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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

30.— REPÚDIO A UM INSOLENTE OFENSOR


ANO
 8
Porto Alegre/Frederico Westphalen 
EDIÇÃO
 2576

Quando esta edição entrar em circulação já terei vencido mais de 1/6 das mais de seis horas da viagem entre Porto Alegre e às (quase) margens do rio Uruguai. Nesta quarta e quinta-feira minhas atividades estarão referenciadas ao Programa de Pós Graduação em Educação da URI, campus Frederico Westphalen.
Na manhã de hoje mostro a Ciência como um dos óculos para lermos o mundo natural para alunas e alunos das oitavas séries da Escola Estadual de Ensino Fundamental Conselheiro Edgar Marques de Mattos. Minha presença nesta escola ocorre por ter a Camila Guindini Camargo, minha orientanda, há muito, me convidado para falar com seus alunos. Na parte da tarde tenho sessões individuais com minhas quatro orientandas.
Já havia pautado outro tema para esta edição quando recebo a carta que transcrevo e me faço solidário. Adito, apenas, que há muito anos, as posturas insolentes do ofensor — um economista, dito especialista em Educação —  me irritam.

CARTA ABERTA AO SENADO FEDERAL
EM REPÚDIO À DECLARAÇÃO PRECONCEITUOSA
DO SR. CLAUDIO DE MOURA CASTRO
Brasil, 28 de outubro de 2013.
As entidades e os movimentos da sociedade civil que participam dos debates para a construção do novo Plano Nacional de Educação (PNE), desde a I Conae (Conferência Nacional de Educação, 2010), manifestam seu repúdio e exigem retratação pública à “proposição” desrespeitosa apresentada pelo Sr. Claudio de Moura Castro, em audiência pública realizada no dia 22 de outubro de 2013, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal.
Na ocasião, buscando reforçar seu argumento de que o PNE é inconsistente devido à participação da sociedade civil, o referido expositor sugeriu, em tom de deboche, que sua proposta ao plano seria oferecer “um bônus para as ‘caboclinhas’ de Pernambuco e do Ceará se casarem com os engenheiros estrangeiros, porque aí eles ficam e aumenta o capital humano no Brasil, aumenta a nossa oferta de engenheiros” (sic).
Preconceituosa, a “proposição” é inadmissivelmente machista e discriminatória. Constitui-se em uma ofensa às mulheres e à educação brasileira, inclusive sugerindo a subjugação das mesmas por estrangeiros. Além disso, manifesta um preconceito regional e racial inaceitável, especialmente em uma sociedade democrática. Entendemos que a diversidade de opiniões não pode significar, de forma alguma, o desrespeito a qualquer pessoa ou grupo social.
Compreendemos, ainda, que tal manifestação representa um desrespeito ao próprio Senado Federal, como Casa Legislativa que deve ser dedicada ao profícuo debate democrático, pautado pela ética e pelo compromisso político, orientado pelos princípios da Constituição Federal de 1988 e de convenções internacionais de Direitos Humanos. A elaboração do PNE, demandado pelo Art. 214 da Carta Magna, não deve ceder à galhofa, muito menos quando preconceituosa.
Por esta razão, os signatários desta Carta esperam contar com o compromisso dos parlamentares e das parlamentares em contestar esse tipo de manifestação ofensiva aos brasileiros e às brasileiras. Nesse sentido, esperamos as devidas escusas do Sr. Claudio de Moura Castro, que com seus comentários discriminatórios desrespeitou profundamente nossa democracia e a sociedade.
Movimentos e entidades signatárias (por ordem alfabética):
ABdC (Associação Brasileira de Currículo)
Ação Educativa - Assessoria, Pesquisa e Informação
ActionAid Brasil
Aliança pela Infância
Anfope (Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação)
Anpae/DF (Associação Nacional de Política e Administração da Educação – Distrito Federal)
Anped (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação)
Assopaes (Associação de Pais de Alunos do Espírito Santo)
Auçuba Comunicação Educação
Campanha Nacional pelo Direito à Educação
CCLF-PE (Centro de Cultura Luiz Freire – Pernambuco)
Cedeca-CE (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará)
Cedes (Centro de Estudos Educação e Sociedade)
Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária)
CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação)
Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino)
Escola de Gente - Comunicação e Inclusão
Fineduca (Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação)
Flacso Brasil (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais)
Fojupe (Fórum das Juventudes de Pernambuco)
FOMEJA (Fórum Mineiro de Educação de Jovens e Adultos)
Fóruns de Educação de Jovens e Adultos do Brasil
Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente
Geledés - Instituto da Mulher Negra
Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos)
Instituto Avisa Lá
IPF (Instituto Paulo Freire)
Mieib (Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil)
Mova Brasil (Movimentos de Alfabetização de Jovens e Adultos do Brasil)
Movimento Mulheres em Luta do Ceará
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)
Omep/Brasil/RS – Novo Hamburgo (Organização Mundial Para Educação Pré-Escolar)
RedEstrado (Rede Latino-americana de Estudos Sobre Trabalho Docente)
Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos
Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).
Unipop (Instituto Universidade Popular)

5 comentários:

  1. Muito estimado mestre Chassot,
    obrigado por divulgar esta carta que eu desconhecia.
    Ele é realmente um insolente, que se julga dono da verdade.
    LLL

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  2. Prezado Sábio Chassot, adito ao meu comentário frase dita se não me falha a memória, por Napoleão que no meu entender resume bem a conduta desse insolente; "Comprar os homens pelo que valem, e vendê-los pelo que acham que valem, eis um bom negócio"
    abraços
    Antonio Jorge

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  3. Querido Chassot,
    Adiro a indignação dos educadores brasileiros.
    Há anos deixei de assinar a revista Veja, também, por causa deste pústula. Fiz o propósito de ler mais uma linha o que este ordinário escreve;
    Felicito-me por minha clarividência.
    Mirian

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  4. Limerique

    O idiota propõe imbecil proposta
    Como fosse no cassino aposta
    Politicamente incorreto
    Merece veemente veto
    Cláudio de moura castro é um bosta.

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  5. Ao Chassot:: Prá mim mestre a máscara desse insolente ofensor caiu, e ainda se diz especialista em educação. Já não chega tanto sofrimento com o povo nordestino,quantas crianças e jovens que nunca foram a uma escola e com certeza a culpa não é deles e sim desse governo que temos aí me faz lembrar a época do senhor do engenho para sua escrava. Mestre sou nordestina de Natal ( Rio Grande do Norte ) e repudio esse tipo de atitude deste senhor Cláudio M. Castro melhor que ficasse calado. Imagino mestre esses alunos que tiveram ou tem aula com ele como deve estar revoltado e os que morreram devem está se torcendo lá em baixo, isso também me irritou profundamente e me junto aos movimentos e entidades signatárias exigindo uma retratação a sociedade. Um forte abraço Ley.

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