ANO
8 |
EDIÇÃO
2801
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Retorno
de Santa Cruz do Sul envolvido com prognósticos para 2 e 3 de outubro:
os dias do 34º Encontro de Debates de Ensino de Química. Este ano a nossa ‘oktoberfest’
se antecipa no cenário de uma das festas mais populares do Rio Grande do Sul. Há
expectativas.
Mas,
amanhã começa a copa da Fifa. Os deuses já desceram do Olimpo. A granja Comary
já os enviou para as primícias iniciáticas. Os brasileiros que não viveram,
ainda, rituais sexagenaríssimos viverão algo inédito. O evento tem leituras
múltiplas.
Hoje,
trago um cientista político para nos desatar embrulho fedibundo. José Carneiro
é mais uma vez cronista neste blogue, com texto que circulou em O Liberal de Belém. Os leitores já o
conhecem. Seu último texto aqui, em 28 de maio, foi dos presentes mais
significativos que recebi. O tom deste de hoje é bem outro. Vale lê-lo para
saber quem vai dar o padrão nas próximas quase cinco semanas.
A Copa da permissibilidade? Sei que eu vou me repetir neste artigo, e também
provavelmente repetir o que muitos vem falando, desde que o Brasil foi
escolhido para sediar o campeonato mundial de futebol, nesta sua 20ª edição.
Inclusive eu já havia pensado/planejado não escrever mais nada sobre esta Copa
do Mundo, por causa da recorrência e por já ter escrito mais de uma vez. Mas
não resisti, depois que li a frase injuriosa, deselegante e de má fé de Joana
Havelange, filha e neta dos ex-presidentes da CBF Ricardo Teixeira e João
Havelange, descendência lembrando o provérbio “quem sai aos seus não se
degenera”.
Joana Havelange, filha de Ricardo
Teixeira e diretora do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo (COL). Sua frase provocativa é lapidar da família que, no momento, ela
representa no pomposo e muito bem pago cargo de diretora do Comitê Organizador
Local da Copa do Mundo. Ela foi indicada e nomeada pelo pai, quando este
detinha cargos na FIFA e presidia a CBF. A frase mal pronunciada por Joana
Havelange foi a seguinte e faço questão de transcrevê-la: “O que tinha que ser
roubado, já foi. Se fosse para protestar, que tivesse sido feito antes”. Parece
simples, assim, mas não é e encerra uma verdade lamentável que tem se
incrustrado na cultura brasileira, ou seja, a de que a corrupção é corriqueira
no país, oficializada por várias instâncias e já virou motivo de chacota entre
a população.
O
assunto de hoje, portanto, é a corrupção entrevista na frase da herdeira da
família Havelange, mas não é de corrupção do Brasil que desejo tratar e sim de
corrução no Brasil, por causa da prepotência, imposta e aceita pelo governo
brasileiro, da FIFA, a entidade que domina e controla o futebol em todo o
mundo. Para começar os indigitados Ricardo Teixeira e João Havelange, que já
foram genro e sogro, relação que os levou, juntos, ao centro do poder do
futebol mundial, foram escorraçados da CBF e da FIFA por causa dos processos
que enfrentaram (e ainda enfrentam), no Brasil e em vários países. Ricardo
Teixeira, por exemplo, escapou de duas CPIs, na Câmara Federal e no Senado do
Brasil, as quais revelaram os atos ilícitos cometidos por ele no comando da
CBF. Parlamentares aliados de Teixeira ajudaram a atenuar as conclusões nas
CPIs, que deram em nada, mas a pressão posterior, com tudo o que veio à tona, o
fizeram renunciar ao cargo e fixar residência nos Estados Unidos, provavelmente
para escapar, de alguma forma, da justiça. O nonagenário Havelange, por sua
vez, depois de ter dirigido a FIFA por vinte anos, ao fim dos quais foi
guindado à presidência honorífica da entidade, viu levantado, na Suíça, o véu
que cobria a série de negociatas envolvendo o seu nome nas quais teria sido
beneficiado com fortunas em comissões. Os referidos processos na Justiça suíça
foram responsáveis, diretamente, pela exclusão de Havelange do cargo honorífico
com que fora agraciado, “pelos bons serviços prestados” à entidade, em cinco
mandatos sucessivos.
Agora
estamos diante da Copa do Mundo e tudo o que isso representa, em termos do
poder da FIFA e de sua influência no que diz respeito ao torneio, seja na
construção de estádios, na reforma e ampliação de aeroportos e tudo o mais que
esteja no entorno dos locais de jogo, desde obras urbanas até espaços para
venda de produtos por ambulantes. Com muita suspeita sobre essas obras. Em tudo
a FIFA intervém já que a Copa é dela e de mais ninguém. E agora vem a herdeira
direta dos Havelange indiciados propalar, em alto e bom tom, que tudo teria
acontecido apenas no passado, nada tendo a ver com a atualidade. Se é assim,
valha-nos quem?
Na
edição de segunda-feira, vale ver SAÚDE NA COPA, ENVOLVENDO
O PÚBLICO NA SAÚDE PÚBLICA e os benefícios
que se busca disponibilizar para termos uma copa mais saudável e os aplicativos
disponibilizados para tal.
"Restaure-se a moralidade ou locupletemos todos"
ResponderExcluirStanislaw Ponte Preta
Ladrões
Quando João Havelange era califa
Tudo se roubou em nome da FIFA
Mas como neta de peixe, peixinha é
Joana Havelange confirma e bota fé.
Ladrões de casaca Ricardo & João
Passaram o cetro prá nova geração
Pois mesmo ladroagem deve renovar
Roubando bonito em outro patamar.
Vai doce netinha viva sua vocação
Se derem moleza roube de montão
E pode apostar na sua impunidade.
Aqui é Pindorama o país de ladrão
Só pobres e putas na cadeia estão
Pois ladrão rico é nome de cidade.
Em uma sociedade em que o exemplo de falta de caráter vem de cima, o que cobrar dos menos favorecidos? Como censurar o ladrão pé de chinelo se nossos gestores são a mais fina flor da imundície humana? Remete-me o pensamento aos tempos de Calígula, no qual a permissividade e a promiscuidade moral era o usual. Retrocedemos e involuímos.
ResponderExcluirIsto transparece a ideia de que parece não haver pessoas probas neste país, ao menos em cargos importantes e de destaque em momentos como o atual.
ResponderExcluirBueno, depois que condecoraram o Ronaldinho Gaúcho na Academia Brasileira de Letras vamos esperar o quê mais?