Ano 6 *** www.professorchassot.pro.br
*** Edição 2040
Aqueles que escrevem, o fazem envolvidos no binômio escrita ó leitura. Isto
ocorre em diferentes dimensões. Talvez na saudosa escrita de cartas, isto era
traduzido por encerramento dito indelicado: “Espero resposta” ou o charmoso
RSVP, Répondez S'il Vous Plaît, expressão francesa que significa" Responda se
vos aprouver". Mesmo os recadinhos nas redes sociais carregam um
RSVP oculto. O que não se dirá das cartas de amor (elas ainda existem?).
Para os editores de blogue a parcimônia dos comentários constrange. Por
exemplo, a edição desta terça-feira ‘Entre Sagan e Feyerabend’ teve quase
duzentos acessos, dos quais mais de 160 do Brasil, registrou apenas 4
comentários. Não conto quem no Facebook perguntou-me a que livro de Françoise
Sagan me referia. Pior: a muito elaborada (e curtida) edição
de ontem, talvez por seu título em latim, teve apenas cerca de 130 visitas e um
comentário. Frustrei-me por não ter ressonância minha esmerada produção.
Acerca de nossos livros ocorre o mesmo. Mais de uma vez já tomei livros
que escrevi em bibliotecas ou sebos para fazer arqueologia de comentários ou
marcas de leitores. A escrita — salvo os diários confidentes — não é solitária;
ela é solidária. Por tal: RSVP.
Esse extenso preambulo que justificar uma dica de leitura diferente
nesta edição sabatina. Na noite de domingo recebo um chamado no Facebook. Um
aluno de Araguaína, onde estivera em dezembro, contou-me que fizera, como
trabalho de férias uma resenha do Sete
escritos sobre Educação e Ciências. Fiquei curioso para ter uma leitura de um
jovem leitor acerca de um texto meu, que não só tem uma proposta editorial
muito original e alguns capítulos que penso instigantes, mas que não teve um
muito diminuto êxito entre os leitores.
Assim o autor da resenha de hoje é Maiko Sousa Feitosa acadêmico do curso de licenciatura em Química da
Universidade Federal de Tocantins, campus de Araguaína onde é Bolsista PIBID. Sou
muito grato ao Maiko. Alegro-me se uma atividade obrigatória de férias, tenha
tido sabor de saber. Aos leitores deste blogue ofereço a oportunidade de sentir
um jovem fala da leitura de Sete escritos
sobre Educação e Ciências. É muito gostoso ver como cada texto proporciona
para cada leitor a sua leitura. Até
para um mesmo leitor, cada releitura, é uma nova leitura.
CHASSOT, Attico.
Sete escritos sobre Educação e Ciências. São Paulo: Cortez. 2008.
228x158x16mm, 296 p. ISBN 978-85-249-1377-8
A obra na sua essência aborda fatos e relatos vividos
pelo o autor onde o mesmo faz analogias desses eventos com pontos intrigantes
do ensino de ciências. Além de buscar na própria historia da ciência relatos
que se fazem presentes nos dias atuais, como na tecnologia, graças à revolução
tecnologia, salientando a isenção das mesmas no nosso cotidiano da nossa vida
rotineira e na própria sala de aula, principalmente na escrita. Esses
acontecimentos descritos, como o próprio titulo do livro sugere “Sete escritos
sobre educação e ciências”, fazem referência aos sete dias da semana e a cada dia é proposto um relato que culmina com propostas ousadas para entender
um pouco e discutir sobre o porquê a nossa educação se faz presente desse modo
nos dias atuais.
Ao fazer a leitura deste livro, tive a oportunidade de
conhecer muito algumas das relações históricas do surgimento da ciência, que o
autor descreve com propriedade. Devido a isso os setes capítulos se tornam fundamentais para aqueles que buscam conhecer e tirar suas próprias conclusões
do porque que a ciência e a educação estão rearranjadas deste modo atualmente. Além de fazer analogias entre o surgimento da ciência como ciências defronte
as novas tecnologias atuais são, no mínimo, pertinentes em momentos distintos e
tão próximo da nossa historia, na qual, pode-se trazer para o nosso contexto
vivido neste momento de afirmação de algumas propostas para a nossa educação.
Tornar-se um professor pesquisador nesse momento na
nossa graduação se torna desafiador e peça chave para nós uma das possíveis
saídas é (usando o vocabulário do nosso autor) saber usar vários óculos para
cada situação em sala de aula, trazendo aspectos do cotidiano contextualizando
para o nosso ambiente educacional, e saber que essas situações vão se tornar
inacabadas e inconclusas.
Destaco que realizei essa leitura por participar de um
programa que cada vez se consolida não só em nossa Universidade mais no resto
do país denominado Programa Institucional Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID)
do curso de Licenciatura em Química da (UFT), além das nossas atividades
rotineiras nas escolas, no meu caso Colégio estadual Guilherme Dourado. É notável como o termo “colégio” está se perdendo na historia, mas aqui ainda é
bastante usado. Na sua essência significa: Corporação de pessoas que têm
todas as mesmas dignidades, como o “colégio dos cardeais”. Ou na acepção de estabelecimento
público ou particular de instrução secundária; escola primária ou secundária.
(Fonte: dicionarioWeb).
Depois dessa informação acrescento que ao entrar de férias
a nossa coordenadora do PIBID passou essa obra como atividade para marcar a
passagem do quarto período para o quinto período do nosso curso com objetivo
simples de mostrar para nós bolsistas uma visão mais histórica da ciência, na
perspectiva de uma referência na área, o mestre Attico Chassot. Pelo simples fato
que agora percebo com mais exatidão que se conhecendo o passado se conhece o porquê
tudo está organizando deste modo no presente no que tange à nossa educação
frente às novas tecnologias no iniciar desse milênio.
Nesta perspectiva esta obra é indicada não só para
aqueles que almejam chegar a se tornarem docentes em qualquer área, mas
principalmente os professores atuantes que ainda tenham uma visão crítica sobre
o ensino como um todo. Sendo assim, este livro abre um leque de oportunidades
que possa consolidar enfim a nossa educação.
Mestre Chassot! Bom comentário do Maiko Feitosa, ilustrando dois aspectos que recordo com bastante destaque da obra que fui convidado à leitura crítica tempo atrás: o uso de óculos diferentes em situações diferentes e o termo "colégio", como bem relata o resenhista. Parabéns ao Maiko... Abraço do JB...
ResponderExcluirChassot,
ResponderExcluirVesti o chapéu... confesso ser um daqueles que leram e não comentaram a crônica de ontem. Mas a correria do dia intenso de aulas e reuniões me distraiu, só lembrei quando já rompera a meia noite, e abri o computador. A exposição é interessantíssima, adoraria ver de perto algumas das cartas que mudaram o curso da humanidade.
Achei boa a resenha desta que considero ser tua maior obra, o "Sete escritos", também ajudou-me demais na dissertação a leitura deste livro.
Estou na expectativa de uma nova obra... tratando sobre uma locomotiva que moveu e move tantos vagões nesta viagem que é ensinar as pessoas a entenderem a Ciência.
Abraço afetuoso,
Guy
Caro Chassot,
ResponderExcluirNão li teu livro, mas pelo que Maiko comenta é um daqueles que devem ser lidos com a merecida atenção. E a blogagem de hoje está fecunda e coroa a semana com grande êxito. Abraços, JAIR.
Caro Chassot,
ResponderExcluiro teu blog é muito bem visitado, só que as pessoas não gostam de se expor. Passa pela mente de muitas que irão dizer bobagens. Podes acreditar que essa é uma das principais razões porque as postagens não são comentadas. Por mais de trinta anos publiquei mensagens dominicais no recinto eclesiástico. Raríssimas vezes ouvi um comentário sobre o que escrevi. No entanto, fiquei sabendo que muitas dessas mensagens se transformaram em 'abertura' ou 'motivações' de aulas de filosofia, educação religiosa, psicologia etc. A vida de quem está na mídia é assim mesmo.
Recebe o meu consolo!
Um abraço,
Garin
muito obrigado mestre pela oportunidade de ter em um espaço tão importante desses contribuir através de uma leitura de uma obra sua que se mostra muito importante para o ensino de ciências diga de passagem, através de uma analise que não e muito fácil, mas que no final de tudo deu tudo certo. brigado novamente. abraços mestre!
ResponderExcluirEstimado Maiko,
ResponderExcluirtambém eu sou grato pela parceria que realizamos nesse fazer alfabetização cientifica.
Espero ter sido esta apenas uma primeira colaboração tua.
Ontem tiveste quase 150 leitores em vários estados do Brasil e também em mais de seis outros países.
Espero que estimule a teus colegas e professores do PIBID a ações como esta que fizemos juntos.
Espero que possa voltar à Araguaína.
Com admiração
attico chassot