Ano
7*** www.professorchassot.pro.br ***Edição 2230
E sta blogada
dominical poderia ser lida na esteira do que escrevi aqui, na última
sexta-feira, à guisa de reflexão sobre do “Dia da ‘Independência’” trazendo um
exemplo doloroso acerca do quanto o capital monopolizado em mãos predadoras
torna países ‘livres’ submetidos. Na mesma data, o jornal mais importante da
Região Sul, ocupando mais de 50% de página, incluindo uma foto de 118 X 175 mm,
relata algo que pode enojar.
Na transcrição abaixo, substitui três dos
quatro nomes citados. De Tal nos dois
primeiros sobrenomes refere família tradicional porto-alegrense e pela
descrição que os leitores encontrarão deve ser também muito rica. Aliás, as famílias
muito ricas são usualmente tradicionais. A recíproca, nem sempre é verdadeira.
Não troquei o nome do cão, pois dos
quatro nomes citado, certamente é único que não deve sentir-se vexado em ser
objeto de tão pouco apreciável notícia. Dele mudei a foto, para não expor
pessoas que aparecem como coadjuvantes de Kobe, a estrela do registro. Os nomes
estão em caixa alta, em tamanho 1,5 vezes maior que o das demais letras. Eis o
texto, com a maquiagem anunciada.
Juntos no altar O amor do dono
por seu pet garantiu uma cena pouco comum no casamento de FULANA DE QUAL E TAL e FULANO DE TAL, realizado no
Sheraton Porto Alegre. Quando o juiz anunciou a troca de alianças, o labrador
Kobe surgiu no corredor carregando, em uma cesta, os anéis que selariam a união
do casal. A ideia foi de Fulana. Durante seis meses, ela teve ajuda do
adestrador Beltrano de Tal Qual para treinar o cão para o grande dia. Sem o
noivo saber. Kobe fez bonito na cerimônia e emocionou seu dono com a surpresa.
Incluir os pets na festa — ou mesmo na cerimônia — de casamento está na lista
das “top five” tendências anunciadas pelo portal americano Wedding Channel.
Vale até levar pássaro ou aquário com peixe de estimação para o salão.
Votos de um
bom domingo a cada uma e cada um, mesmo com tão indigesta notícia. Não resisto
a uma pergunta, ou melhor, duas: Qual leitora gostaria de ser, na notícia a
cima, Fulana Qual e Tal? Qual leitor
gostaria de ser Fulano de Tal?
Mestre Chassot,
ResponderExcluirmuito oportuna análise de um fato que ao lermos, de maneira usual, não criticamos. Obrigado pelo seu alerta.
Gosto de cães, mas se minha noiva, no dia do casamento, desse prova de tal vilania — sim, um ato vil — talvez abandonasse o altar na hora.
A propósito, o jornal que badala um feito grosseiro e mal educado destes não é mesmo que se diz preocupado com a Educação no Rio Grande do Sul?
Grande blogada, Mestre!
Bom domingo a todos
Genaro Pietrobonne
Limerique
ResponderExcluirEra uma vez um mundo estranho
Com gente de dinheiro sem tamanho
Gente que ditava moda
Aos que viviam à roda
Prá pretoria levaram um rebanho.
Mais um fato que estampa o grau de superficialização que se apossou da sociedade contemporânea, desprovida de efetiva e profunda reflexão acerca do valor, da essência da vida. Como diz C.Castoriadis, filósofo greco-francês, a contemporaneidade notabiliza-se pela ascensão da insignificância. Outros pensadores e pensadoras podem corroborar essa assertiva, ratificando a naturalização do absurdo, do instrumental, do superficial, da perda de sentido e liquidação da futilidade (Z.Bauman). Boa semana grande mestre.
ResponderExcluirMuito querido colega e amigo CV Cassol,
ResponderExcluirobrigado por ratificares com tão douto comentário a pequenez de parte da sociedade atual,
com crescente admiração de meu brilhante ex-aluno,
attico chassot
Limerique
ResponderExcluirCoisas que minha mente não alcança
Coisas que nunca vi quando criança
Gente que por ter dinheiro
Ridícula por inteiro
Treina o cachorro para levar aliança.
Limerique
ResponderExcluirCoisas que nunca ouvimos falar
Quando gente rica resolve casar
Abaixo do equador
Um cachorro labrabor
Conduzindo aliança até o altar.
Limerique
ResponderExcluirVejam só aquele vistoso labrador
O qual fizeram emissário do amor
Ele engoliu a aliança
Que deram em confiança
Agora têm que esperar ele “pôr”.
Limerique
ResponderExcluirO cachorro sem saber seu lugar
Engoliu aliança antes do altar
Noivos sem esperança
De encontrar aliança
A “desova” do cão têm que aguardar.
O grau de futilidade evidenciado pela atitude relatada demonstra o quanto podemos ser pequenos. Em determinada ocasião acompanhei minha mãe em um congresso espírita no qual estavam diversos palestrantes renomados. Observava-se que o padrão da plateia era da elite carioca. No intervalo do almoço, em restaurante próximo não pude deixar de escutar o dialogo de algumas senhoras "chics", o qual tentarei reproduzir: "Fulana vou fazer um chá de caridade na minha casa, mas quando o meu filho soube me perguntou indignado se eu encheria nossa casa de pobres..." "Qua, qua, qua, e voce respondeu o que?" " Eu disse a ele não meu amor, só vai gente rica de bem, os pobres continuam lá nos seus barracos...".
ResponderExcluirO dinheiro pode até sobrar, mas falta o bom senso!
abraços,
Antonio Jorge
ps: Mestre, meu filho casa na semana que vem; (sem cachorro)
Boa tarde, Mestre!
ResponderExcluirEu adoro os animais, pois são a imagem da inocência neste planeta...
Mas, acho que eles dispensam tais pompas, tão típicas dos seus amigos humanos!
Ao se esgotarem as futilidades que podemos criar para nós mesmos, fazemos uso dos pobres bichinhos, que nem devem ter desconfiado que eram cúmplices inconscientes dessa comédia!
Abraços!
Limerique
ResponderExcluirGente da elite muito aflita
Engoliu aliança! Alguém grita
Havia comido, o cão
Como se fosse ração
Quando vai cagar, fera maldita?
Limerique
ResponderExcluirA elite deslumbrada pede socorro:
Que desastre! Assim quase morro!
O cão comeu aliança!
Antes da contradança!
Por isso querem matar o cachorro.
Amigo Chassot,
ResponderExcluira incapacidade de uma convivência madura com outro ser humano tem feito algumas pessoas substituírem a convivência humana, com carinhos e com conflitos pela presença de animais que são acríticos aos seus companheiros. É uma lástima, mas estamos vivendo uma dimensão estranha, bastante impulsionada pelo diabólico consumismo.
Abraço,
Garin
Limerique
ResponderExcluirLhe fora atribuída alta confiança
Carregar para o altar uma aliança
O labrador não entendeu
Adorno então ele comeu
Símbolo do enlace jaz na sua pança.
Meu noivo não viu nada de mais, eu não faria isso. Se não houve maus tratos ao animal e o noivo gosta dele não vejo problemas.
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