ANO
8 |
Porto Alegre/Frederico Westphalen
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EDIÇÃO
2576
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Quando esta
edição entrar em circulação já terei vencido mais de 1/6 das mais de seis horas
da viagem entre Porto Alegre e às (quase) margens do rio Uruguai. Nesta quarta e
quinta-feira minhas atividades estarão referenciadas ao Programa de Pós
Graduação em Educação da URI, campus Frederico Westphalen.
Na manhã de
hoje mostro a Ciência como um dos óculos para lermos o mundo natural para
alunas e alunos das oitavas séries da Escola Estadual de Ensino Fundamental
Conselheiro Edgar Marques de Mattos. Minha presença nesta escola ocorre por ter
a Camila Guindini Camargo, minha orientanda, há muito, me convidado para falar
com seus alunos. Na parte da tarde tenho sessões individuais com minhas quatro
orientandas.
Já havia
pautado outro tema para esta edição quando recebo a carta que transcrevo e me
faço solidário. Adito, apenas, que há muito anos, as posturas insolentes do ofensor
— um economista, dito especialista em Educação — me irritam.
CARTA ABERTA
AO SENADO FEDERAL
EM REPÚDIO À DECLARAÇÃO PRECONCEITUOSA
DO SR. CLAUDIO DE MOURA CASTRO
EM REPÚDIO À DECLARAÇÃO PRECONCEITUOSA
DO SR. CLAUDIO DE MOURA CASTRO
Brasil, 28 de
outubro de 2013.
As entidades e
os movimentos da sociedade civil que participam dos debates para a construção
do novo Plano Nacional de Educação (PNE), desde a I Conae (Conferência Nacional
de Educação, 2010), manifestam seu repúdio e exigem retratação pública à
“proposição” desrespeitosa apresentada pelo Sr. Claudio de Moura Castro, em
audiência pública realizada no dia 22 de outubro de 2013, na Comissão de
Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal.
Na ocasião,
buscando reforçar seu argumento de que o PNE é inconsistente devido à
participação da sociedade civil, o referido expositor sugeriu, em tom de
deboche, que sua proposta ao plano seria oferecer “um bônus para as
‘caboclinhas’ de Pernambuco e do Ceará se casarem com os engenheiros
estrangeiros, porque aí eles ficam e aumenta o capital humano no Brasil,
aumenta a nossa oferta de engenheiros” (sic).
Preconceituosa,
a “proposição” é inadmissivelmente machista e discriminatória. Constitui-se em
uma ofensa às mulheres e à educação brasileira, inclusive sugerindo a
subjugação das mesmas por estrangeiros. Além disso, manifesta um preconceito
regional e racial inaceitável, especialmente em uma sociedade democrática.
Entendemos que a diversidade de opiniões não pode significar, de forma alguma,
o desrespeito a qualquer pessoa ou grupo social.
Compreendemos,
ainda, que tal manifestação representa um desrespeito ao próprio Senado
Federal, como Casa Legislativa que deve ser dedicada ao profícuo debate
democrático, pautado pela ética e pelo compromisso político, orientado pelos
princípios da Constituição Federal de 1988 e de convenções internacionais de
Direitos Humanos. A elaboração do PNE, demandado pelo Art. 214 da Carta Magna,
não deve ceder à galhofa, muito menos quando preconceituosa.
Por esta
razão, os signatários desta Carta esperam contar com o compromisso dos
parlamentares e das parlamentares em contestar esse tipo de manifestação
ofensiva aos brasileiros e às brasileiras. Nesse sentido, esperamos as devidas
escusas do Sr. Claudio de Moura Castro, que com seus comentários
discriminatórios desrespeitou profundamente nossa democracia e a sociedade.
Movimentos e
entidades signatárias (por ordem alfabética):
ABdC (Associação
Brasileira de Currículo)
Ação Educativa -
Assessoria, Pesquisa e Informação
ActionAid Brasil
Aliança pela
Infância
Anfope (Associação
Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação)
Anpae/DF (Associação
Nacional de Política e Administração da Educação – Distrito Federal)
Anped (Associação
Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação)
Assopaes (Associação
de Pais de Alunos do Espírito Santo)
Auçuba Comunicação
Educação
Campanha Nacional
pelo Direito à Educação
CCLF-PE (Centro de
Cultura Luiz Freire – Pernambuco)
Cedeca-CE (Centro de
Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará)
Cedes (Centro de
Estudos Educação e Sociedade)
Cenpec (Centro de
Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária)
CNTE (Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Educação)
Contee (Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino)
Escola de Gente -
Comunicação e Inclusão
Fineduca (Associação
Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação)
Flacso Brasil
(Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais)
Fojupe (Fórum das
Juventudes de Pernambuco)
FOMEJA (Fórum
Mineiro de Educação de Jovens e Adultos)
Fóruns de Educação
de Jovens e Adultos do Brasil
Fundação Abrinq
pelos Direitos da Criança e do Adolescente
Geledés - Instituto
da Mulher Negra
Inesc (Instituto de
Estudos Socioeconômicos)
Instituto Avisa Lá
IPF (Instituto Paulo
Freire)
Mieib (Movimento
Interfóruns de Educação Infantil do Brasil)
Mova Brasil
(Movimentos de Alfabetização de Jovens e Adultos do Brasil)
Movimento Mulheres
em Luta do Ceará
MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra)
Omep/Brasil/RS –
Novo Hamburgo (Organização Mundial Para Educação Pré-Escolar)
RedEstrado (Rede
Latino-americana de Estudos Sobre Trabalho Docente)
Sociedade Paraense
de Defesa dos Direitos Humanos
Undime (União
Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).
Unipop (Instituto
Universidade Popular)
Muito estimado mestre Chassot,
ResponderExcluirobrigado por divulgar esta carta que eu desconhecia.
Ele é realmente um insolente, que se julga dono da verdade.
LLL
Prezado Sábio Chassot, adito ao meu comentário frase dita se não me falha a memória, por Napoleão que no meu entender resume bem a conduta desse insolente; "Comprar os homens pelo que valem, e vendê-los pelo que acham que valem, eis um bom negócio"
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Querido Chassot,
ResponderExcluirAdiro a indignação dos educadores brasileiros.
Há anos deixei de assinar a revista Veja, também, por causa deste pústula. Fiz o propósito de ler mais uma linha o que este ordinário escreve;
Felicito-me por minha clarividência.
Mirian
Limerique
ResponderExcluirO idiota propõe imbecil proposta
Como fosse no cassino aposta
Politicamente incorreto
Merece veemente veto
Cláudio de moura castro é um bosta.
Ao Chassot:: Prá mim mestre a máscara desse insolente ofensor caiu, e ainda se diz especialista em educação. Já não chega tanto sofrimento com o povo nordestino,quantas crianças e jovens que nunca foram a uma escola e com certeza a culpa não é deles e sim desse governo que temos aí me faz lembrar a época do senhor do engenho para sua escrava. Mestre sou nordestina de Natal ( Rio Grande do Norte ) e repudio esse tipo de atitude deste senhor Cláudio M. Castro melhor que ficasse calado. Imagino mestre esses alunos que tiveram ou tem aula com ele como deve estar revoltado e os que morreram devem está se torcendo lá em baixo, isso também me irritou profundamente e me junto aos movimentos e entidades signatárias exigindo uma retratação a sociedade. Um forte abraço Ley.
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