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sábado, 24 de março de 2012

24.- TIO TUNGSTÊNIO



Ano 6 *** www.professorchassot.pro.br *** Edição 2061
E a movimentada semana — que decretou inclusive a transição verão/outono — chega quase ao fim. Esta 13ª semana de 2012, para mim, talvez tenha sido a mais prenhe de atividades do ano. E, para, coroar, este sábado não fica por menos.
Ao entardecer, a Gelsa e eu receberemos filhas, filhos, genros, noras, netas e netos para uma das tradicionais domingueiras, desta vez, por agenda num sábado. Se nas duas últimas blogadas dominicais fiz ensaios imagéticos de floradas na Morada dos Afagos — cactos, dia 11 e strelitzia, dia 18 — o tema de amanhã é previsível: as doçuras do avonar.
Mas sábado é dia de dica de leitura e esta vem na esteira de uma das duas dissertações em cujas defesas fui banca esta semana. O Sassá quebrou um paradigma. Trocou a enxada pelo livro. O Guy mostrou as marcas de suas origens familiares e quanto ações da infância o fizeram um apaixonado por museu (ver a edição de otem.
Não é sem nexo, que escolhi para hoje, o livro Tio Tungstênio, no qual o neurologista Olivier Sacks relata suas memórias impregnadas por uma relação muito próxima com a Química, onde um tio que fabricava lâmpadas de tungstênio exerce uma influência marcante em sua infância prenhe de experimentações e descobertas.
SACKS, Oliver Tio Tungstênio: Memória de uma infância química. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. 334 p. [Original inglês: Uncle Tungsten: memories of a chemical boyhood, tradução Laura Teixeira Motta] ISBN 85-359-0270-8.
Oliver Sacks (Londres, 9 de julho de 1933) é um neurologista britânico que também escreveu alguns livros sobre seus pacientes que se tornaram best-sellers da literatura. Bacharelou-se em medicina no ano de 1958, na Universidade de Oxford.
Entre os livros que nos brindou cito entre outros: O homem que confundiu sua mulher com um chapéu, Um antropólogo em Marte e Tempo de despertar (esse levado ao cinema), A ilha dos daltônicos (comentado aqui há duas semanas), Enxaqueca, Com uma perna só, Vendo vozes: Uma viagem ao mundo dos surdos, Oaxaca Journal e Alucinações Musicais.
Em Tio Tungstênio conta com riqueza de detalhes sua infância e adolescência em Londres, particularmente no período da Segunda Guerra Mundial.
Olivier Sacks mostra-nos com relatos emocionados uma história familiar marcada por um convívio muito íntimo com a Ciência. Nascido em uma família judia de emigrantes da Europa Central, com uma forte ligação com a Ciência, filho de pais médicos e convivendo com tios e primos que tinham ligações muito próximas com aplicações das mais recentes descobertas da Física e da Química tem uma infância e uma adolescência marcada pela curiosidade e pela investigação. As memórias que traz de sua família são saborosas, como quando conta que sua avó, quando oferecia um jantar, propositalmente virava uma taça de vinho na toalha alvíssima, para evitar constrangimento futuro, de algum conviva que viesse macular a toalha.
Entre os familiares que direcionam o espírito investigativo está Tio Dave, que fabricava lâmpadas de tungstênio - e está ai a razão do nome do livro - que instigava o seu sobrinho a repetir experimentos químicos em um laboratório doméstico que Tio Tungstênio ajudou a montar.
Aqueles que desejarem se iniciar na história da Ciência da primeira metade do século 20 encontram em Tio Tungstênio um excelente condutor para conhecerem detalhes de realizações como as de Niels Bohr ou as de Maria Curie ou ainda mais conhecer, entre outras, a história da eletricidade, da descoberta do Raio X ou ainda da genialidade de Mendeleiev no estabelecimento da Tabela Periódica.
A edição brasileira é da Companhia das Letras é muito bem acabada e é acompanhada um excelente índice remisso para que se possa melhor usufruir do texto, que recomendo com entusiasmo, especialmente àqueles que não tenham conhecimentos muito adensado de Ciências.

4 comentários:

  1. Caro Chassot,
    Como sempre uma dica preciosa. Tio Tungstênio acaba de entrar na minha lista de leitura. Abraços sabáticos, JAIR.

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  2. Caro Chassot,
    deixando o Tio Tungstênio para as lâmpadas, fico na expectativa do ensaio imagético de amanhã, no qual o avonado se manifestará com vitalidade e alegria, imagino.

    Um abraço,

    Garin

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  3. Chassot,

    adorei esta dica. Eu tive a sorte de ter muitos tios Tungstênios.
    Assim que terminar o Oaxaca Journal irei para este livro.
    Aproveito para agradecer-te pela ode de ontem, que tanto comoveu-me.

    Grande abraço!
    Guy

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  4. Caro Attico,

    o Tio Tungstênio é realmente um livro empolgante para quem gosta de ciência. O relato do Sacks nos estimula a tentarmos nossas próprias experiências e nos cativa pela proximidade/cumplicidade que permeia seus escritos.

    Boa dica de leitura.

    ABraços,

    PAULO MARCELO

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