ANO
8 |
EDIÇÃO
2808
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Um
dos princípios basilares que rege a termodinâmica, ou se quisermos, que governa
nosso universo cognoscível (ou aquele que é nosso habitat) é que não se cria
energia e nem matéria. Elas são apenas transformáveis. O princípio da
conservação da energia e a lei (lavoisierana) da conservação matéria regem
nossas relações energéticas. O alerta: ‘Economize energia!’ é de certa
maneira mal posto, quando não se específica a qual modalidade energética nos
referimos. A grande síntese está na lapidar equação atribuída a Einstein: E = mc2
que rege as transformações de matéria e energia.
¿E o tempo? Também é incriável. Não
sei como se equaciona a máxima capitalista: tempo
é dinheiro. Muito menos qual a lógica dos teóricos que nos afirmam: é preciso saber administrar o tempo.
Estes
dias de ditadura da Fifa, onde a toda poderosa se adonou de nossas agendas e impôs
novas rotinas, vemos que ela faz com o nosso
tempo. Esse apossamento de agenda se dá não apenas entre os professos da
poderosa multinacional, mas inclusive naqueles que são incréus ao futebol.
Veja-se
a situação da mãe que coloca o filho na ‘Educação infantil’ também porque tem
um trabalho, sujeito a horário. Ela recebe da escolinha ou da creche um aviso: na próxima terça-feira, fecharemos às 15
horas em função da Copa! Não estou falando das aulas que se deixam de ser
dadas, das reuniões que são canceladas ou dos postos de saúde que reagendam
consultas. Lembro apenas da mãe que tem compromissos empregatícios e por causa
de uma partida de futebol, que nem é na sua cidade, tem sua vida transtornada.
Eis
uma evidência empírica acerca de como o tempo não é criado: se no período copeiro,
a cada dia temos cerca de seis horas de transmissões de jogos, há um tempo
consumido em futebol, no qual outras atividades cessam. Por exemplo, este
blogue tem, por ora, menos leitores. Claro que não consigo concorrer com o
produto ‘ofertado’ pela potente Fifa. Vale observar dois gráficos. Um, emitido
no dia 09JUN e indica os acessos de 02 a 09 de junho, logo
pré-copa. Os índices de acessos diários chegam a tangenciar 600. Outro, do
dia 17 e revela o período de 09 a 17, os índices chegam no máximo a 400.
Meu
exemplo: uma transferência de atividade irrelevante. Perda de leitores para o
futebol. É fácil, imaginar outras. O tempo copeiro é um tempo tirado de outros
fazeres. Um destes a leitura deste blogue.
Então:
um agradecimento muito especial, para os que leem, ou pelo menos acessam, o blogue
nesses dias. Obrigado a cada uma e cada um.
Mas
a copa oblitera nossas relações. Assim, como quase apagou o dia dos namorados,
quase me esqueço de cumprimentar colegas, pelo dia do químico, que é hoje.
Ah! Também é o dia do evangélico, que determina ser feriado em alguns
estados e municípios brasileiros.
Olá Professor!
ResponderExcluirO adiantado da hora, envolvida na impressão da dissertação (sem perder tempo com a Copa) deve dar-me o título de ser a primeira leitora do blogue aqui em Taquaruçu do Sul (e, talvez em todo Planeta) a ser a primeira leitora do blogue, um pouco depois da meia noite.
Então parabéns pelo Dia do Químico!
Abração
Sílvia
Viva, Silvia!
ResponderExcluirParabéns, por mais uma fase vencida. Agora esperar 17 de julho para defesa-
Obrigado pelos votos pelo Dia do Químico. Acolho-os sem mérito. Sou um químico um tanto renegado. Considero-me um professor de Ciências. É bom ter uma leitora em Taquaruçu do Sul.
achassot
Go, Chassot!
ResponderExcluirPois pelos demais não respondo eu
Se eles trocam jogo por qualidade
Se assim é por certo algo se perdeu
Talvez em nome da mediocridade.
Continuo lendo blogues preferidos
Independente de qual jogo na tevê
Blogues pode até não ser divertidos
Mas me deleito no blogue de você.
Muitas vezes comentários não faço
É que pouca inspiração não me vem
Contudo acompanho passa-a-passo
Porquanto sei que bom conteúdo tem.
Chassot então continue no seu traço
Portanto ignore quem perdeu o trem.
Adito ao comentário do Mestre um detalhe que me chama atenção. Os empregados que tem seus meios feriados, são pagos, porém não há receita correspondente. Some-se a esse prejuízo os feriados intercalados, mais um o da copa superfaturada e sem retorno, já que o governo, pela primeira vez na história das copas, deu isenção total de impostos a Fifa, tudo isso com a inflação normal que já temos. É uma receita perigosa e amarga de imaginar como serão nossos dias pós copa.
ResponderExcluirNa mesma lida que contigo aprendi ao longo destes anos, observo a redução de meu público leitor nestes dias de Copa. Mesmo que se faça esforço no sentido de trazer temas atraentes, parece que eles são muito incipientes diante do "ópio do povo". Não que eu concorde com o adjetivo utilizado em demasia nas críticas ao esporte predominante no país. Mas, quem sabe este distanciamento notório neste período seja compensado com um título mundial aqui em nossa casa. Grande abraço do JB
ResponderExcluirLer é evolução, ler Chassot É dialogar com a voz da sapiencia.
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