Ano 6 ***
UM OUTRO MUNDO É POSSÍVEL *** Edição 2007
Quando
tive minha formação religiosa, aprendi que existia ‘pecado de omissão’. Faço
pública minha expiação.
Aconteceu
em Porto Alegre e na região Metropolitana (Gravataí, Canoas, São Leopoldo, e
Novo Hamburgo) de 24 de janeiro até ontem (29) o Fórum Social Temático (FST)
2012. Este é um evento que se insere no processo altermundista iniciado pelo
Fórum Social Mundial (FSM), em 2001. As atividades do FST 2012 debateram
questões referentes a três temas: a crise capitalista que atinge a Europa
principalmente e a busca por justiça social. A proximidade da cúpula da ONU
para o desenvolvimento sustentável (Rio+20), que acontece em junho, no Rio de
Janeiro, e a Cúpula dos Povos, reunião alternativa à Rio+20, colocam a pauta
ambiental em evidência e motivam a formulação pelos movimentos sociais de
propostas alternativas às que serão apresentadas pelos governos.
Tendo
participado ativamente das edições do FSM que se realizaram em Porto Alegre: 2001,
2002 (pela imprensa, pois estava no pós-doutorado), 2003, 2005, 2010, sem
encontrar explicações, me omiti nesta edição do FST, limitando-me a acompanha
pela TVE e Cultura FM, a partir do dia 25. Esta edição do blogue é uma
tentativa de trazer algumas informações e decisões ocorridas.
O
FST é um evento altermundista organizado por um grupo de ativistas e movimentos
sociais ligados ao processo do Fórum Social Mundial. O tema de 2012 foi Crise
Capitalista, Justiça Social e Ambiental. O FST 2012 se propõe ser um espaço de
debates preparatórios para a Cúpula dos Povos, reunião alternativa à cúpula das
Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece em
junho, no Rio de Janeiro.
A
Assembleia dos Movimentos Sociais, constituída no Fórum Social Temático 2012,
sobre justiça social e ambiental, convocou na tarde deste sábado (28), uma
jornada de lutas das entidades a partir do dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio
Ambiente. Durante o encontro, foi aprovada uma carta assinada pelos movimentos
que defende, entre outros pontos, a centralidade da luta por justiça ambiental
em oposição ao modelo de desenvolvimento capitalista.
A
data das mobilizações ocorre 10 dias antes da Cúpula dos Povos, programada para
ocorrer paralelamente à Conferência Rio+20, da Organização das Nações Unidas
(ONU).
Segundo a organização do evento, a Coordenação
dos Movimentos Sociais, cerca de 1.500 pessoas lotaram o auditório da Usina do
Gasômetro, na margem do Rio Guaíba, em Porto Alegre (RS). Durante toda a
assembleia 30 entidades, 20 nacionais e 10 internacionais, se revezaram na
defesa de suas bandeiras e propostas por um outro mundo possível, lema do
processo do Fórum Social Mundial.
Como descreve o documento o documento final da
Assembleia do FST deste sábado, protesta contra políticas conduzem a
"guerras, ocupações militares, tratados neoliberais de livre-comércio e
medidas de austeridade expressas em planos econômicos que privatizam bens,
cortam salários, reduzem direitos, multiplicam o desemprego e exploram os
recursos naturais".
João
Pedro Stédile, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ( MST), foi
nomeado responsável para dar um panorama geral da conjuntura internacional. Ele
alertou que os trabalhadores estão apáticos e que os movimentos tem uma grande
responsabilidade nisso, no sentido de acordar a classe trabalhadora. "Nós
ainda precisamos tirar os trabalhadores da apatia", exclamou. Para
Stédile, o cerne da mobilização deve ir direto na produção do capital. “Se
quisermos realmente derrubar o capitalismo temos que parar a produção.”
Outro
desafio colocado na fala do dirigente do MST é o controle dos meios de
comunicação. “A burguesia controla a população através da televisão. Precisamos
enfrentar o problema dos meios de comunicação de massa”.
Os movimentos sociais do Fórum Social expressaram em
nota sua "rejeição as falsas soluções para crise" e denunciaram que
"os agrocombustíveis, a geoengenharia e os mercados de carbono" são
"somente novas fantasias de um mesmo sistema".
A intenção dos movimentos do Fórum Social Mundial é
alertar os governantes mundiais que a "sociedade civil" exige o fim
do "processo de "destruição" do planeta.
O objetivo é que a mobilização global seja similar
ao movimento contra a globalização de 15 de fevereiro de 2003, que levou 15
milhões de pessoas às ruas de centenas de cidades do mundo inteiro para
protestar contra a Guerra do Iraque.
Neste sábado, o movimento contra a globalização
confirmou que durante a Rio+20 fará no Rio de Janeiro o que batizou de
"Cúpula dos Povos", um protesto pela falta de compromisso real contra
a mudança climática causada pela ação depredadora do homem.
"O aquecimento global é resultado de um sistema
capitalista de produção, distribuição e consumo" dominado pelas
"multinacionais, instituições financeiras e organismos que não querem
reduzir suas emissões" de gases poluentes, diz o comunicado divulgado
neste sábado pela Assembleia dos Movimentos Sociais.
O comunicado denuncia que "agora pretendem
impor a economia verde como solução da crise ambiental e alimentícia", mas
afirma que isso "agravará o problema e vai resultar na mercantilização e
privatização da vida".
A "tentativa de 'tornar verde' o capitalismo,
acompanhado pelos novos instrumentos dessa economia verde, é um alerta para que
os movimentos sociais reforcem a resistência e assumam obviamente o papel
principal na construção de novas alternativas à crise", acrescenta.
Com relação à questão ambiental, as organizações
sociais expressaram "solidariedade a luta dos povos do mundo contra a
lógica depredadora e neocolonial das indústrias extrativistas e as mineradoras
multinacionais".
No que diz respeito à situação financeira global, a
nota indica que "todos os povos do mundo sofrem atualmente os efeitos do
agravamento da profunda crise do capitalismo" E adita que os "agentes
do sistema", identificados como "bancos, multinacionais, grandes
grupos de mídia, instituições internacionais e Governos a seu serviço",
buscam "aumentar os próprios lucros por meio de políticas
intervencionistas e neocoloniais".
Ajudemos para que UM OUTRO MUNDO SEJA POSSÍVEL
Ajudemos para que UM OUTRO MUNDO SEJA POSSÍVEL
Caro Chassot,
ResponderExcluirsempre estás em tempo: o ideal que todos perseguimos de "um outro mundo é possível!" será sempre atual enquanto permanecer a esperança e a luta que a alimenta.
Não resta dúvidas de que o 'sistema' sempre muda para não mudar nada.
Um abraço,
Garin
Ola Mestre Chassot
ResponderExcluirEu também devo fazer uma expiação, pois creditei pouca importância ao evento e sequer escrevi uma linha sobre ele. E a sua importância não pode ser relegada a segundo plano, principalmente quando se discutem questões relevantes de interesse coletivo. Necessito uma reflexão, pois me vejo acometido de um sentimento egoista e individualista quando negligencio a importancia do FST. Também participei da edição de 2005, onde fui voluntário na área de recepção das comitivas de lingua espanhola. Obrigado pela lembrança.
Abraços JB
Caro Chassot,
ResponderExcluirA paz do mundo e a perpetuidade do Homo sapiens no Planeta dependem de novas maneiras de pensar o gasto de energia e o capitalismo predatório. Dentro dessa maneira de ver o futuro, o Fórum em foco é de uma importância maior que se imagina. É de importância "megalodôntica", para usar um neologismo que acabei de inventar. Abraços e boa semana, JAIR.