto são miscíveis. A blogada de ontem, ratifica, um pouco isso.
Quando leio as declarações dos próceres mais representativos do PSDB a propósito do lançamento de candidatura partidária à presidência da república assustei-me. Não há como não fazer analogias.
Neste domingo, no mesmo jornal que lia as declarações de FHC, Serra e Alckmin sobre o PT e sobre Dilma (e eles parece que não tinham nada a dizer se seu partido e de seu candidato) lia acerca do resultado das eleições para o Parlamento Europeu, no fim de maio: ocorreu na prática o fortalecimento dos partidos de extrema direita no continente.
As eleições europeias confirmaram uma tendência observada já há alguns anos na maior parte dos países do continente: o crescimento espetacular da extrema direita. Esse é um fenômeno sem precedente desde os anos 1930. Em muitos países, essa corrente obtinha entre 10 e 20%. Hoje, em três países (França, Inglaterra e Dinamarca), ela já atinge entre 25 e 30% dos votos. O caso francês é o mais grave; o avanço da Frente Nacional ultrapassa todas as previsões, mesmo as mais pessimistas.
Seria um erro acreditar que o fascismo e o antifascismo são fenômenos do passado. Um e outro parecem surgir revigorados. A crise econômica que castiga a Europa desde 2008 parece que favoreceu, de maneira predominante mais a extrema direita do que a esquerda radical. Se no Brasil, termos passado imune à crise em 2008 favoreceu a eleição de um terceiro governo mais a esquerda, parece natural para a direita, agora, tripudiar com a crise e anunciar que se vai varrer o PT do poder.
Lembrei-me, então, que além de estudar miscibilidade de solutos e solventes li ‘O 18 brumário’ de Karl Marx. Por tal, parece que as próximas eleições presidenciais serão brumosas, mesmo que elas ocorram na primavera.

3 comentários:

  1. Lendo a blogada de hoje lembrei-me de um saudoso amigo Dr. Carlos de Carvalho, covardemente assassinado alguns anos atrás por um pivete assaltante à porta de sua casa. Era o auge da era Collor e o amigo médico me dizia acerca dos embates Lula & Collor, "Quer ver a esquerda virar direita? Dá o poder na mão dela!". Palavras proféticas.

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  2. Quanto a um possível triunfo futuro da extrema direita confesso que não me preocupa. No entanto, pode muito preocupar a muitos. Pobre dos pobres! Calarão as vozes das minorias ou calar-se-ão?

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  3. Droit

    E a nossa direita? Vai bem, obrigado
    “Os mesmos” aproveitam o momento
    E pregam volta olímpica ao passado
    Assegurando apenas futuro cinzento.

    A direita dorme, mas jamais desiste
    Fica dormitando na moita enquanto
    Aguarda com sua ideologia em riste
    Para no Patropi estender seu manto.

    É vanguarda do retrocesso veja você,
    Que para vencer presidencial eleição.
    Uma direita que traz de volta efeagacê
    Apoiando Aécio Neves uma abstração.

    Votemos portando nesse peessedebê
    Para que a vaca vá pro brejo da nação.

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