ANO
8 |
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EDIÇÃO
2750
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O extenso e fruído feriadão vai para o ocaso. Temos
hoje, não de direito, mas de fato uma pascoela. Quanto me lembre, está é a
primeira vez que temos, como muitos países europeus, um feriado na segunda-feira
de Páscoa, como também fazem na segunda-feira que segue a Pentecoste e no dia imediato
ao Natal. Este ano o feriado de Tiradentes ganha outro status, pois é também
uma pascoela.
Mas, sendo período de gostoso feriadão, nada
melhor que este blogue por tal seja breve. Por merecido, faço aqui homenagem a
Gabriel Garcia Marques (1927-2014), falecido na última quinta-feira. De suas muitas frases
evocadas, escolhi uma.
Devo dizer que curti muito várias de suas obras.
Publiquei, em novembro de 2004, no Leia Livro
da Secretaria Estadual da Cultura de São Paulo um texto: Uma literatura asquerosa, acerca de uma novela publicada depois de
uma vacuidade de dez anos.
Como esposo o preceito dos latinos — De mortui mihil
nisi bene — não vou trazer aqui minhas críticas ao autor de Cien años de
soledad. Então, com alarde (1.000.000 exemplares na primeira edição em espanhol)
foi lançada uma curta novelita de 109
páginas (das quais oito sem texto) onde um velho à morte conta os seus amores
com uma menininha de 14 anos. Memoria de mis putas
tristes. Foi seu último
livro. Pareceu-me, já então, um triste ocaso de um escritor.
Penso que, talvez ou certamente, o que falta é um pouco de poesia na vida das pessoas e da dinâmica social do mundo pós-moderno. Saber apreciar o belo nas palavras, nos gestos, nas pequenas ações e na simplicidade da essência humana.
ResponderExcluirRetorno a Macondo
ResponderExcluirRetorna de uma vez para Macondo
Aquele que a criou e aos Buendia
A vida terrena acabou transpondo
E foi morar onde justamente devia.
De palavras oblíquas fez literatura
E nova realidade acabou propondo
Sua criação para sempre perdura
E veio como cometa num estrondo.
Garcia Marquez era um gigante
De envergadura mui avantajada
E equipamento cerebral brilhante
Que deixou nas letras sua pegada.
Vai, descansa autor tão elegante
Macondo é o fim da sua jornada.