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quarta-feira, 11 de junho de 2014

11.-PADRÃO FIFA DE ROUBALHEIRA

ANO
 8
Livraria virtual em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2801
Retorno de Santa Cruz do Sul envolvido com prognósticos para 2 e 3 de outubro: os dias do 34º Encontro de Debates de Ensino de Química. Este ano a nossa ‘oktoberfest’ se antecipa no cenário de uma das festas mais populares do Rio Grande do Sul. Há expectativas.
Mas, amanhã começa a copa da Fifa. Os deuses já desceram do Olimpo. A granja Comary já os enviou para as primícias iniciáticas. Os brasileiros que não viveram, ainda, rituais sexagenaríssimos viverão algo inédito. O evento tem leituras múltiplas.
Hoje, trago um cientista político para nos desatar embrulho fedibundo. José Carneiro é mais uma vez cronista neste blogue, com texto que circulou em O Liberal de Belém. Os leitores já o conhecem. Seu último texto aqui, em 28 de maio, foi dos presentes mais significativos que recebi. O tom deste de hoje é bem outro. Vale lê-lo para saber quem vai dar o padrão nas próximas quase cinco semanas.
A Copa da permissibilidade? Sei que eu vou me repetir neste artigo, e também provavelmente repetir o que muitos vem falando, desde que o Brasil foi escolhido para sediar o campeonato mundial de futebol, nesta sua 20ª edição. Inclusive eu já havia pensado/planejado não escrever mais nada sobre esta Copa do Mundo, por causa da recorrência e por já ter escrito mais de uma vez. Mas não resisti, depois que li a frase injuriosa, deselegante e de má fé de Joana Havelange, filha e neta dos ex-presidentes da CBF Ricardo Teixeira e João Havelange, descendência lembrando o provérbio “quem sai aos seus não se degenera”.
 Joana Havelange, filha de Ricardo Teixeira e diretora do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo (COL). Sua frase provocativa é lapidar da família que, no momento, ela representa no pomposo e muito bem pago cargo de diretora do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo. Ela foi indicada e nomeada pelo pai, quando este detinha cargos na FIFA e presidia a CBF. A frase mal pronunciada por Joana Havelange foi a seguinte e faço questão de transcrevê-la: “O que tinha que ser roubado, já foi. Se fosse para protestar, que tivesse sido feito antes”. Parece simples, assim, mas não é e encerra uma verdade lamentável que tem se incrustrado na cultura brasileira, ou seja, a de que a corrupção é corriqueira no país, oficializada por várias instâncias e já virou motivo de chacota entre a população.
O assunto de hoje, portanto, é a corrupção entrevista na frase da herdeira da família Havelange, mas não é de corrupção do Brasil que desejo tratar e sim de corrução no Brasil, por causa da prepotência, imposta e aceita pelo governo brasileiro, da FIFA, a entidade que domina e controla o futebol em todo o mundo. Para começar os indigitados Ricardo Teixeira e João Havelange, que já foram genro e sogro, relação que os levou, juntos, ao centro do poder do futebol mundial, foram escorraçados da CBF e da FIFA por causa dos processos que enfrentaram (e ainda enfrentam), no Brasil e em vários países. Ricardo Teixeira, por exemplo, escapou de duas CPIs, na Câmara Federal e no Senado do Brasil, as quais revelaram os atos ilícitos cometidos por ele no comando da CBF. Parlamentares aliados de Teixeira ajudaram a atenuar as conclusões nas CPIs, que deram em nada, mas a pressão posterior, com tudo o que veio à tona, o fizeram renunciar ao cargo e fixar residência nos Estados Unidos, provavelmente para escapar, de alguma forma, da justiça. O nonagenário Havelange, por sua vez, depois de ter dirigido a FIFA por vinte anos, ao fim dos quais foi guindado à presidência honorífica da entidade, viu levantado, na Suíça, o véu que cobria a série de negociatas envolvendo o seu nome nas quais teria sido beneficiado com fortunas em comissões. Os referidos processos na Justiça suíça foram responsáveis, diretamente, pela exclusão de Havelange do cargo honorífico com que fora agraciado, “pelos bons serviços prestados” à entidade, em cinco mandatos sucessivos.
Agora estamos diante da Copa do Mundo e tudo o que isso representa, em termos do poder da FIFA e de sua influência no que diz respeito ao torneio, seja na construção de estádios, na reforma e ampliação de aeroportos e tudo o mais que esteja no entorno dos locais de jogo, desde obras urbanas até espaços para venda de produtos por ambulantes. Com muita suspeita sobre essas obras. Em tudo a FIFA intervém já que a Copa é dela e de mais ninguém. E agora vem a herdeira direta dos Havelange indiciados propalar, em alto e bom tom, que tudo teria acontecido apenas no passado, nada tendo a ver com a atualidade. Se é assim, valha-nos quem?

Na edição de segunda-feira, vale ver SAÚDE NA COPA, ENVOLVENDO O PÚBLICO NA SAÚDE PÚBLICA e os benefícios que se busca disponibilizar para termos uma copa mais saudável e os aplicativos disponibilizados para tal.
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3 comentários:

  1. "Restaure-se a moralidade ou locupletemos todos"
    Stanislaw Ponte Preta

    Ladrões
    Quando João Havelange era califa
    Tudo se roubou em nome da FIFA
    Mas como neta de peixe, peixinha é
    Joana Havelange confirma e bota fé.

    Ladrões de casaca Ricardo & João
    Passaram o cetro prá nova geração
    Pois mesmo ladroagem deve renovar
    Roubando bonito em outro patamar.

    Vai doce netinha viva sua vocação
    Se derem moleza roube de montão
    E pode apostar na sua impunidade.

    Aqui é Pindorama o país de ladrão
    Só pobres e putas na cadeia estão
    Pois ladrão rico é nome de cidade.

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  2. Em uma sociedade em que o exemplo de falta de caráter vem de cima, o que cobrar dos menos favorecidos? Como censurar o ladrão pé de chinelo se nossos gestores são a mais fina flor da imundície humana? Remete-me o pensamento aos tempos de Calígula, no qual a permissividade e a promiscuidade moral era o usual. Retrocedemos e involuímos.

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  3. Isto transparece a ideia de que parece não haver pessoas probas neste país, ao menos em cargos importantes e de destaque em momentos como o atual.
    Bueno, depois que condecoraram o Ronaldinho Gaúcho na Academia Brasileira de Letras vamos esperar o quê mais?

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