Ano 6 *** www.professorchassot.pro.br
*** Edição 2045
É natural que hoje a pauta não seja outra: homenagear as mulheres na data que, com
méritos, lhes é dedicada. Não vou falar no histórico e nem na importância da
data.
Vou personalizar a celebração em uma mulher: Hipátia
ou Hipácia. Quando falamos em Historia e Filosofia da Ciência, desde a Antiguidade
até o século 19, há apenas uma estrela solitária.
Hipácia nasceu em torno de 370. Filha do matemático
Teon, seguiu a carreira do pai e se tornou uma filósofa neoplatônica respeitável.
Trabalhava na biblioteca de Alexandria e não aceita converter-se ao cristianismo
recém imposto ao Império Romano, que se estendia também no norte da África. Numa
tarde de março de 415, quando regressava do Museu, ela foi atacada em plena rua
por uma turba de cristãos enfurecidos, instigados pelo Patriarca Cirilo. Foi golpeada,
desnudada e arrastada pelas ruas da cidade até uma igreja. No interior do
templo, foi cruelmente torturada até a morte, tendo o corpo dilacerado por
conchas de ostras (ou cacos de cerâmica, segundo outra versão). Depois de
morta, o corpo foi lançado a uma fogueira.
Nele está Hipácia. Outros personagens do quadro podem
ser identificadas assim: Os noeses [a captação do objeto pela consciência na
operação do pensamento] são as personalidades em que Rafael se inspirou para
pintar o rosto dos diferentes filósofos gregos.
Isso é claramente uma homenagem
às pessoas de seu tempo: 1: Zenão de Cítio ou Zenão de Eléia 2: Epicuro 3:
Frederico II, duque de Mântua e Montferrat 4: Anicius Manlius Severinus
Boethius ou Anaximandro ou Empédocles 5: Averroes 6: Pitágoras 7: Alcibíades ou
Alexandre, o Grande 8: Antístenes ou Xenofonte 9: Hipátia (Francesco Maria
della Rovere or Raphael's mistress Margherita.) 10: Ésquines ou Xenofonte 11:
Parménides 12: Sócrates 13: Heráclito (Miguel Ângelo). 14: Platão segurando o
Timeu (Leonardo da Vinci). 15: Aristóteles segurando Ética a Nicômaco 16:
Diógenes de Sínope 17: Plotino 18: Euclides ou Arquimedes acompanhado de
estudantes (Bramante) 19: Estrabão ou Zoroastro (Baldassare Castiglione ou
Pietro Bembo). 20: Ptolomeu R: Apeles (Rafael). 21: Protogenes (Il Sodoma ou
Pietro Perugino).
Para um estudo mais detalhado deste quadro vale
visitar: www.dm.ufscar.br/hp/hp902/hp902001/hp902001.html
Agradeço a Gelsa a inspiração acerca de como ‘comemorar’
o dia internacional da Mulher. Ela esta manhã, em Campo Grande abre sua fala Pesquisa
em Educação Matemática: questões teórico-metodológicas no VI SESEMAT
– Seminário Sul-mato-grossense de Pesquisa em Educação Matemática, falando de
Hipácia e ilustrando com a Escola de Atenas. Eu tenho em meu gabinete vitrais
em homenagem a Hipácia e a Giordano Bruno (há os que veem em Bruno uma
reencarnação de Hipátia), encantei-me com a sugestão de minha mulher, que
recebe minha admiração especial neste 8 de março.
em nome de Deus já se justificou tantas barbaridades, que o diabo já se entendiou da folga...
ResponderExcluirCaro Chassot,
ResponderExcluirÉ isso aí, numa quadra da civilização em que mulheres, cada vez mais, ganham destaque em todos os campos do conhecimento, ao mesmo tempo que são vítimas do machismo aviltante e retrógrado de muitos homens, nada melhor que lembrar dessa que foi expoente de seu tempo e serve de exemplo para qualquer época. Abraços feministas, JAIR.
Caro mestre Chassot,
ResponderExcluirFico muito feliz com a homenagem a nós mulheres, e aproveito o Dia e os espaço para lembrar de mais uma grande mulher que com sua confiança, coragem e perseverança hoje nos prestigia com seus grandes feitos, Marie Curie.
Abraço, Priscilla.
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ResponderExcluirAve Chassot,
ResponderExcluirque ótima escolha tiveste para este dia. Evocar a memória de Hipácia nesta data é homenagear todas as mulheres que enfrentaram a rigidez de costumes discriminatórios, muitas vezes assassinos, que infelizmente ainda ocorrem neste mundo onde nem todos os países chegaram ao século XXI (vide Irã e similares). Rejubilei-me em ver que na estupenda obra do gênio Rafael está presente a Hipácia, que passei a admirar ainda mais depois da interpretação tão humana e bela dada pela atriz Rachel Weisz, sugestão tua. Passei aos alunos e apreciaram muito.
Grande abraço,
Guy.
Caro Chassot,
ResponderExcluiruma belíssima aula de filosofia, inclusive com o quadro do Rafael (grande inspiração da companheira Gelsa: cumprimentos a ela pelo seu Dia).
Se eu sou o pastor das postagens virtuais, tu és o filósofo das blogadas digitais.
Forte abraço,
Garin
Caro professor Attico!
ResponderExcluirQue excelente texto! Obrigada pela homenagem!
Fico mais admirada ainda por pela forma especial com que se referistes a sua esposa! Que lindo!
Ganhaste uma nova fã de seus escritos!
Fica em paz!
Grande abraço!
Chassot,
ResponderExcluirque coisa mais bonita e educadora! Li três dos temas blogados e penso que prestam um grande serviço à cidadania crítica a que te propões. Um grande e grato abraço por essa energia sem fim que brota de ti!
Anna Carolina
Oi amigo Chassot,
ResponderExcluirObrigada pela mensagem, adorei a homenagem no teu blog. Há um par de meses atrás vi o filme e me lembrei de ti que me apresentou à Hepacia através do "A ciência é Masculina...." Um beijo também à Gelsa, da minha parte.
abração,
Virgínia
PS: quando eu crescer eu quero ser competente como tu nas artes gráficas e nas teconologias. teu blog é lindo e exemplar.
inspira a gente.
Virgínia
Olá Mestre Chassot,
ResponderExcluirNós, alunas do 4º período do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da UFJF, gostaríamos de parabenizá-lo pela homenagem às mulheres e pelo conhecimento que nos foi proporcionado. Sentimo-nos honradas com a referência à grande mulher que foi Hipátia.
Quarenta beijos a você e à sua companheira Gelsa.
Salve, Attico!
ResponderExcluirQue bela lembrança a de Hipácia! A mulher que se destaca em uma sociedade machista no campo que "não é destinado às mulheres".
Temos muito a fazer para diminuir os ´seculos de opressão ao gênero feminino imposto por nossa sociedade dita "democrata e igualitária".
Apesar de termos avanços nessa área, ainda temos que seguir em frente e não esquecer minorias que são oprimidas por nossas convicções rígidas e egoístas.
Abraços,
Paulo Marcelo